Compositor e organista
teuto-dinamarquês do período barroco nascido provavelmente em Helsingborg, 1637,
na época pertencente à Dinamarca.
Igreja St. Olaf |
Buxtehude era de ascendência
alemã e é considerado um dos representantes mais importantes do período barroco
alemão.
Placa comemorativa em Helsingør |
Seu nome original era Diderich Buxtehude, filho de Hans Jensen
Buxtehude e Helle Jespersdatter, seu pai foi organista na Igreja de Saint Olaf e
professor em Bad Oldesloe, mudou-se para Hälsingburg, na Suécia, quando
Buxtehude tinha um ano de idade.
Seu pai, também seu único
professor de música por toda a vida, depois mudou-se para Helsingor, na
Dinamarca, onde morreu em 1674. Esta foi a cidade na qual Buxtehude cursou a
Lateinschule.
Igreja St Maria em Lubeck |
Buxtehude assumiu a função do
pai, de organista na igreja em Hälsingburg em 1658 e, em 1660, foi para
Helsingor, e, posteriormente, para Lübeck, na Alemanha, onde foi nomeado
Werkmeister (gerente geral) e organista da Marienkirche em 11 de abril de 1668,
após concorrido concurso para um dos cargos mais cobiçados do norte do país.
Placa de terracota para os organistas Franz Tunder e Dietrich Buxtehude |
Casou, em agosto daquele ano,
com Anna Margarethe Tunder, filha de Franz Tunder, seu antecessor nesta igreja.
Esse era o costume da época, no qual o sucessor do organista da igreja deveria
se casar com a filha do seu antecessor.
A partir daí, e nos 40 anos seguintes,
Buxtehude entraria na parte mais prolífica de sua carreira, principalmente
considerando que sua obra era praticamente nula até então.
Buxtehude ganhou prestígio
com a retomada da tradição dos Abendmusik, que eram saraus vespertinos
organizados na igreja, idealizados por seu antecessor inicialmente apenas como
entretenimento para os homens de negócios da cidade, previstos para ocorrerem
em cinco domingos por ano, precedendo o Natal.
Mas Buxtehude ampliou
grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores
obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito,
com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da
poesia secular. Também se dedicou a outros gêneros, como solos para órgão
(variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos
sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registros de que
existiram.
Handel |
Mattheson |
Em diversas ocasiões, foi
visitado por compositores promissores da época, como Georg Friedrich Händel e
Johann Mattheson, que o procuravam principalmente quanto à sua fama de
organista.
De todas as visitas, a mais notável foi a de Johann Sebastian Bach,
grande admirador de sua obra, que viajou cerca de 320 quilômetros para ouvir Buxtehude.
Bach prorrogou a estada inicialmente planejada de
quatro semanas para quatro meses.
Johann Sebastian Bach (jovem) |
Em 1703, após 35 anos de
serviço, Buxtehude teve a oportunidade de se aposentar precocemente, seguindo
um grande interesse em seu cargo por dois famosos organistas, Georg Frederic
Handel e Johann Matheson.
Entretanto a tradição, conforme relatado, obrigava o
pretende ao cargo a casar-se com a filha mais nova de Buxtehude, Anna
Margareta, que era pouco atraente, afastando o pretendente à nomeação, uma vez
que ninguém aceitava a ideia de contrair matrimônio com ela.
Assim sendo, Dietrich
Buxtehude permaneceu organista em St. Mary’s até sua morte. A filha que ele
deixara para assustar os aspirantes a candidatos não se demorou muito. O antigo
assistente de Buxtehude, um certo JC Schieferdecker, que é famoso por nada
mais, casou com ela. Sua ação ficou conhecida na época como “erhielt den
schönen Dienst” (o belo trabalho)!
Buxtehude, a despeito da
importância para a música alemã e de sua origem também alemã (a família era de
Buxtehude, uma cidade a sudoeste de Hamburgo), sempre se considerou
dinamarquês.
Dietrich Buxtehude faleceu a
7 de maio de 1707, em Lübeck, na Alemanha.
Buxtehude compôs perto de 100
peças para igreja, entre as quais se contam diversas cantatas, vinte sonatas
para cordas e diversas obras para órgão e cravo, muito poucas delas foram
incluídas nas importantes coleções de manuscritos alemães do período. Só no
século XX foram organizadas edições de suas obras. As composições para órgão,
consideradas o ápice de sua arte revelam imaginação estranha e sombria, bem
como virtuosismo.
Em sua obra destacam-se o
oratório Das jüngste Gericht, as cantatas Also hat Gott geliebt e Gottes Stadt,
a Missa brevis em cinco vozes e a sonata para viola de gamba e baixo contínuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário