terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

JOHN MARSH

John Marsh


John Marsh, nascido em 31 de Maio de 1752 em Dorking, Surrey, na Inglaterra.
Marsh foi em grande parte autodidata, tornou-se proficiente em vários instrumentos, incluindo viola e violino.
Mais um daqueles que foram contemporâneos de Wolfgang Amadeus Mozart, entretanto como viveu apenas na Inglaterra, não há registros de qualquer encontro dele com o gênio austríaco.
Considerado o mais prolífico compositor inglês de sua época, de acordo com o seu próprio registro escreveu cerca de trezentas e cinquenta composições, destas trinta e nove sinfonias, sendo que desta apenas as nove que foram impressas e outras três final de movimentos sobreviveram, todo o restante se perdeu.
Estudou violino com Wafer, um organista em Gosport quando tinha quatorze anos, em virtude da mudança com a família para Romsey, não podendo continuar seus estudos formais que então foram interrompidos.
Em 1774, fixou residência em Salisbury, e então se juntou à orquestra provincial e tornou-se seu violinista principal. Ao mesmo tempo, começou lecionar órgão.
Nesta época, Marsh começa a compor hinos e, ocasionalmente, substituiu o organista em Canterbury.
Em 1787, mudou-se definitivamente para Chichester, passando o restante de sua vida, tornou-se um líder entre os músicos amadores. Marsh compôs obras de câmara, fugas de órgãos e voluntaries, hinos, salmos e canções seculares.
Marsh se considerava um amador e suas composições demonstram uma compreensão completa de técnicas musicais. Sua música era despretensiosa.
Além da música, John Marsh tinha outros interesses, foi autor de livros e artigos sobre música, geometria, astronomia e religião, entretanto sua maior obra foram seus diários, que narram suas atividades diárias, trata-se de um acervo com trinta e sete volumes que estão entre as fontes mais valiosas de em formação sobre a vida e música na Inglaterra do século 18.
Brian Robins, de Eastbourne, editou estes volumes em 1802. Eles representam um dos mais importantes documentos musicais e sociais do período, que teve o primeiro volume reeditado em 1998.
Ele também estudou táticas militares e conseguiu a promoção para o posto de capitão com uma companhia de voluntários. No final de sua vida, ele se em teressou por um movimento estabelecido para converter os judeus ao cristianismo anglicano.
Faleceu em 31 de outubro de 1828 em Chichester, Sussex.
O filho de Marsh foi poeta e clérigo Edward Garrard Marsh.
Suas obras sobreviventes são:

As Sinfonias de Salisbury
(*) Sinfonia No. 8 [9] em G Maior (1778)
(*) Conversação Sinfonia para duas orquestras No. 10 em E-bemol Maior (1778)
(*) Sinfonia No. 2 [12] em B-bemol Maior (1780)
Sinfonia No. 1 [13] em B-bemol Maior (1781)

As Sinfonias de Canterbury
Sinfonia No. 5 [16] em  E-bemol Maior (1783)
Sinfonia No. 3 [17] em  D Maior (1784)

As Sinfonias de Chichester
Sinfonia No. 4 [19] em  F Maior (1788)
(*) Sinfonia No. 7 [24] em  E-bemol Maior (La Chasse) (1790)
(*) Sinfonia No. 6 [27] em  D Maior (1796)

Os Finais
Finale No. 3 em  E-bemol Maior (1799)
Finale No. 1 em  D Maior (1800)
Finale No. 2 em  B-bemol Maior (1801)




As peças assinaladas com (*) estão disponíveis para audição.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CARL STAMITZ

Johann Stamitz
Karel Filip Stamic, nascido na cidade de Mannheim, na atual Alemanha, no dia 07 de Maio de 1.745 e batizado no dia seguinte, foi o primogênito do casal Maria Antonia Luneborn e Johann Wenzel Anton Stamitz, famoso compositor do movimento clássico e um dos fundadores da Escola de Mannheim. Tornou-se mais conhecido pelo seu nome germânico Karl ou Carl Philipp Stamitz e irmão do também compositor Anton Stamitz, cinco anos mais novo.
Com seu pai teve as primeiras lições de violino e composição. Johann Stamitz faleceu em 1.757, sendo substituído por Christian Cannabich à frente da Orquestra do Palácio de Mannhein, e assumiu também a responsabilidade de prosseguir como professor do pequeno Carl e de seu irmão, Anton. O garoto teve ainda como professores Ignaz Holzbauer, diretor musical da corte, e o compositor da corte Franz Xaver Richter.

Cannabich - Holzbauer - Richter


Foi o responsável pela introdução do clarinete na orquestra de Mannheim, em 1.758, graças ao seu entusiasmo, Carl ficara impressionado com as possibilidades expressivas e virtuosísticas daquele instrumento que foram demonstradas por Joseph Beer, seu grande amigo e fundador da escola de clarinete na Alemanha.
viola d'amore

Já sendo considerado um virtuoso no violino, na viola e na viola d’amore, o que lhe valeu o emprego como violinista na orquestra da corte em Mannheim, aos dezessete anos de idade, ali permaneceu por oito anos.

Duque de Noailles

A partir de 1.770, quando decide pedir demissão do cargo de violinista, começa a viajar pela Europa, como solista virtuoso, aceitando compromissos de curto prazo.

Carl Stamitz foi para Paris, onde se tornou conhecido como violinista, tendo trabalhado com Louis, duque de Noailles, que o fez seu compositor de corte.




Palácio Tuileries, Paris
Ele também se apresentou nos Concerts Spirituels, no palácio Tuileries, algumas vezes juntamente com seu irmão Anton.

Anton Stamitz

Stamitz usou Paris como sua base, fazendo frequentes passeios para várias cidades alemãs, onde se apresentava:

Esteve em 12 de abril de 1773 em Frankfurt am Main; no ano seguinte esteve em Augsburg; em 1775 visitou a capital russa, São Petersburgo.

Carl era considerado um compositor prolífico e um talentoso intérprete com grandes ambições, um dos mais proeminentes representantes da segunda geração da Escola de Mannheim, entretanto não conseguiu conquistar uma posição estável junto às grandes orquestras ou nas diversas cortes, acredita-se que isso tenha ocorrido por seu estilo de vida instável e itinerante.

Beer

Durante o período em que viveu em Paris, Stamitz trabalhou com Joseph Beer, uma parceria que se revelou fecunda tanto para Stamitz como para Beer.

Pelo menos um dos concertos de clarinete de Stamitz (o concerto nº 6 em E-bemol maior) aparenta ter sido composto em pelos dois homens, ambos os nomes aparecem na capa de um manuscrito vienense.


Em 1777 ele morou por um tempo em Estrasburgo, onde Franz Xaver Richter foi diretor musical. 

Abel e J.C. Bach
Thomas Erskine
Durante os anos 1777 e 1778 ele foi bem sucedido em Londres, um dos muitos músicos austro-alemães, como Carl Friedrich Abel, J.C. Bach e em seus últimos anos Joseph Haydn, para ser atraído para lá.


Sua estadia em Londres foi possivelmente facilitada por seu contato com Thomas Erskine, conde de Kellie, que tinha recebido lições do pai de Carl, Johann durante uma excursão do continente.
Frederico II

Seus concertos para violoncelo foram escritos para Frederico Guilherme II da Prússia, que era um talentoso músico amador: Mozart e Beethoven também escreveram música para o rei.

Em 1780 mudou-se para a Hague onde também foi violinista na corte do príncipe de Orange.

Hiller
Entre 1782 e 1783, Stamitz deu concertos em Haia e em Amsterdã. Em 1785 regressou à Alemanha para assistir a concertos em Hamburgo, Lübeck, Braunschweig, Magdeburg e Leipzig. 

Em abril de 1786 ele fez o seu caminho para Berlim, onde em 19 de maio de 1786 ele participou na execução do Messias de Haendel, sob a batuta de Johann Adam Hiller.



Mais tarde, viajou para Dresden, Praga, Halle e depois Nuremberg, onde em três de novembro de 1.787 ele encenou uma grande festividade musical em comemoração a ascensão do pioneiro balonista francês Jean Pierre Blanchard.

