quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ANTONIO SALIERI


Mais conhecido nos dias de hoje pela frase, que teria dito num momento de demência:
“Eu matei Mozart. Eu matei Mozart.”
Que remete a lendária inveja do músico italiano pelo austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, quase seis anos mais novo, ambos grandes compositores da música erudita mundial, aqui discorreremos sobre Antônio Salieri nascido em Legnago, no sul de Verona, na República de Veneza no dia 18 de Agosto de 1750.
Criado no seio de uma família próspera de comerciantes, Antônio foi enviado para a escola pública para aprender latim, e seu primeiro contato com a música foi em sua própria casa, com seu irmão mais velho Francesco que era aluno do compositor
Tartini
Giuseppe Tartini, Antônio teve aulas de canto, violino, cravo e espineta com Francesco que lhe repassa o que aprendia com o seu professor, posteriormente teve aulas com o organista da Catedral Legnago, Giuseppe Simoni, um aluno de Padre Giovanni Battista Martini.
Francesco era um violinista bastante requisitado na sua aldeia e nas vizinhas e sempre que havia espaço Antônio o acompanhava. Certa vez, quando tinha dez anos de idade seu irmão foi tocar numa aldeia vizinha e não havia lugar para ele no transporte arrumado, pois não se fez de rogado e seguiu a pé para assistir ao irmão sem a autorização dos pais, que ficaram preocupados com o seu desaparecimento, ao retornar foi ameaçado pelo pai deixa-lo trancado no quarto por uma semana a pão e água se ele alguma vez torna-se a fazer isto.
Espineta
Pescetti
Após a morte prematura de seus pais, por volta de 1763 ou 1764, mudou-se para Pádua, e a seguir para Veneza, onde estudou com Giovanni Battista Pescetti, após o falecimento de Pescetti ele estudou com o cantor de ópera Ferdinando Pacini, sendo através dele que Antônio Salieri impressionou o compositor Florian Leopold Gassmann com seu talento que preocupado com seu futuro, levou o jovem órfão para Viena, assumindo financeiramente o restante de sua educação musical, baseada na obra de Johann Joseph Fux, Gradus ad Parnassum, que ele mesmo traduzira do latim.
Chegaram em Viena no dia 15 de Junho de 1766, próximo de completar seus dezesseis anos, Mozart já era reconhecido como um menino prodígio, enquanto Salieri ainda era desconhecido. Em Viena teve também aulas de alemão, francês, italiano, latim e poesia. Gassmann queria que seu pupilo tivesse uma ampla e embasada cultura musical antes de compor qualquer obra, entretanto o jovem começou a criar suas próprias obras em segredo.
Gassmann
Deste período foram poucas as composições que sobreviveram. Disse durante a sua velhice que propositalmente foram destruídas, ou se perderam, exceto algumas obras para a igreja.
Joseph II
Joseph II que era o imperador do Sacro Império Romano, e reconhecido como uma amante da música e tornando Viena a cidade musical da Europa. Gassmann era o compositor da corte de Viena, e o imperador admirava muito sua música e quis conhecer o jovem talentoso vindo de Veneza. Assim foi feito, Salieri estava muito nervoso, entretanto a calma e a tranquilidade reinaram assim que o Imperador começou a falar sobre música. Antônio aproveitou o momento para agradecer a Gassmann e que o considerava como um segundo pai. O nobre solicitou que o jovem cantasse e tocasse piano para ele, impressionando-se com o seu canto e habilidade ao piano. A partir deste momento, o Joseph II solicitou que Gassmann sempre trouxesse seu pupilo para as apresentações de música de câmara diárias realizadas durante jantar do imperador. Assim Salieri se tornou querido pelo Imperador, o que impulsionou sua progressão na carreira e sendo o início da relação entre monarca e o músico que perduraria até 1790 com a morte de Joseph II.
Trapassi
Nos salões da Corte conheceu Pietro Antônio Domenico Trapassi, o Metastasio, e Christoph Willibald Gluck. Metastasio apresentou a prosódia e a declamação de poesia italiana, sendo Gluck seu conselheiro informal, amigo e confidente.
Com a permissão de Gassmann fez sua estreia como compositor de uma ópera bufa completamente original, sua primeira ópera foi composta durante a temporada de inverno e carnaval de 1770 - Le donne letterate, baseada em Les Femmes Savantes de Molière, com um libreto de Giovanni Gastone Boccherini. Inicialmente a música deveria ser composta por Gassman, mas devido a outras atribuições ele repassou a responsabilidade para Salieri, que aceitou a tarefa com entusiasmo. Trabalhou com afinco, dedicação e muita paixão.
