O jovem Ponce |
Manuel Maria Ponce Cuéllar nascido no dia 8 de dezembro de 1882, em Zacatecas, México. Com dois meses de idade sua família mudou-se para Aguascalientes, cidade que ele sempre teve como sua terra natal, onde permaneceu até os seus 15 anos de idade.
Sua mãe incentivou seus
filhos a estudarem música e outras artes. Sua irmã Josefina notou o interesse
de seu irmão na música e lhe deu suas primeiras aulas de piano e solfejo, aos
quatro anos. Com isso Manuel Ponce aprendeu a ler música antes de aprender a
ler o alfabeto.
Aos cinco anos de idade compôs
a sua primeira composição, La danza del sarampión, escrita enquanto estava com
sarampo. Somente aos dez anos tem aulas com um autêntico professor de piano,
mesma época em que ingressou no coro infantil do templo de San Diego. Aos treze
se tornou organista ajudante e aos quinze, organista titular dessa igreja.
Já com certo prestigio como
pianista e compositor entra em 1901 no Conservatório Nacional de Música,
permanecendo naquela instituição até 1903, ano em que retornou a Aguascalientes,
descontente com o curso, que achou acadêmico demais.
Começou a pesquisar o
folclore mexicano, estudando a música popular de seu país.
Em 1904, rumou para Itália onde
estudaria no Liceu Rossini em Bolonha, tendo aulas de composição com Luigi
Torcchi e Cesare Dall’Olio, alunos de Giacomo Puccini, posteriormente foi para
Berlim na Alemanha estudar no Conservatório Stern sendo então aluno de Martin
Krause entre 1906 e 1908.
Por motivos financeiros retornou
ao seu país para lecionar piano e história da música no Conservatório Nacional
de Música nos períodos entre 1909 e 1915 e 1917 a 1922.
Em 1911 escreveu um concerto
para piano e orquestra e no ano seguinte sua obra mais famosa Estrellita, que
não se trata de uma canção de amor e sim uma canção de saudade. Ainda em 1912 no
Arbeau Theater apresentou um concerto memorável de música mexicana popular que
escandalizou os defensores da música clássica europeia, tornando-se um marco na
história da música nacional mexicana.
Este hiato refere-se ao período
em que se exilou em Cuba na cidade de Havana durante a Intervenção de 1915 a
1917. Época em que escreveu algumas obras de forte caráter cubano, como a
Sonata para violoncello y piano, a Suíte Cubana, a Rapsódia Cubana e a Paz de
Ocaso para piano.
Clema & Manuel |
Em 1917 ele se casou com
Clementina Maurel (carinhosamente chamada de Clema), contralto de origem
francesa. Tornou-se maestro da Orquestra Sinfônica Nacional do México, cargo
que abandonou em 1919 por motivos políticos, e passou a se dedicar à
composição, ao ensino e à crítica musical.
Villa-Lobos |
"Eu me recordo que lhe
perguntei, se os compositores de seu país naquele momento demonstravam algum
interesse em música nativa, como eu vinha fazendo desde 1912, me respondeu que
ele mesmo trabalhava nessa direção. Fique muito contente ao saber que nessa
parte distante do meu continente havia outro artista que estava armando-se com
os recursos do folclore de seu povo na luta pela independência do futuro
musical de seu país”.
Em 1923, assistiu a um
recital de Andres Segovia no México. No dia seguinte, ele escreveu um artigo
elogioso em sua coluna “Crônicas Musicales por Manuel M. Ponce” no El Universal.
Segovia se interessou em
conhecer o autor de tal artigo que o elofiou de tal maneira, ao saber que Ponce
era também compositor pediu que escrevesse algo para violão, prontamente escreveu
uma pequena obra intitulada, no manuscrito, De México para Andrés Segovia, Allegretto
quasi serenata. Segóvia sugeriu que aquela peça fosse apenas um movimento de algo
maior e assim Ponce escreveu a Sonata Mexicana.
Andrés Segóvia |
Em 1925 querendo ampliar sua
técnica de composição e fez nova viagem a Europa, agora indo até a França, onde
reencontrou com Andrés Segovia, que já residia em Paris. Clema e Manuel passaram
a conviver com o casal Andrés e Adelaida Segovia. Com frequente ajuda
financeira de Andrés fizeram aulas de harmonia juntos. Segovia além de divulgador
de sua obra violonística, foi também seu mecenas.
Paul Dukas |
Joaquín Rodrigo |
Em 1928 sua obra Miniaturas
para quarteto de cordas ganhou um concurso de composição em Barcelona. Por
motivos financeiros teve que abandonar as aulas de Dukas, entretanto seguiu
tendo aulas com ele como ouvinte. Com a ajuda de Segovia e o empenho de sua
esposa para que o governo mexicano pagasse uma bolsa de estudos para Ponce, ele
terminou suas aulas com Dukas em 1932, com nota 30 ao invés da nota máxima 10.
Em 1933 começou a ensinar
piano e história da música no Conservatório Nacional de Música do México e
Composição na Universidade do México. Dois meses depois foi nomeado diretor do
Conservatório. A partir de então sua produção para violão foi ficando cada vez
mais escassa e chegou a ficar um bom tempo sem manter qualquer contato com
Segovia. Nesse período ele se voltou para a composição de obras para crianças
(devido a seu ofício como professor), obras sinfônicas e concertos, entre eles
o Concierto del Sur para violão e orquestra, que estreou em Montevidéu em 4 de
outubro de 1941 num clima altamente festivo.
Ponce se fez presente nessa
ocasião e ministrou cursos, palestras, participou de reuniões nas sociedades
musicais uruguaias, assistiu a concertos em que obras suas foram executadas.
Todo esse evento contou com a organização e influência de Segovia, nesse
período residindo em Montevidéu. A saúde sempre fraca de Manuel Maria Ponce
passou a ficar mais grave a partir de 1946, período em que vários órgãos
oficiais do México demonstraram interesse em condecorá-lo por honra ao mérito
de sua produção musical.
Míguel Aleman |
Em 1947 ele recebeu o Prêmio Nacional de Ciências e Artes, entregue pelas mãos do então Presidente da República, Miguel Alemán.
Três meses depois no dia 24
de abril de 1948, aos 66 anos, faleceu na Cidade do México. Seu corpo foi sepultado
no Salão dos Homens Ilustres no Panteão de Dolores na Cidade do México.
Em sua
homenagem há uma placa de reconhecimento pelo estado de Aguascalientes, na base
da coluna de O Exedra, ao lado de uma fonte dedicada a este poeta musical, na
cidade de Aguascalientes, onde ele cresceu e estudou primeiramente música.
Sepultura de Ponce |
Fonte em sua homenagem em Aguascalientes |
Ponce escreveu música para instrumentos
solo, conjuntos de câmara e orquestra. Suas obras para piano e violão superam
aqueles que se dedicaram a outros instrumentos solo.
Ponce |
A música para Violão de Ponce
é uma parte essencial do repertório do instrumento, as obras mais conhecidas são
Variações e Fuga sobre 'La Folia' (1929) e Sonatina meridional (1939). Ele
também escreveu um concerto para violão - Concierto del sur - que é dedicado ao
seu amigo de longa data e virtuoso violonista Andrés Segovia. Seu último
trabalho conhecido foi dedicado ao Padre Antonio Brambila, Variações sobre um
Tema de Cabezón, escrito em 1948, poucos meses antes de sua morte.
Link:
https://drive.google.com/drive/folders/0B4FphzZsBcqhR1UwVGNhRGhWX3M?resourcekey=0-19YmB7uYqoRjNp5E1Rz3eQ&usp=sharing
Link:
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