quarta-feira, 22 de novembro de 2017

SOLER


Antonio Francisco Javier Jose Soler Ramos, ou simplesmente Padre Antonio Soler, compositor espanhol cujas obras estão enquadradas entre o barroco tardio e o período clássico. 

Nascido em Olot, na província de Girona, na Catalunha, Antonio Soler foi batizado no dia 3 de Dezembro de 1.729.
Aos seis anos de idade, em 1.736, foi levado ao Mosteiro de Montserrat, lá entrou na Escolania (escola de coro), teve aulas com o Benit Esteve, maestro residente, e com o organista Benito Valls.
Catedral La Seu d’ Urgell
Oito anos depois foi designado organista da Catedral La Seu d’ Urgell, ali foi ordenado como subdiácono. Mais tarde, ocupou o posto de Mestre de Capela em Lleida e em El Escorial.
Aos 23 anos foi ordenado padre.
Sua jornada diária de 20 horas era dividida entre orações, contemplações e cultivo da terra. Sem vaidades e numa vida simples.
Rei Carlos III
Infante Don Gabriel
Durante sua vida compôs mais de 500 obras musicais, dentre elas cerca de 150 sonatas, muitas delas escritas para seu aluno, o Infante Don Gabriel, um dos filhos do Rei Carlos III. 
Algumas dessas, aparecem ritmos e frases típicas espanholas.
Não são conhecidos retratos Soler.

As obras mais célebres do Padre Soler são as suas sonatas de teclado, que são comparáveis àquelas compostas por Domenico Scarlatti, com que provavelmente tenha estudado. 
Domenico Scarlatti
Padre Samuel Rubio
No entanto, as obras de Soler são mais variadas do que as de Scarlatti, com algumas peças em três ou quatro movimentos, enquanto as de Scarlatti têm um ou dois movimentos. 
As sonatas de Soler foram catalogadas no século XX pelo Padre Samuel Rubio e, todos com números 'R' atribuídos.
Antonio Soler escreveu concertos, quintetos para órgão e cordas, motetos, missas e peças para solo de órgão.
Os seis quintetos de Soler para quarteto de cordas e órgãos e seus seis concertos para dois órgãos foi o que sobreviveu de sua música de câmara.
Escreveu ainda um tratado sobre modulação musical: Llave de la Modulácion. (processo usado para modificar a tonalidade de um trecho musical ou de uma parte da música).
Seu interesse pela teoria e história da música foi considerável e foi acompanhado de um entusiasmo por outros ramos de aprendizagem, incluindo a matemática.
Ele também foi empregado como consultor na construção de novos órgãos.

Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial
Faleceu no dia 20 de Dezembro de 1783, no Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial.
Aproveite a música

terça-feira, 14 de novembro de 2017

The Swingle Singers


Ward Swingle
The Swingles é um grupo vocal formado em 1962 na cidade de Paris, França por Ward Swingle, com Anne Germain, Claude Germain, Jeanette Baucomont, Christiane Legrand, Claudine Meunier, Jean-Claude Briodin, e Jean Cussac.


Até 2011, o grupo consistia de oito vozes, sendo duas em cada altura: Sopranos, Alto, Tenor e Baixo. O grupo apresentava e gravava normalmente acompanhado apenas de contrabaixo e bateria.


Em 1973, a formação original se desfez e Ward Swingle mudou-se para Londres e lá contratou novas vozes para formar o The Swingle II.

O nome do grupo foi alterado para The Swingles, The New Swingles e finalmente para The Swingle Singers.

O grupo nunca deixou de existir, sempre que havia a saída de algum membro, os demais abriam audições para aprovarem um substituto.

O grupo, originalmente dirigido por Ward Swingle (que pertenceu ao grupo vocal francês de Mimi Perrin "Les Double Six"), começou como cantores de sessões, principalmente vocais de fundo para cantores como Charles Aznavour e Edith Piaf.
Christiane Legrand

Christiane Legrand, irmã de Michel Legrand, foi a principal soprano do grupo até 1972.

Gravaram seu primeiro álbum Jazz Sébastien Bach como um presente para amigos e parentes, entretanto algumas estações de rádio tocaram as gravações e isso levou o grupo a gravar mais álbuns e ganhar um total de cinco prêmios Grammy.

O primeiro sucesso do grupo foi o "Air on the G String" de Bach, gravado com o Modern Jazz Quartet.