Na noite de estreia em Roma, Antônio estava muito ansioso, percorreu a cidade apenas para ver os folhetos com seu nome estampado. Chegando ao teatro, surpreendeu-se ao ver quantos vieram para ouvir a sua primeira ópera. Muitos foram os aplausos, a partir daí foram 34 anos de carreira operística compôs mais de 37 dramas originais.
No ano seguinte, escreveu Armida baseado no poema épico La Gerusalemme Liberata (Jerusalém Livre) de Torquato Tasso sobre um libreto de Marco Coltellini e estreou em 2 de Junho de 1771.
Em 1772 compôs três óperas, duas delas com um sucesso moderado, entretanto, La fiera di Venezia (A Feira de Veneza), foi um grande sucesso. La fiera foi escrita para o Carnaval e estreou em 29 de janeiro. Esta ópera apresentava um novo padrão que seria imitado por compositores posteriores, sendo a mais famosa e bem-sucedida delas Don Giovani de Wolfgang Amadeus Mozart.
Mozart
Seu nome torna-se popular em toda a Europa. Boa parte desta fama deve-se ao imperador Joseph que ajudou a espalhar o seu nome na Itália e na França, ajudado por sua irmã era Marie Antoinette e seus irmãos foram Leopold, Grão-Duque da Toscana, e Ferdinand, o governador da Lombardia. Joseph enviou uma cópia da ópera Armida a seu irmão Leopold e disse-lhe do grande sucesso que desfrutou em Viena. Leopold logo respondeu que ele gostaria de ter Salieri escrevendo uma ópera para Florença.
Durante seu tempo em Viena, Salieri adquiriu grande prestígio como compositor e maestro, particularmente de ópera, mas também de câmara e música sacra. Entre as mais bem-sucedidas de suas 37 óperas encenadas durante sua vida foram Armida (1771), La fiera di Venezia (1772), La scuola de 'Gelosi (1778), Der Rauchfangkehrer (1781), Les Danaides (1784), que foi o primeiro apresentado como uma obra de Gluck, La Grotta di Trofonio (1785), Tarare (1787), Axur, re d'Ormus (1788), La cifra (1789), Palmira, Regina di Persia (1795), Il mondo alla rovescia (1795), Falstaff (1799), e Cesare em Farmacusa (1800).
Também datam desta época a maioria de suas obras poucas instrumentais. Foram peças escritas para ocasiões desconhecidas. Temos:
- dois concertos para forte piano, um em Dó maior e um em Si bemol maior;
- um concerto para órgão em Dó Maior em dois movimentos;
- um concerto para oboé, violino e violoncelo em Ré maior,
- um concerto para flauta e oboé em Dó maior.
Salieri perdeu seu segundo pai e benfeitor. Gassmann faleceu no dia 22 de janeiro de 1774, a esposa e os filhos passam a ser protegidos por Salieri. O imperador ficou muito chateado com a perda de seu querido Kapellmeister, e ofereceu o cargo agora vago de Compositor Oficial da Corte a Salieri. Salieri tinha apenas 24 anos de idade na época quando foi nomeado diretor da ópera italiana pela corte Habsburg, cargo que ocupou entre 1774 e 1792, Durante sua carreira, ele também passou um tempo escrevendo obras para casas de ópera em Veneza, Roma e Paris. Suas obras dramáticas foram amplamente apresentadas em toda a Europa durante sua vida.
Durante esta fase de sua carreira, a música sacra não era prioritária para Antônio, entretanto compôs Alleluia para coro e orquestra em 1774.
No ano seguinte, 1775, conheceu a sua esposa, Therese von Helfersdorfer, ela era filha de um oficial da tesouraria imperial já falecido, antes que ele pudesse ter sua mão em casamento, deveria ter a permissão do guardião que seu pai havia nomeado antes de morrer. O guardião informou que permitiria que Salieri a desposasse caso fosse convencido de que poderia sustentá-la. Salieri afirmou que tinha tais condições, pois recebia trezentos ducados como Kapellmeister da ópera italiana, cem ducados como compositor imperial câmara, e que suas composições e aulas de música rendiam mais trezentos ducados por ano. Teve como resposta do guardião que só poderia considerar o que recebia da corte e se que Salieri retornasse somente se a sua posição houvesse melhorado. Ao tomar conhecimento disto, o Imperador elevou o salário de Salieri a trezentos ducados. Salieri voltou para o guardião e ele consentiu com o matrimônio, que aconteceu em 10 de Outubro daquele mesmo ano e que produziu oito filhos.