Durante o inverno de 1789-90 dirigiu os concertos amadores em Kassel, mas não conseguiu um emprego com o tribunal de Schwerin. Agora casado e pai de quatro filhos pequenos, ele foi forçado a retomar uma vida de viagem.

Em 12 de novembro de 1792 ele deu um concerto no teatro da corte de Weimar, que era então sob a direção de Johann Wolfgang Goethe. Em 1793 empreendeu uma última viagem ao longo do rio Reno até Mannheim, antes de desistir finalmente de viajar.

Em 1794, ele desistiu de viajar e se mudou com sua família para Jena, no centro da Alemanha, durante os anos que passou ali, não havia uma banda ou orquestra, com isso Carl Stamitz viu sua condição descer gradualmente para a pobreza.

Após sua morte no dia 9 de Novembro de 1801, um número substancial de tratados sobre alquimia foram encontrados em sua biblioteca. Devido a isso, talvez o motivo de ter deixado tantas dívidas, fossem as tentativas de fazer ouro.

É particularmente conhecido pelos seus concertos para clarinete e para viola.

O estilo de sua música não está muito distante das obras galantes do jovem Mozart, ou as do período médio de Haydn, caracterizada por melodias atraentes, embora a sua escrita para os instrumentos solo não é excessivamente virtuosismo.

Escreveu 50 sinfonias, 38 sinfonias concertantes, 11 concertos para clarinete, 3 concertos para violoncelo, 40 concertos para instrumentos de sopro e cordas, em diversas combinações destes instrumentos. 

Diversas formas de música de câmara, como duos, trios, quartetos e quintetos de vários instrumentos. Escreveu, também, duas óperas, que infelizmente, se perderam: Der verliebte Vormund e Dardanus.


A sua última sinfonia data de 1791, o ano da morte de Mozart.

Conheça um pouco de seu trabalho

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

VANHAL


Nascido em 12 de Maio de 1739, na Província de Nechanice, na área de Hradec Kralové, no Reino da Boemia, hoje República Checa. 

Filho de agricultores em regime de servidão à família Schaffgotsch, seu nome em sua língua nativa é Jan Křtitel Vaňhal, entretanto tornou-se mais conhecido como Johann Baptist Vanhal, ou como algumas vezes ele mesmo assinava Wanhal. Foi um compositor clássico da atual República Tcheca e contemporâneo de Wolfgang Amadeus Mozart.
Cartão Postal - Nechanice
Ainda na infância, com a família e músicos locais foi introduzido no meio musical, aprendeu a tocar violino e órgão, seu professor foi Anton Erban, então Mestre de Capela de Nechanice.

Grande parte dos primeiros vinte anos de sua vida foi passada em cidades próximas, onde aprendeu a cantar e tocar instrumentos de cordas e de sopro.

Ele também foi enviado para Marscherdorf, onde aprendeu alemão e outros assuntos, que se fazia necessário para quem quisesse seguir na carreira musical no Império Habsburg, em Viena.
Opocžno (Opočno) no centro do mapa

Aos 13 anos, em 1752, Wanhal tornou-se organista em Opocžno (Opočno), mais tarde, em 1.759, tornou-se diretor de coral em Hniewczowes (Hněvčeves) na província de Jičin. Ali conheceu Mathias Nowak, um excelente violinista que o treinou para ser um violinista virtuoso e escrever concertos.

Condessa Schaffgostch
Transferiu-se para Viena em 1761 a convite da Condessa Schaffgostch, sua suserana, ele era um jovem brilhante e atraente, que imediatamente floresceu.

Libertou-se da escravidão e, em menos de dez anos, compôs pelo menos 34 sinfonias e foi reconhecido como um dos mais importantes compositores sinfônicos da época.

Foi professor de canto, violino e piano para a alta nobreza. Ainda na corte teve aulas de composição com Karl Ditters von Dittersdorf entre 1762 e 1763.