Que também foi tema de Superquark, um programa popular de TV italiano e, do programa infantil sueco, The Godnattstrund de Beppe, apresentado por Beppe Wolgers.
Beppe Wolgers
Luciano Berio
Luciano Berio escreveu a Sinfonia para oito vozes e orquestra em 1968 com os Swingle Singers em mente (que participaram da primeira gravação com a New York Philharmonic).


Em 2005, sua gravação do Prelúdio em Fá Menor de Bach foi incorporada ao single "They", de Jem Griffiths.

A canção também foi usada em 2006 no filme “The Gigolos”.

A música do grupo é bastante comercial e é usada com frequência na televisão (The West Wing, Sex in the City, Miami Vice, Glee).

Em filmes (Bach's Fugue in G Minor (BWV 578) em Thank You for Smoking, "Horn Concerto No. 4" de Mozart em Wedding Crashers, o "Prelúdio No.7 em E Bemol de Bach" [The Well Tempered Clavier - Book 2 BWV 876] em "Milk".

O grupo de Londres acompanhou o astro pop francês Étienne Daho nas músicas "Timide intimité" e "Soudain" em seu álbum de 1996, Eden, e com o Style Council na canção "The Story of Someone's Shoe" do álbum de 1988 Confessions of a Pop Group.

Produzem regravações que vão desde músicas pop (Björk, Annie Lennox e Beatles) até música clássica (Bach, Mozart) para música contemporânea (Luciano Berio, Pascal Zavaro e Azio Corghi). 

Seus arranjos são muitas vezes infundidos com harmonias de jazz.


Os membros do grupo são curadores do London A Cappella Festival, sediado em Kings Place.

Os membros atuais são:

Joanna Goldsmith-Eteson (soprano, Reino Unido)
Sara Brimer (soprano, EUA)
Clare Wheeler (alto, Reino Unido)
Oliver Griffiths (tenor, Reino Unido)
Jon Smith (tenor, EUA)
Kevin Fox (barítono, Canadá)
Edward Randell (baixo, Reino Unido)

Hugh Walker
Lucy Bailey
Engenheiro de som: Hugh Walker (Reino Unido)

Em setembro de 2011, Lucy Bailey (alto) deixou o grupo e os Swingle Singers anunciaram a decisão de não substituí-la.

Em 1 de novembro de 2011, Christiane Legrand e o compositor André Hodeir, morreram.

Em setembro de 2014, o blog francês “Dans l'ombre des studios” publicou uma gravação inédita de 1967 para Pavane pour une Infante Défunte (Maurice Ravel) feita pelo grupo.

Ward Swingle
Ward Swingle, que fundou o grupo, morreu no dia 19 de janeiro de 2015, aos 87 anos.

Compartilho com vocês o álbum Bach Hits Back de 1994... Experimentem experiências agradáveis e divertidas à capella dos prelúdios, fugues, corais e números instrumentais de Johann Sebastian Bach. 

O Swingle Singers realizaram transcrições vocais da música original, instrumental de Bach e outras com arranjos de jazz.

Eles executam 21 trechos de Bach, todos são excelentes o suficiente para ouvir enquanto não faz nada além de apreciar a música.


The Swingle Singers - Bach Hits Back – A new a cappella tribute - 1994
01. Chorale (Mvt. 8) from Cantata BWV 80
02. Organ Fugue from Fantasia & Fugue in G minor (BWV 542)
03. Well-Tempered Clavier 1: Prelude No. 18 in G sharp minor, BWV 863
04. Chorale (Mvt. 7) ‘Wachet auf, ruft uns die Stimme’ - from Cantata BWV 140
05. Chorale for Tenor (Mvt. 4) Wachet auf - from Cantata BWV 140
06. Chorale Liebster Jesu, wir sind hier, BWV 373
07. Chorale Prelude In dulci jubilo (I), BWV 729
08. Chorale In Dulci dubilo, BWV 608
09. Andante from Sonata for solo violin No. 2 in A minor, BWV 1003
10. Brandenburg Concerto No. 3 in G major - First movement - Allegro, BWV 1048
11. Aria for Soprano (Mvt. 9) Schafe konnen sicher weiden  - from Cantata BWV 208
12. Badinerie (Mvt. 7) from Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067
13. Fugue VIII from The Well-Tempered Clavier (BWV 852)
14. Three-part Invention, BWV 797
15. Et resurrexit (Mvt. 18) from Mass in B minor BWV 232
16. Aria for Soprano Bist du bei mir BWV 508
17. Aria for Soprano Blute nur (Mvt. 8) from Matthäus-Passion BWV 244
18. Organ Fugue: Alla Gigue BWV 577
19. Air (Mvt. 2) from Orchestral Suite No. 3 in D major, BWV 1068 (Air on a G string)
20. Little Organ Fugue

21. Chorale (Mvt. 5) Es ist genung  from Cantata BWV 60

Divirtam-se

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

PIANO PORTRAITS - Rick Wakeman

Quando falamos em um disco de Rick Wakeman, o que nos vem à memória são as interpretações grandiloquentes dos anos 70, como Viagem ao Centro da Terra, Rei Arthur, ou as viagens sonoras do Yes.



Entretanto este disco é o inverso de tudo isto, trata-se de um álbum em que o músico interpreta músicas do pop rock e eruditas em um piano de cauda Steinway.

Agradável de ouvir e artisticamente interessante, as interpretações instintivas de Wakeman proporcionam às músicas uma inclinação progressiva. 

A ideia era de que as improvisações e interpretações não fugissem muito ao original.

O álbum foi gravado no The Old Granary Studio em Norfolk na Inglaterra, durante os meses de Julho e Agosto de 2016, e lançado pela Universal Music Group em 13 de Janeiro de 2017.

A ideia do álbum veio após uma apresentação ao vivo em Janeiro de 2016 na BBC, em que o músico interpretou um arranjo seu para a canção de David Bowie, Life on Mars, que falecera naquele mês.

Vários dias depois, um vídeo da apresentação alcançou mais de dois milhões de visualizações, o que fez com que Wakeman produzisse um single com uma versão para piano da "Space Oddity" também de Bowie, e "Always Together", de sua autoria.

O valor arrecadado com a venda do disco foi revertido ao Macmillan Cancer Support, uma das maiores instituições de caridade britânicas que fornece cuidados de saúde especializados, informações e apoio financeiro para pessoas afetadas por câncer.

Com o sucesso do disco e do vídeo, vários selos procuraram o músico sugerindo um álbum de piano solo. 

Na verdade, um velho projeto do britânico que sempre foi postergado.

A proposta da Universal Music Group foi a que Wakeman escolheu, e assim teve início o projeto PIANO PORTRAITS.

Foi o próprio Wakeman quem selecionou as músicas, canções que ele tocou ao longo de sua carreira.

Reinventar músicas de outros artistas com os arranjos diferentes sempre foi algo que o músico gostou de fazer desde os dias da faculdade.

Para desenvolver o trabalho, elaborou uma relação contendo 24 músicas, de modo que pudesse descartar aquelas que não ficassem de seu agrado, até chegar à seleção final contendo quinze canções.

Dentre as faixas descartadas havia uma suíte proposta para "Bohemian Rhapsody" do Queen, mas depois de três dias trabalhando nela, Wakeman não conseguiu desenvolver uma arranjo que o agradasse, afinal em seu entendimento a obra de Freddie Mercury já era definitiva.

As escolhidas foram aquelas de sua época de faculdade, canções que participou das gravações, músicas de seu gosto pessoal, uma solicitada pela gravadora e uma composição de sua autoria. As 15 faixas do álbum são:

1 - HELP – John Lennon & Paul McCartney


O arranjo para "Help!" dos The Beatles foi inspirado na versão feita em 1968 pelo Deep Purple, e alguns trechos há citações a Lucy in the Sky with Diamonds. 

John teria dito que não gostou da gravação, porque ele a escreveu como uma balada melancólica, mas foi alterada em virtude do filme homônimo.

Em uma entrevista à revista Playboy, Lennon disse também, que estava subconscientemente gritando por ajuda.

2 - STAIRWAY TO HEAVEN – Robert Plant & Jimmy Page

A canção foi lançada em 1971, no álbum sem título e conhecido com IV, é considerada um dos maiores rocks de todos os tempos. 

Wakeman sempre gostou, por ter uma grande melodia e como ele mesmo disse numa entrevista, “se você tem boas melodias, pode fazer qualquer coisa com elas, absolutamente qualquer coisa”. 

Ele afirma ter ouvido novamente a versão original e, apenas a interpretou como já era.

3 - LIFE ON MARS – David Bowie

A música foi lançada no álbum Hunky Dory de 1971.

A versão de Rick Wakeman foi descrita pela BBC Radio 2 como um cruzamento de um musical da Broadway com uma pintura de Salvador Dali.

