terça-feira, 26 de novembro de 2013

Domenico Scarlatti

Nascido em Nápoles em 26 de Outubro de 1685, foi um compositor do período Barroco radicado na Corte Portuguesa de Dom João V. Passou a maior parte de sua vida em Portugal e Espanha. Teve grande influência no desenvolvimento do Período Clássico da Música, embora tenha vivido a maior parte de sua vida dentro do período Barroco.

Filho de Alessandro Scarlatti, provavelmente o seu primeiro professor. Também foram seus professores: Gaetano Greco, Francesco Gasparini e Bernardo Pasquini, que influenciou o seu estilo musical.
Contemporâneo de outros dois grandes mestres do Barroco: Bach e Handel.
Handel                      JS Bach
Dom João V
Há uma história de que numa competição com Georg Friedrich Handel, no palácio do Cardeal Ottoboni, em Roma, ele talvez tenha sido julgado superior a Handel no cravo, embora inferior com relação ao órgão. Mais tarde Scarlatti ficou conhecido pela veneração com que ser referia às habilidades de Handel.
Em 1720, ou 1721, Scarlatti foi a Lisboa onde ensinou música para a princesa portuguesa Maria Magdalena Bárbara (Maria Bárbara de Bragança). Esteve novamente em Nápoles no ano de 1725. Durante uma visita a Roma em 1728, casou-se com Maria Caterina Gentili. Em 1729 mudou-se para Sevilha onde permaneceu por quatro anos. Ali veio a conhecer o flamenco.
D. Maria Bárbara de Bragança
 Em 1733 foi a Madri para assumir o cargo de músico máster da princesa Maria Bárbara, que se casara com o Príncipe Herdeiro de Espanha. Durante o período que permaneceu na Espanha, compôs mais de quinhentas sonatas para teclado e é por esses trabalhos que ele hoje é lembrado.
Domenico Scarlatti faleceu em Madri, aos 71 anos de idade, no dia 23 de Julho de 1757, sua casa na Calle Leganitos é identificada com uma placa histórica e seus descendentes ainda vivem naquela cidade.
Apenas uma fração de suas obras foi publicada em vida. Parece que o próprio Scarlatti supervisionou a publicação, em 1738, de sua coleção mais famosa, um livro de 30 Essercizi (Exercícios) que foram aclamados em toda a Europa com o apoio irrestrito do mais proeminente escritor sobre música do século XVIII, o Dr. Charles Burney.
As muitas sonatas não publicadas durante a vida de Scarlatti foram impressas de forma irregular ao longo dos dois séculos e meio seguintes. Apesar disso, Scarlatti atraiu a atenção de admiradores notáveis inclusive Chopin, Brahms, Bartok, Schenker e Horowitz. Particularmente a escola russa de piano tem sido apoiadora e divulgadora das sonatas.
Os irmãos Assad (Sergio e Odair) virtuoses do violão clássico, arranjaram e gravaram ao violão diversas sonatas de Scarlatti para teclado.

Seu nome consta em diversas relações de maçons ilustres, porém não consegui informações mais precisas.
Acesse o link abaixo para ouvir algumas peças do autor:

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quantz

Esta postagem é especialmente para os apreciadores de flauta...

Johann Joachim Quantz nasceu em 30 de janeiro de 1697, em Oberscheden (próximo a Gottingen, Alemanha). Filho de um modesto ferreiro, seu destino provavelmente seria seguir a profissão do pai. Entretanto, iniciou-se muito cedo na música, e com a morte de seu pai quando tinha apenas dez anos, passou a estudar violino com o seu tio Julios Quantz, músico da cidade de Mersebourg. Estudou sucessivamente oboé e trompete.
Durante este período também conheceu os trabalhos dos principais compositores barrocos.
Pisendel
Em 1716, aos dezenove anos, tornou-se membro da orquestra de Dresden, a mais famosa da Europa na época. Alargando os seus horizontes musicais, estudou contraponto em Viena e composição (1727) com Johann Georg Pisendel. Em 1718, instalou-se novamente em Dresden, onde foi designado oboísta, pela orquestra do rei da Polônia, Augusto II, de 1718 a 1723.
Dresden era um centro cosmopolita para as artes e ciências, e possuía uma das maiores casas de óperas e capelas musicais da Europa. Naquele tempo, a corte de Dresden teve em seu meio alguns grandes nomes, como Silvius Leopold Weiss, o flautista Buffardin e os violinistas Veracini e Pisendel. Temendo que o oboé lhe trouxesse muitas limitações, Quantz preferiu estudar flauta, tendo aulas (1719) com o melhor flautista de sua época, Pierre Gabriel Buffardin.
Weiss                      Buffardin                 Veracini

