Esta postagem é especialmente para os apreciadores de flauta...
Johann Joachim Quantz
nasceu em 30 de janeiro de 1697, em Oberscheden (próximo a Gottingen,
Alemanha). Filho de um modesto ferreiro, seu destino provavelmente seria seguir
a profissão do pai. Entretanto, iniciou-se muito cedo na música, e com a morte
de seu pai quando tinha apenas dez anos, passou a estudar violino com o seu tio
Julios Quantz, músico da cidade de Mersebourg. Estudou sucessivamente oboé e
trompete.
Durante este período também conheceu os trabalhos dos principais
compositores barrocos.
Pisendel |
Em 1716, aos dezenove
anos, tornou-se membro da orquestra de Dresden, a mais famosa da Europa na
época. Alargando os seus horizontes musicais, estudou contraponto em Viena e
composição (1727) com Johann Georg Pisendel. Em 1718, instalou-se novamente em
Dresden, onde foi designado oboísta, pela orquestra do rei da Polônia, Augusto
II, de 1718 a
1723.
Dresden era um centro
cosmopolita para as artes e ciências, e possuía uma das maiores casas de óperas
e capelas musicais da Europa. Naquele tempo, a corte de Dresden teve em seu
meio alguns grandes nomes, como Silvius Leopold Weiss, o flautista Buffardin e
os violinistas Veracini e Pisendel. Temendo que o oboé lhe
trouxesse muitas limitações, Quantz preferiu estudar flauta, tendo aulas (1719)
com o melhor flautista de sua época, Pierre Gabriel Buffardin.
Weiss Buffardin Veracini |
Seu interesse pela
composição começou a crescer, especialmente para os trabalhos com flauta, e em
1720 escreveu suas primeiras composições. De 1724 a 1727, teve muitas
oportunidades de tocar para as realezas da Europa, nas grandes cidades como
Varsóvia, Praga, Roma, Nápoles, Milão, Turim, Lion, Paris, Londres. Conheceu os
maiores músicos de seu tempo, como Vivaldi, Scarlatti, Tartini (1723, Praga),
Gasparini, Farinelli (1725), Händel (1726).
Após esta grande excursão,
foi oferecido a Quantz um posto de flautista solo na orquestra da capela real
de Dresden. Em 1727, tornou-se, segundo os seus biógrafos, o maior flautista da
Europa.
Em 1728, durante uma
visita a Berlim, Quantz tocou para o príncipe da Prússia. Frederico, 16 anos
mais velho, ficou tão encantado com o músico que resolveu ter aulas de flauta
com o ele, apesar das objeções de seu pai, o rei Frederico Guilherme I que
considerava a música como um passatempo “para mulheres”. Durante os próximos
treze anos, Quantz iria duas vezes por ano dar aulas ao futuro rei.
Frederico II |
Quando Frederico subiu ao
trono em 1741, tornando-se Frederico II, Quantz foi convidado a morar na
residência real de Potsdam, onde o novo monarca vivia rodeado por músicos como
Benda, Graun, e Carl Philipp Emmanuel Bach. Quantz tornou-se o compositor da
corte, diretor da orquestra, professor do rei e fabricante de flautas. Em 1747,
conheceu J.S.Bach, em Potsdam, e em 1750, conheceu Voltaire.
Frederico II, o Grande,
foi um gênio político e militar. Trouxe muitas reformas nos campos da lei, da
educação e da economia. Suas preocupações intelectuais e de sua corte foram
fortemente influenciados pela França. Quantz serviu ao rei Frederico II até o
dia de sua morte, em 12 de julho de 1773, em Potsdam (Alemanha)
Quantz viveu um período
importante da história musical. Pertenceu à chamada “Escola de Berlim”, vivendo
num período de transição entre o barroco e o classicismo. Também foi
responsável por muitas inovações no desígnio da flauta, inclusive a adição de
chaves para melhorar a entonação e a invenção de um novo afinador.
A produção de Quantz é
extraordinária. Compôs músicas de câmara para flauta, violino e baixo contínuo,
204 sonatas para flauta, 12 duetos, etc.
Quantz escreveu cerca de
300 concertos para flauta. O Concerto para flauta em sol maior, é o seu mais
conhecido concerto para flauta. É um trabalho modelar, de uma vivacidade
invulgar, tanto na parte solista como na parte orquestral e muito bem
estruturado no seu todo, revelando o porque, ter sido Quantz, o escolhido
mestre de Frederico II. Digno de nota a extraordinária pulsação rítmica deste
concerto.
Quantz não foi somente um
músico excelente, mas também um grande observador das cenas musicais de seu
tempo. Em 1752, publicou o seu famoso tratado , que não
só oferece interesse considerável pela prática da flauta, mas também para
muitos outros instrumentos.
Para audição e download:
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