O Barão I. W. Riesch de Dresden, que desejoso em ter seu próprio estabelecimento musical, visitou Viena em busca de um Mestre de Capela adequado. Ficou impressionado com o jovem Wanhal e decidiu patrocinar uma estada prolongada na Itália, onde o músico poderia socializar e aprender com os melhores compositores e experimentar a atmosfera dos grandes tribunais aristocráticos, e aprender o estilo italiano de composição, que estava muito na moda, então em seu retorno seria o Mestre de Capela do Barão. Permaneceu por lá até 1771 viajou pela Itália, onde conheceu seus conterrâneos Florian Leopold Gassmann, em Roma, e Gluck em Veneza.

Na Itália escreveu suas óperas Il Trionfo di Clelia e Demofonte, em parceria com Gassmann, esses trabalhos foram perdidos.

Ao retornar da Itália, ao invés de ir a Dresden trabalhar para o Riesch, alegando que sua saúde estava debilitada por uma doença mental, dirigiu-se à corte do Conde Johann Ladislaus Erdödy, em Varazdin, na atual Croácia, e trabalhando como Mestre de Capela, ali permaneceu por oito anos, entre 1772 a 1780.

Retorna a Viena em 1780, nesta época, o compositor para de escrever sinfonias e quartetos de cordas, concentrando-se em música para piano e em pequenos conjuntos de câmara, missas e outras músicas sacras, atendendo as oportunidades oferecidas pela indústria da música vienense. Desta maneira poderia controlar a dispersão de suas obras, as editoras vienenses publicaram posteriormente mais de 270 cópias de sua música.

Ele também escreveu muitas peças para o entretenimento e instrução do público, incluindo algumas músicas de programas historicamente baseados, como "Die Schlacht bei Würzburg", que atraiu comentários sarcásticos de críticos na Alemanha.

Vanhal foi um dos primeiros compositores que quebrou a dependência uma pessoa rica (como foram Wolfgang Mozart e Joseph Haydn), vivendo exclusivamente de suas obras, compondo por comissão ou para publicação e das aulas que ministrava, e compunha peças com propósito de instrução, dentre os seus alunos ilustres consta Ignace Pleyel. Foi um pioneiro.

Vanhal foi altamente apreciado por seus colegas profissionais, incluindo Haydn e Mozart.

Vanhal, Dittersdorf, Haydn e Mozart

Em 1784, numa ocasião famosa, formaram o mais destacado quarteto de cordas na história da música, quando tocaram em conjunto Haydn, Mozart e Dittersdorf.

Aos poucos foi saindo de cena, deixou de se apresentar em público, como era bastante econômico, continuo vivendo em bons quartos perto da Catedral de Santo Estêvão.

Foi autor de obras vocais e instrumentais. Ajudou na evolução da Sinfonia como forma musical escrevendo mais de uma centena delas. Sua música tem um tom melancólico.

Durante a sua vida foi um compositor de grande êxito, suas sinfonias conquistaram, tão logo publicadas, vários lugares da Europa e Estados Unidos, sendo muitas delas consideradas altamente influentes para o movimento "Sturm und Drang" (tempestade e ímpeto - um movimento literário romântico alemão, que ocorreu no período entre 1760 a 1780).

Essas obras apresentam grandes temas que têm saltos e contorno melódico imprevisível, os tempos mudam rapidamente e de forma inesperada, o mesmo acontecendo à dinâmica, onde tentam refletir as fortes mudanças emocionais.

Existe uma interessante trilogia entre a Sinfonia em Sol Menor de sua autoria, a Sinfonia nº 39 de Joseph Haydn e a Sinfonia nº 25 de Mozart, todas contemporâneas e na mesma tonalidade, escritas em 1768.

Seus últimos anos de vida foram dedicados à missão de professor de música. Johann Baptist Vanhal faleceu no dia 20 de Agosto de 1813 em Viena.

Entre as suas 1300 composições, constam como trabalhos vocais: missas, réquiem, motetos e duas óperas, enquanto que as instrumentais são 54 quartetos, 30 concertos, mais de 100 sinfonias, sonatas, divertimentos, serenatas e numerosas peças para piano a duas e quatro mãos, além de diversas músicas de câmara.

Coube a Paul Bryan publicar em 1997, um catálogo temático das suas obras.

Para conhecer um pouco de sua obra.