Compôs no ano seguinte a sinfonia em Ré maior, e o oratório La passione di Gesù Cristo com texto de Metastasio realizada durante o Advento. Ainda neste ano Joseph reorganizou os teatros da corte com ênfase no teatro falado. Isto permitiu Salieri retornasse à sua terra natal.
Gluck
No ano de 1778 Gluck recusou uma oferta para compor a ópera inaugural para La Scala, em Milão; sobre a sugestão de Joseph II e com a aprovação de Gluck, Salieri foi oferecido a comissão, que ele aceitou com gratidão. Joseph II concedeu permissão Salieri para tirar uma licença de ausência (mais tarde alargado) de um ano permitindo assim que ele escrevesse para La Scala e para realizar uma turnê pela Itália entre 1778 e 1780. Sua ópera L'Europa riconosciuta foi escolhida para inauguração. Salieri incluiu paradas em Veneza e Roma e, finalmente, um retorno a Milão. Nesta época, Salieri fazia sombra em Mozart.
Enquanto estava em licença e devido a má gestão financeira Joseph II decide acabar com a Ópera Italiana, abrindo em seu lugar o Teatro Nacional, que promoveria peças executadas em alemão ou musicais que refletissem o sentimento austríaco.
Após o seu regresso em 1780, Joseph encomendou a Salieri que escrevesse algo para o Teatro Nacional. Der Rauchfangkehrer (O limpador de chaminés) que estreou em 1781. Foi uma das duas únicas óperas alemãs escritas por Salieri. Foi muito bem sucedido até a estreia da ópera, Die Entführung Serail dem aus (O rapto do serralho), de autoria de Wolfgang Amadeus Mozart, que foram os dois grandes sucessos desta experiência e apenas a ópera de Mozart sobreviveria no palco para além do final do século 18.
O imperador decide reativar a Ópera Italiana em 1783. Com cantores em parte escolhidos e controlados por Salieri durante sua turnê italiana, a nova temporada abriria com uma versão ligeiramente retrabalhada de seu sucesso recente Gelosi La scuola de '. Salieri, em seguida, retornou a rotina de ensaios, composição e ensino.
Surge a oportunidade de escrever uma ópera para Paris através do patrocínio de Gluck. A ópera Les Danaides (As Danaides) é uma tragédia lírica em cinco atos com enredo foi baseado numa antiga lenda grega que tinha sido a base para a trilogia de Ésquilo, intitulado Os suplicantes. A ideia original era ajudar Gluck a terminar o trabalho praticamente concluído, mas Gluck não tinha conseguido escrever uma única linha e deu todo o projeto sobre a seu jovem amigo. Gluck temia que os críticos parisienses denunciassem que a ópera era de um jovem compositor conhecido principalmente por peças cômicas e assim a imprensa foi informada que era um novo trabalho de Gluck com a colaboração de Salieri, pouco antes da estreia da ópera a imprensa em Paris foi informada que o trabalho seria, em parte, composta por Gluck e em parte por Salieri, e, finalmente, após o sucesso popular e crítico, através de uma carta ao público de Gluck informava que a obra fora inteiramente escrita pelo jovem Salieri. Les Danaides foi recebido com grande aclamação e sua popularidade com o público e críticos produzidos vários novos pedidos de novas obras para audiências Paris por Salieri. Les Danaides seguiu a tradição da reforma que Gluck tinha começado na década de 1760 e que Salieri tinha emulado em sua ópera Armida anterior. A ópera com sua abertura escura, escrita coral pródigo, muitas cenas de balé, e final eletrizante que descreve um vislumbre de tortura infernal manteve a ópera no palco em Paris por mais de quarenta anos. Um jovem Hector Berlioz registrou a profunda impressão desta obra feita por ele em seu Mémoires.
Da Ponte
Em seu retorno a Viena conhece Lorenzo da Ponte, tem o seu primeiro encontro profissional com Mozart. Da Ponte escreveria o seu primeiro libreto para uma ópera de Salieri, Il ricco d’un giorno (Rico por um dia) em 1784, a obra não teve uma boa repercussão. Para a próxima empreitada, em 1785, Antônio decidiu trabalhar com Giambattista Casti como libretista, La Grotta di Trofonio (A Gruta de Trofonio) que alcança grande sucesso, enquanto Da Ponte trabalha com Mozart em As Bodas de Figaro.
Com o sucesso de ambos, o imperador Joseph II decide que ambos devessem contribuir com uma produção de um único ato para um banquete que daria em 1786. Salieri e Casti produziram uma paródia da relação entre o poeta e o compositor, Prima la Musica e Poi le Parole (Primeiro a Musica e então as Palavras).
