Em 16 de Junho de 1975 estreava na Rede Globo a nova novela
das 19 horas: Bravo!
Trama escrita inicialmente por Janete Clair e concluída
por Gilberto Braga sob a supervisão semanal da autora, com direção de Fábio
Sabag e Reynaldo Boury, foram 197 capítulos, sendo o último transmitido no dia 16
de Junho de 1976, há quarenta anos.
Janete Clair |
Janete parou de escrever a trama por volta do capítulo 106,
isso porque a novela Roque Santeiro foi censurada às vésperas de estrear. Pânico
geral na emissora...
Nada pronto para um plano B, a autora, que era famosa pela
capacidade de improvisar e criar com prazos curtos, escreveu às pressas uma
trama substituta aproveitando o elenco da novela censurada. E assim nasceu a
novela “Pecado Capital” um dos seus maiores sucessos na televisão, mas isso é
outra história.
Por que falar de uma novela neste blog?
Capa do Disco |
Simples a trama é sobre a vida de um maestro e compositor, nem
me recordo direito da trama, era uma criança com pouco mais de uma década de
vida, a maior importância para mim foi a sua Trilha Sonora Internacional, fui
apresentado à chamada música erudita.
O sucesso da trilha sonora internacional foi tamanho que
foram lançadas mais três peças clássicas posteriores: Bravo Volume 2 (1977),
Bravo Volume 3 (1979) e Bravo Especial (1985), mas para mim a que vale é essa.
Discos estes que não tive na época, mas encontrei na grande rede.
Um disco, com dez faixas, compostas pelos grandes mestres.
Dissequemos então cada uma delas:
Arthur Fiedler regendo a Boston Pops |
1 – História de Três Amores – Rachmaninoff; sobre o compositor
russo já comentei aqui, é parte, ou melhor, é a 18ª variação (Andante Cantabile em Ré Maior) da Opus 43,
Rapsódia sobre um tema de Paganini em Lá Menor, são vinte e quatro variações no
total. Foi escrita em 1934. É a variação mais conhecida da obra. A canção
também fez parte da trilha sonora do filme Em Algum Lugar do Passado (Somewhere
in Time). Na gravação temos o pianista Leonard Pennario, acompanhado pela
Boston Pops Orchestra regida por Arthur Fiedler.
Raymond Lefèvre |
2 – Adágio da Sonata ao Luar – Beethoven – temos aqui uma
adaptação de Raymond Lefèvre para o primeiro movimento (Adagio Sostenutto) da
Sonata para piano nº 14 Opus 27 nº 2 de Beethoven escrita em 1801, e muito
tocada na época, o título sonata ao luar, surgiu apenas cinco anos após a morte
do compositor. Quando em 1832, o crítico Rellstab comparou a música a um luar
sobre o lago Lucerna.
Waldo de los Rios |
3 – Terceira Sinfonia em Fá Maior – 3º Movimento – Brahms,
escrita em 1883, é uma sinfonia com quatro movimentos, aqui temos uma adaptação
e regência do maestro Waldo de los Rios acompanhado pela Orchestra Manuel de
Falla, para o Terceiro Movimento (Poco Allegretto) da Opus 90.
Heinz Sandauer |
4 – Minueto nº 9 – Paderewski interpretação da Orchestre of
the Volksoper of Vienna com a regência de Heinz Sandauer para a composição do
diplomata, político e músico polonês, que apesar de estar com nº 9 –Trata-se da
primeira de seis peças que compõem o seu Humoresques de Concerto, Op. 14. Escrito
em 1887, sendo a peça mais popular do autor.
Arthur Rubinstein |
5 – Noturno em Mi Bemol Maior (Opus 9 nº 2 ) – Chopin – uma
interpretação de Arthur Rubinstein para obra escrita entre 1830 e 1832 e
dedicados a Madame Camille Pleyel, a Opus 9 é composta por três noturnos.
Roger Webb |
6 – Concerto para Piano em Si Bemol Menor – Tchaikovsky, num
arranjo de Roger Webb, mais uma informação incompleta que consta no álbum, este
é o Concerto nº 1 para piano em Si Bemol Menor Opus 23 em seu primeiro
movimento Allegro non Troppo e molto Maestoso – Allegro con Spirito, escrita entre
novembro de 1874 e Fevereiro de 1875, com revisões feitas pelo compositor em
1879 e 1888. O compositor escreveu mais dois concertos para piano.
Swingle Singers |
7 – Ária – Bach, um arranjo vocal apresentado pelo grupo
Swingle Singers para a peça do mestre alemão Johann Sebastian Bach, também
conhecida como Ária na corda Sol (G) ou Ária da quarta corda é uma adaptação
para violino e piano do segundo movimento da Suíte nº 3 em Ré Maior para
orquestra BWV 1068, escrita para o Príncipe Leopoldo, entre 1717 e 1723. Os
títulos "Ária na corda Sol" e "Ária da 4ª Corda" não são
originais. Vieram de uma adaptação para violino e piano do 2º movimento desta feita
por August Wilhelmj. Que fez uma transposição da tonalidade original em Ré
Maior para Dó Maior, executando a peça apenas na 4ª corda de seu violino, que é
afinada habitualmente em Sol.
Andre Kostelanetz |
8 – Valsa das Flores – Tchaikovsky, extraída do balé O
Quebra Nozes, está é a segunda faixa do compositor russo presente na trilha num
arranjo de Andre Kostelanetz, o balé foi escrito entre 1891 e 1892, sendo uma
das três obras compostas para balé do autor que já havia escrito anteriormente O
Lago dos Cisnes e A Bela Adormecida, a valsa aparece no segundo ato.
Boston Pops Orchestra |
9 – Pomp and Circumstance – Elgar (já apresentado aqui);
mais uma vez temos a Boston Pops Orchestra com a regência de Arthur Fiedler,
para a obra escrita em 1901, numa série chamada Pomp And Circumstance Military
Marches Op 39, o título vem do 3º Ato, de Otelo na cena III de William
Shakespeare, no total são seis marchas que compõem o Opus. Aqui é apresentada a
Marcha nº 1 em Ré Maior.
Perez Dworecki |
10 – Canto do Cisne Negro – Villa-Lobos, o disco encerra com
o dramático peça escrita pelo compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos
interpretado por Perez Dworecki, escrita entre 1916 e 1917, foi extraído do
poema sinfônico de Villa-Lobos Naufrágio de Kleônicos é um dueto para
violoncelo e piano.