quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

PONCE

O jovem Ponce

Manuel Maria Ponce Cuéllar nascido no dia 8 de dezembro de 1882, em Zacatecas, México. Com dois meses de idade sua família mudou-se para Aguascalientes, cidade que ele sempre teve como sua terra natal, onde permaneceu até os seus 15 anos de idade.
Sua mãe incentivou seus filhos a estudarem música e outras artes. Sua irmã Josefina notou o interesse de seu irmão na música e lhe deu suas primeiras aulas de piano e solfejo, aos quatro anos. Com isso Manuel Ponce aprendeu a ler música antes de aprender a ler o alfabeto.
Aos cinco anos de idade compôs a sua primeira composição, La danza del sarampión, escrita enquanto estava com sarampo. Somente aos dez anos tem aulas com um autêntico professor de piano, mesma época em que ingressou no coro infantil do templo de San Diego. Aos treze se tornou organista ajudante e aos quinze, organista titular dessa igreja.
Já com certo prestigio como pianista e compositor entra em 1901 no Conservatório Nacional de Música, permanecendo naquela instituição até 1903, ano em que retornou a Aguascalientes, descontente com o curso, que achou acadêmico demais.
Começou a pesquisar o folclore mexicano, estudando a música popular de seu país.
Em 1904, rumou para Itália onde estudaria no Liceu Rossini em Bolonha, tendo aulas de composição com Luigi Torcchi e Cesare Dall’Olio, alunos de Giacomo Puccini, posteriormente foi para Berlim na Alemanha estudar no Conservatório Stern sendo então aluno de Martin Krause entre 1906 e 1908.
Por motivos financeiros retornou ao seu país para lecionar piano e história da música no Conservatório Nacional de Música nos períodos entre 1909 e 1915 e 1917 a 1922.
Em 1911 escreveu um concerto para piano e orquestra e no ano seguinte sua obra mais famosa Estrellita, que não se trata de uma canção de amor e sim uma canção de saudade. Ainda em 1912 no Arbeau Theater apresentou um concerto memorável de música mexicana popular que escandalizou os defensores da música clássica europeia, tornando-se um marco na história da música nacional mexicana.
Este hiato refere-se ao período em que se exilou em Cuba na cidade de Havana durante a Intervenção de 1915 a 1917. Época em que escreveu algumas obras de forte caráter cubano, como a Sonata para violoncello y piano, a Suíte Cubana, a Rapsódia Cubana e a Paz de Ocaso para piano.
Clema & Manuel
Em 1917 ele se casou com Clementina Maurel (carinhosamente chamada de Clema), contralto de origem francesa. Tornou-se maestro da Orquestra Sinfônica Nacional do México, cargo que abandonou em 1919 por motivos políticos, e passou a se dedicar à composição, ao ensino e à crítica musical.
Villa-Lobos
Assim como Villa-Lobos no Brasil na mesma época Ponce também estava preocupado em trazer ao grande público o folclore de seu país. Em Paris quando se encontraram na década de 20, Villa Lobos teceu o seguinte comentário:
"Eu me recordo que lhe perguntei, se os compositores de seu país naquele momento demonstravam algum interesse em música nativa, como eu vinha fazendo desde 1912, me respondeu que ele mesmo trabalhava nessa direção. Fique muito contente ao saber que nessa parte distante do meu continente havia outro artista que estava armando-se com os recursos do folclore de seu povo na luta pela independência do futuro musical de seu país”.
Em 1923, assistiu a um recital de Andres Segovia no México. No dia seguinte, ele escreveu um artigo elogioso em sua coluna “Crônicas Musicales por Manuel M. Ponce” no El Universal.
Segovia se interessou em conhecer o autor de tal artigo que o elofiou de tal maneira, ao saber que Ponce era também compositor pediu que escrevesse algo para violão, prontamente escreveu uma pequena obra intitulada, no manuscrito, De México para Andrés Segovia, Allegretto quasi serenata. Segóvia sugeriu que aquela peça fosse apenas um movimento de algo maior e assim Ponce escreveu a Sonata Mexicana.
Andrés Segóvia