Em Paris novamente, vê o fracasso de sua tragédia lírica Les Horaces (Os Horácios), porém o seu trabalho seguinte Tarare, uma ópera parisiense com libreto de Beaumarchais, que ampliava a reforma operística, trazendo uma síntese da poesia e da música que era uma antecipação dos ideais de Richard Wagner do século 18. O sucesso de sua ópera Tarare era tal que foi logo traduzido em italiano por ordem de Joseph II de Lorenzo Da Ponte como Axur, Re d'Ormus (Axur, o rei de Ormuz) e encenado no casamento real do Franz II em 1788. Essa adaptação se tornou o seu maior sucesso internacional. Axur foi amplamente produzido em toda a Europa e até mesmo chegou a América do Sul com a casa real de Portugal em 1824.
Casti
Salieri também criou uma cantata sacra Le dernier Jugement (O Julgamento Final).
Quando retorna a Viena, onde permaneceu para o resto de sua vida, em 1788, Salieri tornou-se Maestro da Orquestra Imperial (Imperiales Königliches Kapellmeister), sucedendo a Giuseppe Bonno, se mantendo no cargo até 1824. Foi presidente do "Tonkünstler-Societät" (sociedade dos artistas musicais) de 1788 a 1795, vice-presidente após 1795, e responsável pelos seus concertos até 1818.
Axur e bem como suas novas composições concluídas até 1792 marcariam o auge de sua popularidade e influência. Assim como seu apogeu da fama estava sendo atingido no exterior, sua influência em Viena começaria a diminuir com a morte de Joseph II em 1790. A morte de Joseph privou Salieri de seu maior patrono e protetor. Durante este período de mudança imperial em Viena e fermento revolucionário na França, Salieri compôs dois dramas musicais extremamente inovadoras adicionais para libretos por Giovanni Casti. Devido, no entanto, as suas inclinações políticas satíricos e abertamente liberais, ambas óperas eram vistos como inadequados para apresentação pública nas culturas politicamente reativas de Leopold II e mais tarde Francis II. Isto resultou em duas de suas óperas mais originais de serem expedidos para a gaveta da escrivaninha, nomeadamente Cublai, gran kan de 'Tartari (Kublai Grande Kahn da Tartária) uma sátira sobre a autocracia e intrigas da corte na corte da Czarina russa, Catarina, a Grande e Catilina uma peça semicômica - semitrágica da conspiração de Catilina que tentou derrubar a república romana durante o consulado de Cícero. Estas óperas foram compostas em 1787 e 1792 respectivamente. Duas outras óperas de pouco sucesso e de longo prazo importância foram compostas em 1789, e um grande sucesso popular La cifra (A Cipher).
Como a posição política de Salieri tornou-se muito insegura estava aposentado como diretor da ópera italiana em 1792. Ele continuou a escrever óperas novas por contrato imperial até 1804, quando ele retirou voluntariamente do palco. De suas obras tardias para o palco apenas duas obras ganharam estima larga popular durante sua vida, Palmira, regina di Pérsia (Palmira, a rainha da Pérsia) 1795 e Cesare em Farmacusa (Caesar em Pharmacusa), ambos desenho sobre o sucesso heróico e exótico estabelecido com Axur. Sua ópera tardia baseada em William Shakespeare As Alegres Comadres de Windsor, Falstaff ossia Le tre burle (Falstaff, ou os três truques), de 1799 encontrou um público mais amplo nos tempos modernos do que a sua recepção inicial prometida. Sua última ópera foi um singspiel alemão Die Neger, (Os negros), um melodrama definido na Virgínia colonial com um texto de Georg Friedrich Treitschke (o autor do libreto para Fidelio de Beethoven), realizado em 1804 e foi um completo fracasso.
Antonio Salieri havia alcançado uma elevada posição social, sendo frequentemente associado com outros celebrizados compositores, como Joseph Haydn ou Louis Spohr. Desempenhou um papel importante na música clássica do século XIX e ensinou compositores famosos como Ludwig Van Beethoven, Carl Czerny, Johann Nepomuk Hummel, Franz Liszt, Giacomo Meyerbeer, Ignaz Moscheles, Franz Schubert e Franz Xaver Süssmayr. Ensinou também ao filho mais novo de Mozart, Franz Xaver.
Antônio Salieri faleceu no dia 07 de Maio de 1825, foi sepultado no Matzleinsdorfer Friedhof, Áustria. Em seu funeral em 22 de junho de 1825 o seu próprio Requiem em Dó menor - composta em 1804 - foi realizada pela primeira vez. Seus restos mortais foram posteriormente transferidos para o Zentralfriedhof (Cemitério Central de Viena). Seu monumento é adornado por um poema escrito por Joseph Weigl, um de seus alunos:

