Joseph Martin Kraus foi um
compositor da era clássica, nascido em Miltenbertg am Main, na Franconia,
região central da atual Alemanha, no dia 20 de Junho de 1.756.
Filho do casal Joseph Bernhard Kraus, um funcionário do condado do arcebispado de Mainz e Anna Dorothea Schmidt.
Filho do casal Joseph Bernhard Kraus, um funcionário do condado do arcebispado de Mainz e Anna Dorothea Schmidt.
Em roxo: a região da Franconia |
A família de seu pai era
originária de Augsburg e tinham um pequeno restaurante em Weilbach perto de
Amorbach, e sua mãe era filha do mestre construtor, em Miltenberg, Johann
Martin Schmidt. O casal teve 14 filhos, sendo que sete deles morreram ainda na
infância.
Após uma breve estadia em
Osterburken, a família Kraus mudou-se para Buchen (Odenwald) (em
Baden-Württemberg) em 1761, onde seu pai arrumou um emprego de escriturário.
Foi em Buchen, que Kraus
iniciou sua educação formal de música. Seus primeiros professores foram o reitor
Georg Pfister (1730-1807) e o cantor Bernhard Franz Wendler (1702-1782),
dando-lhe principalmente aulas de piano e violino.
Kraus demonstrou seu talento
musical logo no início do aprendizado. Aos 12 anos, Kraus matriculou-se no
Seminário Jesuíta de Ginástica e Música em Mannheim, onde estudou literatura e
música alemã e latina.
Joseph Martin Kraus recebeu
uma educação musical bastante rigorosa, especialmente na técnica de violino, de
P. Alexander Keck (1724-1804) e P. Anton Klein (1748-1810).
O desejo de seus pais era que
jovem estudasse direito na Universidade de Mainz em 1773, entretanto, não era o
seu gosto e demonstrava insatisfação naquela universidade.
Após um ano no curso, ele se
candidatou à Universidade de Erfurt, onde também poderia frequentar aulas de
música. A música católica e luterana florescia em Erfurt, com uma rica tradição
musical. Kraus negligenciou seus estudos de direito e concentrando-se na música
e na literatura.
Um processo de difamação contra
seu pai obrigou Kraus a interromper seus estudos por um ano e retornar para
Buchen.
Durante este período em
Buchen, iniciou a composição de sua tragédia Tolon, um drama em três atos e
várias obras musicais para a igreja da cidade de St. Oswald.
Compôs ainda o Te Deum em Ré
Maior e o Moteto Fracto Demum Sacramento em Ré Maior.
Klopstock |
Neste período, Kraus escreveu
um livro de poesia, chamado Versuch von Schäfersgedichte, com dezenove poemas e
que foi perdido.
Envolveu-se, cada vez mais, com
o movimento Sturm und Drang, que influenciou tanto sua escrita quanto sua
música.
Em 1775, aos dezesseis anos,
Kraus escreveu seu Requiem, uma das suas primeiras composições. Embora os
sinais da óbvia inexperiência do compositor sejam facilmente vistos, o trabalho
está cheio de força dramática e ideias originais e arrojadas.
Na sequencia escreveu dois
oratórios: Der Tod Jesu (A Morte de Jesus) e Die Geburt Jesu (O Nascimento de
Jesus) em que compôs tanto a música quanto os textos dos libretos que demonstravam
numa série de cenas o espectro completo das emoções humanas, da tristeza e do
medo à alegria, esta obra se perdeu.
O trabalho corresponde
plenamente a uma pergunta de retórica já levantada no tratado musical Etwas von
und über Musik fürs Jahr 1777 (Algo sobre música, para o ano de 1777): "A
música da igreja deve ser principalmente
para o coração?"
Durante sua estadia em
Göttingen, Kraus tornou-se amigo do sueco Carl Stridsberg, que o convenceu a
acompanhá-lo até Estocolmo para se candidatar a um cargo na corte do rei
Gustavo III.
Kellgren |
A Royal Swedish Academy of
Music rejeitou sua ópera Azire, entretanto decidiram dar-lhe uma segunda chance,
e ficou com a incumbência de musicar o livreto da ópera Proserpin redigido por
Gustav III, que o poeta Johan Henric Kellgren versificou.
A estreia ocorreu no
dia 6 de Junho de 1781, no palácio de Ulriksdal, diante do rei e da casa real. Com
a aprovação do monarca Kraus foi nomeado vice-mestre de capela da Royal Swedish
Opera e diretor da Royal Academy of Music.
Palácio de Ulriksdal |
Com sucesso alcançado, Kraus
escreveu para seus pais:
“Após a apresentação, o rei conversou
comigo por mais de um quarto de hora... Simplesmente lhe dava muita satisfação.
Ontem fiquei envolvido com ele. Claro que não me concederam nenhum título
excelente, mas o cargo de Kapellmeister. O que vale muito mais para mim do que
600 florins é que eu vou empreender uma viagem para a Alemanha, França e Itália
a expensas do rei".
O monarca enviou Kraus numa grande
turnê pela Europa que durou cinco anos, nesse período ele deveria aprender tudo
o que podia sobre o teatro no exterior.
Durante esse período conheceu Christoph
Willibald Gluck, Johann Georg Albrechtsberger, Padre Martini e Joseph Haydn,
para quem escreveu a Sinfonia em Ré maior, (VB 143), intitulada Haydn.
Publicou
sua Sinfonia em Mi menor (VB 141) em 1787 na cidade de Paris, sob o nome de
Giuseppe Cambini, um compositor muito popular na época.
Gluck - Albrechtsberger - Martini - Haydn |
Cambini |
Por essa época tornou-se
membro da mesma loja maçônica que Wolfgang Amadeus Mozart, em Viena, a "Zur Neugekrönten Hoffnung" (Nova Esperança Coroada).
Durante sua jornada, Kraus também escreveu seu famoso quinteto de flauta em Ré Maior, que rompeu com todas as antigas convenções da época, sendo um trabalho inovador se comparado com as composições daqueles tempos, com um primeiro movimento surpreendentemente longo.
Uttini |
Em 1787 foi nomeado diretor
da Real Academia de Música de Estocolmo e, no ano seguinte substitui Francesco
Uttini como Mestre de Capela da corte, alcançando reputação como um maestro
inovador, pedagogo progressista e compositor talentoso.
Ele também se tornou membro do círculo literário que se reuniu em torno do arquiteto Erik Palmstedt (que foi comissionado pelo rei Gustav III para construir a primeira ópera real), um grupo que discutiu a vida intelectual e cultural na capital sueca.
Ele também se tornou membro do círculo literário que se reuniu em torno do arquiteto Erik Palmstedt (que foi comissionado pelo rei Gustav III para construir a primeira ópera real), um grupo que discutiu a vida intelectual e cultural na capital sueca.
Em 1789, Gustav III quis
persuadir o parlamento a aderir à guerra em curso com a Rússia, o monarca
pretendia garantir a aprovação parlamentar do Ato de União e Segurança que lhe
conferisse amplos poderes sobre a administração do governo.
O rei pediu a Kraus que escrevesse Riksdagsmusiken para a abertura das cerimônias na igreja de São Nicolau em 9 de março de 1789. A música consiste em uma marcha baseada na Marcha dos Sacerdotes de Idomeneo, obra de Mozart, e uma sinfonia (Sinfonia per la chiesa). A legislatura aprovou as medidas do rei.
O rei pediu a Kraus que escrevesse Riksdagsmusiken para a abertura das cerimônias na igreja de São Nicolau em 9 de março de 1789. A música consiste em uma marcha baseada na Marcha dos Sacerdotes de Idomeneo, obra de Mozart, e uma sinfonia (Sinfonia per la chiesa). A legislatura aprovou as medidas do rei.
Kraus escreveu uma abertura,
uma marcha e interlúdios para a montagem das Olimpíadas de Voltaire, em janeiro
de 1792. Embora ele fosse considerado compositor de música de palco, seu maior
trabalho, Aeneas i Cartago, permaneceu inédita durante sua vida.
Em 16 de março de 1792,
Gustav III foi assassinado, sua morte trouxe consideráveis turbulências no movimento
cultural. Kraus escreveu uma cantata funerária e a Sinfonia fúnebre, que foram executadas
na cerimônia de enterro em 13 de abril.
A saúde de Kraus se
deteriorou pouco depois, e morreu apenas alguns meses depois, no dia 15
dezembro de 1792, aos trinta e seis anos, vitimado por tuberculose. Ele foi
enterrado fora de Estocolmo, no Tivoli, após uma cerimônia em que o caixão foi
carregado através do gelo do Brunnsviken à luz das tochas.
Ficou conhecido como "o Mozart sueco".
Ficou conhecido como "o Mozart sueco".
Muitas de suas sinfonias foram
perdidas ou atribuídas a outros compositores. Cerca de uma dúzia permaneceram,
sendo que a maioria delas está em três movimentos, sem o minueto.
Seu túmulo traz a inscrição:
Här det jordiska af Kraus, det himmelska lefver i hans toner (que se traduz em:
Aqui a terra de Kraus, a vida celestial em sua música).