Em 1925 querendo ampliar sua técnica de composição e fez nova viagem a Europa, agora indo até a França, onde reencontrou com Andrés Segovia, que já residia em Paris. Clema e Manuel passaram a conviver com o casal Andrés e Adelaida Segovia. Com frequente ajuda financeira de Andrés fizeram aulas de harmonia juntos. Segovia além de divulgador de sua obra violonística, foi também seu mecenas.
Paul Dukas
Joaquín Rodrigo
Durante sua estada em Paris frequentou as aulas de composição de Paul Dukas, tendo entre seus colegas Joaquin Rodrigo, e Heitor Villa-Lobos.
Em 1928 sua obra Miniaturas para quarteto de cordas ganhou um concurso de composição em Barcelona. Por motivos financeiros teve que abandonar as aulas de Dukas, entretanto seguiu tendo aulas com ele como ouvinte. Com a ajuda de Segovia e o empenho de sua esposa para que o governo mexicano pagasse uma bolsa de estudos para Ponce, ele terminou suas aulas com Dukas em 1932, com nota 30 ao invés da nota máxima 10.
Em 1933 começou a ensinar piano e história da música no Conservatório Nacional de Música do México e Composição na Universidade do México. Dois meses depois foi nomeado diretor do Conservatório. A partir de então sua produção para violão foi ficando cada vez mais escassa e chegou a ficar um bom tempo sem manter qualquer contato com Segovia. Nesse período ele se voltou para a composição de obras para crianças (devido a seu ofício como professor), obras sinfônicas e concertos, entre eles o Concierto del Sur para violão e orquestra, que estreou em Montevidéu em 4 de outubro de 1941 num clima altamente festivo.
Ponce se fez presente nessa ocasião e ministrou cursos, palestras, participou de reuniões nas sociedades musicais uruguaias, assistiu a concertos em que obras suas foram executadas. Todo esse evento contou com a organização e influência de Segovia, nesse período residindo em Montevidéu. A saúde sempre fraca de Manuel Maria Ponce passou a ficar mais grave a partir de 1946, período em que vários órgãos oficiais do México demonstraram interesse em condecorá-lo por honra ao mérito de sua produção musical.
Míguel Aleman
Com a valiosa promoção da música do seu país e escrevendo melodias como "Estrellita", "A la Orilla de un palmar", "Alevántate", "La Pajarera", "Marchita el Alma" e "Una Multitud Más", Ponce ganhou o título honorífico de Criador da Moderna Música Mexicana. Ele também foi o primeiro compositor mexicano para projetar a música popular no palco do mundo: "Estrellita", por exemplo, tem sido parte do repertório das principais orquestras do mundo e inúmeros cantores, embora muitas vezes o interprete ignore a origem da música, bem como o seu autor.
Em 1947 ele recebeu o Prêmio Nacional de Ciências e Artes, entregue pelas mãos do então Presidente da República, Miguel Alemán.
Três meses depois no dia 24 de abril de 1948, aos 66 anos, faleceu na Cidade do México. Seu corpo foi sepultado no Salão dos Homens Ilustres no Panteão de Dolores na Cidade do México. 
Sepultura de Ponce
Em sua homenagem há uma placa de reconhecimento pelo estado de Aguascalientes, na base da coluna de O Exedra, ao lado de uma fonte dedicada a este poeta musical, na cidade de Aguascalientes, onde ele cresceu e estudou primeiramente música.
Fonte em sua homenagem em Aguascalientes

Ponce escreveu música para instrumentos solo, conjuntos de câmara e orquestra. Suas obras para piano e violão superam aqueles que se dedicaram a outros instrumentos solo.
Ponce

A música para Violão de Ponce é uma parte essencial do repertório do instrumento, as obras mais conhecidas são Variações e Fuga sobre 'La Folia' (1929) e Sonatina meridional (1939). Ele também escreveu um concerto para violão - Concierto del sur - que é dedicado ao seu amigo de longa data e virtuoso violonista Andrés Segovia. Seu último trabalho conhecido foi dedicado ao Padre Antonio Brambila, Variações sobre um Tema de Cabezón, escrito em 1948, poucos meses antes de sua morte. 

Link:
https://drive.google.com/drive/folders/0B4FphzZsBcqhR1UwVGNhRGhWX3M?resourcekey=0-19YmB7uYqoRjNp5E1Rz3eQ&usp=sharing

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