Seu interesse pela composição começou a crescer, especialmente para os trabalhos com flauta, e em 1720 escreveu suas primeiras composições. De 1724 a 1727, teve muitas oportunidades de tocar para as realezas da Europa, nas grandes cidades como Varsóvia, Praga, Roma, Nápoles, Milão, Turim, Lion, Paris, Londres. Conheceu os maiores músicos de seu tempo, como Vivaldi, Scarlatti, Tartini (1723, Praga), Gasparini, Farinelli (1725), Händel (1726).
Após esta grande excursão, foi oferecido a Quantz um posto de flautista solo na orquestra da capela real de Dresden. Em 1727, tornou-se, segundo os seus biógrafos, o maior flautista da Europa.
Em 1728, durante uma visita a Berlim, Quantz tocou para o príncipe da Prússia. Frederico, 16 anos mais velho, ficou tão encantado com o músico que resolveu ter aulas de flauta com o ele, apesar das objeções de seu pai, o rei Frederico Guilherme I que considerava a música como um passatempo “para mulheres”. Durante os próximos treze anos, Quantz iria duas vezes por ano dar aulas ao futuro rei.
Frederico II
Quando Frederico subiu ao trono em 1741, tornando-se Frederico II, Quantz foi convidado a morar na residência real de Potsdam, onde o novo monarca vivia rodeado por músicos como Benda, Graun, e Carl Philipp Emmanuel Bach. Quantz tornou-se o compositor da corte, diretor da orquestra, professor do rei e fabricante de flautas. Em 1747, conheceu J.S.Bach, em Potsdam, e em 1750, conheceu Voltaire.
Frederico II, o Grande, foi um gênio político e militar. Trouxe muitas reformas nos campos da lei, da educação e da economia. Suas preocupações intelectuais e de sua corte foram fortemente influenciados pela França. Quantz serviu ao rei Frederico II até o dia de sua morte, em 12 de julho de 1773, em Potsdam (Alemanha)
Quantz viveu um período importante da história musical. Pertenceu à chamada “Escola de Berlim”, vivendo num período de transição entre o barroco e o classicismo. Também foi responsável por muitas inovações no desígnio da flauta, inclusive a adição de chaves para melhorar a entonação e a invenção de um novo afinador.
A produção de Quantz é extraordinária. Compôs músicas de câmara para flauta, violino e baixo contínuo, 204 sonatas para flauta, 12 duetos, etc.
Quantz escreveu cerca de 300 concertos para flauta. O Concerto para flauta em sol maior, é o seu mais conhecido concerto para flauta. É um trabalho modelar, de uma vivacidade invulgar, tanto na parte solista como na parte orquestral e muito bem estruturado no seu todo, revelando o porque, ter sido Quantz, o escolhido mestre de Frederico II. Digno de nota a extraordinária pulsação rítmica deste concerto.

Quantz não foi somente um músico excelente, mas também um grande observador das cenas musicais de seu tempo. Em 1752, publicou o seu famoso tratado , que não só oferece interesse considerável pela prática da flauta, mas também para muitos outros instrumentos.

Para audição e download:

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian Bach nascido em 21 de Março de 1685 (segundo o calendário juliano, então em uso, correspondendo ao dia 31 de Março do atual calendário gregoriano) na cidade de Eisenach na Turíngia – atual Alemanha é considerado o maior compositor da história da música em todos os tempos. Descendente de uma tradicional família de músicos e cantores.

Johann Ambrosius Bach
Com o pai Johann Ambrosius Bach aprendeu os rudimentos da música. Entre os nove e dez anos viu a morte levar a mãe e o pai. Passando a morar com seu irmão Johann Cristoph Bach que era 16 anos mais velho do que ele e não lhe dava incentivo para que continuasse a estudar música, impedindo o acesso às partituras, entretanto à noite no escuro sob a luz da lua estudava tais partituras e fazia transcrições às escondidas.
Aos 18 anos era organista em Arnstadt. Com 22 anos casou-se com sua prima Maria Bárbara Bach, matrimônio que durou 13 anos e gerou sete filhos. Maria Bárbara faleceu em 1720.
Em 1708 foi nomeado organista da Corte e seis anos depois diretor de orquestra na Corte do Duque Wilhelm Ernst em Weimar.
Entre 1717 e 1723, foi mestre de capela (Kapellmeister) na corte de príncipe Leopold de Anhalt-Köthen.
Em 1721 voltou a casar, desta vez com a cantora Anna Magdalena Wülcken, ele tinha 36 anos e ela tinha 20 anos era filha do trompetista da cidade, uma excepcional companheira, de grande valor para o compositor.