Descanse em paz!
Descoberto pela poeira
A eternidade deve florescer para você.
Descanse em paz!
Em harmonias eternas
Seu espírito agora é posto em liberdade.
Ele manifestou-se
Nas encantadoras notas,
Agora ele está flutuando
Para a beleza eterna.


Sua música foi bastante conhecida na sua época. As lendas a respeito do seu relacionamento com Wolfgang Amadeus Mozart, com quem conviveu em Viena até a morte deste, foram criadas pela peça de teatro de Peter Shaffer, adaptada para o cinema, sob direção de Milos Forman, com o título Amadeus. O filme, vencedor de oito Óscares, em 1984, retrata um Salieri invejoso do gênio de Mozart, ao mesmo tempo admirador e que possui um bom talento musical. Tal imagem é resultante da liberdade ficcional dos realizadores, não correspondendo à figura histórica do compositor. Entretanto serviu para ressuscitar a sua música que lentamente desapareceu do repertório entre 1800 e 1868, e foi raramente ouvida após esse período até a apresentação desta peça e do filme.
Sua obra recuperou alguma popularidade, sendo também objeto de crescentes estudos acadêmicos. Além disso, foi criado o Festival Salieri de Ópera patrocinado pela Fondazione Culturale Antônio Salieri e dedicado à redescoberta de seu trabalho e aqueles de seus contemporâneos. Ele está se desenvolvendo como um evento anual de outono em sua cidade natal de Legnago, onde um teatro foi renomeado em sua honra.
Teatro Salieri. Legnago - VR


https://drive.google.com/drive/folders/0B4FphzZsBcqhVC10QzQ2eDl4VDg?resourcekey=0-k4nSMQgw_eXp3BUIBTs4dQ&usp=sharing

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

QUE BACH É ESSE?





Não vou aqui comentar sobre a sua vida e obra, pois isto já foi feito, vide link:

http://harmoniasangreal.blogspot.com.br/2013/11/johann-sebastian-bach.html


E sim sugerir a audição de parte de sua obra tocada por instrumentos pouco usuais, mas com interpretações surpreendentes:
banjo