Rick Wakeman participou da gravação original desta canção.


4 - I’M NOT IN LOVE – Eric Stewart & Graham Gouldman

A ideia de incluir "I'm Not in Love" não foi de Wakeman, mas "alguém da Universal". 

Rick gostava da banda, mas não da música. 

Lançada em maio de 1975 no álbum The Original Soundtrack da banda inglesa 10CC. 

Destaca-se pelo uso dos vocais de apoio superpostos.

5 - WONDEROUS STORIES – Jon Anderson

Canção lançada pelo grupo Yes em 1976, faixa do álbum Going for the One - oitavo da banda. 

Composta pelo vocalista Jon Anderson, quando o grupo estava na Suíça se preparando para as gravações do novo álbum.

“A Universal disse que eu deveria colocar uma música do YES, que eu tivesse participado, e eu escolhi esta canção, porque têm essas boas lembranças para mim e me trouxe de volta para a banda” disse Wakeman.

6 - BERCEUSE – Gabriel Fauré

Trata-se Berceuse for Violin and Piano in D major, Op. 16 que foi arranjada por Wakeman, mas mantendo-se bastante fiel ao original.

É uma composição musical que se assemelha a uma canção de ninar.

7 - AMAZING GRACE


Um hino cristão publicado em 1779, com letra do poeta inglês e clérigo anglicano John Newton.

Também num arranjo bem pensado do tecladista.

8 - SWAN LAKE – Piotr Tchaikovsky


Opus 20 do compositor é um balé escrito entre 1875-76. Apesar do fracasso inicial, atualmente é um dos mais populares de todos os balés.

9 - MORNING HAS BROKEN

É um hino cristão popular e bastante conhecido, publicado pela primeira vez em 1931. 

Ele tem letra da inglesa Eleanor Farjeon.

Cat Stevens incluiu uma versão em seu álbum de 1971, Teaser and the Firecat, que devido a popularidade acabou tornando-se identificada como sendo de Stevens. Rick Wakeman participou da gravação da música neste álbum.

10 - SUMMERTIME – George Gershwin

É uma ária composta em 1934 para a ópera Porgy and Bess de 1935. 

As letras são de DuBose Heyward, o autor do romance Porgy em que a ópera foi baseada, embora a música também seja creditada a Ira Gershwin.

11 - SPACE ODDITY – David Bowie

Lançada como single em 11 de julho de 1969. Foi a primeira faixa de seu segundo álbum de estúdio, David Bowie. 

A versão do álbum "Space Oddity" foi gravada em Trident Studios, em 20 de junho de 1969, contou com a participação de Rick Wakeman, um ainda desconhecido músico de estúdio que mais tarde alcançaria fama com a banda de rock progressista YES.

12 - DANCE OF THE DAMSELFIES

Composição do próprio Rick Wakeman, a mais extrovertida do álbum.

13 - CLAIR DE LUNE – ClaudeDebussy


Talvez a peça mais conhecida do compositor francês, trata-se do terceiro movimento da SUITE BERGAMASQUE composta por volta de 1890.

14 - I Vow to Thee, My Country

Sir Cecil Spring Rice
Gustav Holst
Um hino patriótico britânico criado em 1921, quando um poema de Sir Cecil Spring Rice foi musicado por Gustav Holst. 

O texto foi escrito em 1908 ou 1912, intitulado Urbs Dei ("A Cidade de Deus") ou The Two Fatherlands. 

O poema descrevia como um cristão deve suas lealdades tanto à sua pátria quanto ao reino celestial. Gustav Holst adaptou a música Jupiter de sua suíte The Planets para musicar o poema.

15 - ELEANOR RIGBY – John Lennon & Paul McCartney

Escrita originalmente por Paul, mas creditada à dupla de compositores, foi lançada em 1966 no álbum Revolver. 

A canção demonstrava a transformação dos Beatles para uma banda mais experimental, baseada em estúdio. 

Talvez a versão mais complexa feita pelo britânico, quase irreconhecível com muitas variações no tema.


Após o lançamento, o álbum entrou no UK Albums Chart no número 7, marcando a posição mais alta de Wakeman no gráfico, desde The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table (1975) que alcançou o número 2.

Na segunda semana, o álbum escalou uma posição para o número 6. 

Desde o lançamento do álbum, Wakeman disse que estava "genuinamente entusiasmado com isso".