Maria             Anna
Anna-Madalena é a autora de um dos mais sinceros testemunhos de admiração por alguém, a "Crônica de Anna-Madalena", um livro de memórias que é do início ao fim, um elogio à pessoa e ao gênio de Johann Sebastian Bach.
Este matrimônio gerou mais treze filhos. Dez dos filhos que teve em ambos os matrimônios morreram ainda na infância.
A partir de 1723 e até a sua morte Bach foi Diretor de Música (Kantor) na igreja de São Tomás em Leipzig.
Quatro de seus filhos foram compositores respeitados. Destacando-se Wilhelm Friedmann Bach (1710-1784) que segundo o pai era o mais talentoso do seus filhos, Carl Phillipp Emanuel Bach (1714-1788), de quem Mozart tinha uma opinião excelente, e que viria ser o Bach mais famoso de sua época, Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795) e Johann Christian Bach (1735-1782), que ficou famoso na Inglaterra.
        Wilhelm                     Carl             Johann Cristoph    Johann Christian 
Ao final de 1749, Bach foi operado da visão por um cirurgião inglês ambulante, e os resultados catastróficos desta operação levaram-no a cegueira completa. Morreu no dia 28 de julho de 1750. Foi enterrado num sepulcro sem marca na igreja de St. Thomas.
Sua vida passou-se em ambientes modestos, e sem maiores contatos com o mundo exterior. Quase nada se sabe de sua personalidade: devoção luterana que combina com apreço aos prazeres deste mundo; bom pai de família; funcionário pontual, mas homem irascível, sempre brigando com seus superiores; homem culto, mas inteiramente dedicado à sua enorme produção de obras, que só foram escritas para uso funcional ou para exercícios de música em casa.
Teve seu ápice no gênero da fuga com a obra O Cravo Bem Temperado, consiste de 24 peças em cada uma das tonalidades maiores e menores. Outro trabalho importante é A Arte da Fuga, que ficou incompleto com a sua morte, composto com a intenção de que fosse um conjunto de exemplos das técnicas de contraponto.
Outras obras interessantes sãos os Concertos de Brandenburgo, as Variações Goldberg, as Suítes para orquestra e para violoncelo, os concertos para violino e a Missa em Si Menor, além das músicas sacras compostas para a Igreja Luterana, tais como as cantatas e as paixões para as cerimônias de Sexta Feira Santa.
Bach nunca teve à sua disposição uma grande orquestra. Mas, de acordo com suas possibilidades, escreveu verdadeiras obras-primas orquestrais.
Johann Sebastian escrevia no final das suas partituras as 3 letras SDG (Solo Deo Gloria). E no início: JJ (Jesu Juva).
Haendel
Telemann
Durante a sua vida Bach tornou-se mais conhecido como organista, consultor e construtor de órgãos, como compositor achavam-no antiquado e sem criatividade, Haendel e Telemann eram mais apreciados. Na época que se seguiu a sua morte, Bach caiu no esquecimento.
Este esquecimento teria como grande culpado o filho que Bach tinha mais confiança, Wilhelm Friedemann, pois possuía uma personalidade evasiva, nunca se fixando nos empregos, e muitas vezes em dificuldades financeiras. Essas dificuldades levaram-no, muitas vezes, a vender várias partituras de seu pai. Nesse processo perderam-se para sempre várias paixões compostas por Johann Sebastian (quem sabe agora fossem elas tão apreciadas como as Paixões segundo São Mateus e São João). Se não tivesse sido o cuidado que teve Carl Philipp Emanuel Bach em conservar os manuscritos de seu pai, o mundo poderia ter sido privado de uma boa parte das obras primas de Bach.
Mendelssohn
Em 11 de Março de 1829, Felix Mendelssohn descobre a Paixão segundo São Mateus, e com isso, iniciou o movimento por reavivar e executar a música instrumental mais antiga, até então bastante esquecida.
Alguns compositores e músicos conheciam e apreciavam a sua obra, dentre eles Haydn, Mozart e Beethoven. Com a sua morte, os estudiosos de música marcam o fim da idade Barroca.

O Sistema de numeração BWV - O registro das obras de Bach foi elaborado por Wolfgang Schmieder e é conhecido pelas siglas "BWV", que significam Bach Werke Verzeichnis ('Catálogo de Obras de Bach'), publicado em 1950 tendo uma variante que usa a letra S no lugar de BWV, significando Schmieder.

O catálogo não é cronológico e sim organizado tematicamente:
BWV 1-524 são as cantatas, corais e canções sacras,
BWV 525-994 obras para orgão e outros instrumentos de teclado,
BWV 995-1000 musica para alaúde,
BWV 1001-1071 música de câmara e orquestral,
BWV 1072-1126 cânones e fugas.
Para a compilação do catálogo, apesar de quase metade da obra de Bach ter sido perdida ao longo do tempo, Schmieder seguiu grande parte da "Bach Gesellschaft Ausgabe" (edição da sociedade Bach), uma ampla edição dos trabalhos do compositor produzida entre 1850 e 1905.

Várias relações de Ilustres Maçons apontam JS Bach como membro de nossa Augusta Ordem, entretanto apenas o seu filho Johann Christian Bach realmente foi iniciado.

Para ouvir algumas obras citadas, acesse o link:
https://drive.google.com/drive/folders/0B4FphzZsBcqhUDBfbWx6UHlDdms?resourcekey=0-xV2qPleXTfu6zsZtLNwO-g&usp=sharing