Que tal ouvir Bach tocado num banjo acompanhado por um violino, um violoncelo, uma marimba, um contrabaixo, um bandolim, um violão folk e um violão.
O responsável por esta interpretação é o músico nova iorquino Béla Fleck, que gravou em 2001 o álbum Perpetual Motion com transcrições de obras de Domenico Scarlatti, Debussy, Chopin, Tchaikovsky, Brahms, Paganini, Beethoven e claro Johann Sebastian Bach que é o destaque do disco.
As obras de Bach são:
– BWV 777 - Invenção a duas vozes no. 06 em Mi maior,
– BWV 782 - Invenção a duas vozes no. 11 em Sol menor,
– BWV 784 - Invenção a duas vozes no. 13 em Lá menor,
– BWV 793 - Invenção a três vozes (Sinfonia) em Mi menor,
– BWV 796 - Invenção a três vozes (Sinfonia) em Sol maior,
– BWV 801 - Invenção a três vozes (Sinfonia) em Si menor,
– BWV 1006 - Partita no. 03 em Mi maior – Prelúdio
– BWV 1007 - Suíte no. 01 em Sol maior – Prelúdio


braguinha
cavaquinho
Conhece o Ukulelê?
Não confunda com o cavaquinho, ambos têm a sua origem, no braguinha português, uma espécie de viola usada ainda hoje nos Açores, os dois instrumentos tem algumas diferenças tais como:
Encordoamento – enquanto o cavaquinho usa cordas de aço, o ukulele usa o nylon;
Afinação – cavaquinho da corda mais fina para a mais grossa: Ré, Si,
Sol, Ré. Ukulelê também da mais fina para a mais grossa: Sol, Dó, Mi, La;
Tamanho – o cavaquinho tem escala usual de 17”, enquanto que o ukelelê varia de acordo com o seu tipo que pode ser soprano, concert, tenor e barítono.
Como se Toca – o ukelelê normalmente com os dedos, o cavaquinho com palheta.
Sonoridade – ukelelê suave, cavaquinho som cortante.
ukelelê


Bom após esta breve diferenciação eis John King músico nascido em San Diego na Califórnia, que nos brinda com a releitura de algumas obras de Johann Sebastian Bach exclusivamente no ukelelê, em seu álbum JOHANN SEBASTIAN BACH PARTITA NO. 3 AND OTHER WORKS TRANSCRIBED FOR UKULELE de 2006.
As obras gravadas neste trabalho são:
- BWV 147 - Cantata “Herz und Mund und Tat und Leben” - Jesus bleibet meine freude (Jesus Alegria dos Homens)
- BWV 846 - O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Dó maior – Prelúdio - (base de Ave Maria de Gounod)
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – Prelude
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – Loure
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – Gavotte en rondeau
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – menuett I e II
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – Bourree
- BWV 1006 - Partita para violino no. 3 em Mi maior – Gigue
- BWV 1007 - Suíte para violoncelo em Sol maior – Prelúdio
- BWV 1007 - Suíte para violoncelo em Sol maior – Sarabande
- BWV 1007 - Suíte para violoncelo em Sol maior – Gigue
- BWV 1010 - Suíte para violoncelo no. 4 em Mi bemol maior – Bourree I e II
- BWV 1011 - Suíte para violoncelo no. 5 em Dó menor – Gavotte I e II
- BWV 1012 - Suíte para violoncelo no. 6 em Ré maior – Gavotte I e II

bandolim

Por fim, e para tornar a coisa um pouco mais erudita, o bandolim... Instrumento para o qual Johann Sebastian Bach compôs obra alguma, cabendo então aqui também o trabalho de transcrição das obras feitas pelo bandolinista israelense Avi Avital, que em 2012 lançou o álbum Bach, interpretando as seguintes obras:
- BWV 1034 - Sonata para flauta e baixo contínuo no. 5 em Mi menor – 4 movimentos - adagio ma non troppo, allegro, andante e alegro;
- BWV 1041 - Concerto para violino, orquestra de cordas e baixo contínuo no. 1 em Lá menor  – 3 movimentos - sem indicação de andamento, andante e allegro assai
- BWV 1052 - Concerto para cravo, orquestra de cordas e baixo contínuo no. 1 em Ré menor  – 3 movimentos - Allegro, Adagio e Allegro
- BWV 1056 - Concerto para cravo, orquestra de cordas e baixo contínuo no. 5 em Fá menor  – 3 movimentos - sem indicação de andamento, largo e presto

Agradecimento especial ao grande influenciador, que apresentou este material: Vassily Genrikhovich do blog PQPBach - http://pqpbach.sul21.com.br/

Divirtam-se