sexta-feira, 9 de novembro de 2018

BUXTEHUDE



Compositor e organista teuto-dinamarquês do período barroco nascido provavelmente em Helsingborg, 1637, na época pertencente à Dinamarca.
Igreja St. Olaf

Buxtehude era de ascendência alemã e é considerado um dos representantes mais importantes do período barroco alemão. 
Placa comemorativa em Helsingør
Seu nome original era Diderich Buxtehude, filho de Hans Jensen Buxtehude e Helle Jespersdatter, seu pai foi organista na Igreja de Saint Olaf e professor em Bad Oldesloe, mudou-se para Hälsingburg, na Suécia, quando Buxtehude tinha um ano de idade.

Seu pai, também seu único professor de música por toda a vida, depois mudou-se para Helsingor, na Dinamarca, onde morreu em 1674. Esta foi a cidade na qual Buxtehude cursou a Lateinschule.

Igreja St Maria em Lubeck
Buxtehude assumiu a função do pai, de organista na igreja em Hälsingburg em 1658 e, em 1660, foi para Helsingor, e, posteriormente, para Lübeck, na Alemanha, onde foi nomeado Werkmeister (gerente geral) e organista da Marienkirche em 11 de abril de 1668, após concorrido concurso para um dos cargos mais cobiçados do norte do país.

Placa de terracota
para os organistas
Franz Tunder
 e Dietrich
Buxtehude
Casou, em agosto daquele ano, com Anna Margarethe Tunder, filha de Franz Tunder, seu antecessor nesta igreja. Esse era o costume da época, no qual o sucessor do organista da igreja deveria se casar com a filha do seu antecessor. 

A partir daí, e nos 40 anos seguintes, Buxtehude entraria na parte mais prolífica de sua carreira, principalmente considerando que sua obra era praticamente nula até então.

Buxtehude ganhou prestígio com a retomada da tradição dos Abendmusik, que eram saraus vespertinos organizados na igreja, idealizados por seu antecessor inicialmente apenas como entretenimento para os homens de negócios da cidade, previstos para ocorrerem em cinco domingos por ano, precedendo o Natal. 

Mas Buxtehude ampliou grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito, com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da poesia secular. Também se dedicou a outros gêneros, como solos para órgão (variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registros de que existiram.
Handel
Mattheson
Em diversas ocasiões, foi visitado por compositores promissores da época, como Georg Friedrich Händel e Johann Mattheson, que o procuravam principalmente quanto à sua fama de organista. 
De todas as visitas, a mais notável foi a de Johann Sebastian Bach, grande admirador de sua obra, que viajou cerca de 320 quilômetros para ouvir Buxtehude. 

Bach prorrogou a estada inicialmente planejada de quatro semanas para quatro meses.
Johann Sebastian Bach (jovem)
Em 1703, após 35 anos de serviço, Buxtehude teve a oportunidade de se aposentar precocemente, seguindo um grande interesse em seu cargo por dois famosos organistas, Georg Frederic Handel e Johann Matheson. 

Entretanto a tradição, conforme relatado, obrigava o pretende ao cargo a casar-se com a filha mais nova de Buxtehude, Anna Margareta, que era pouco atraente, afastando o pretendente à nomeação, uma vez que ninguém aceitava a ideia de contrair matrimônio com ela.

Assim sendo, Dietrich Buxtehude permaneceu organista em St. Mary’s até sua morte. A filha que ele deixara para assustar os aspirantes a candidatos não se demorou muito. O antigo assistente de Buxtehude, um certo JC Schieferdecker, que é famoso por nada mais, casou com ela. Sua ação ficou conhecida na época como “erhielt den schönen Dienst” (o belo trabalho)!

Buxtehude, a despeito da importância para a música alemã e de sua origem também alemã (a família era de Buxtehude, uma cidade a sudoeste de Hamburgo), sempre se considerou dinamarquês.

Dietrich Buxtehude faleceu a 7 de maio de 1707, em Lübeck, na Alemanha.

Buxtehude compôs perto de 100 peças para igreja, entre as quais se contam diversas cantatas, vinte sonatas para cordas e diversas obras para órgão e cravo, muito poucas delas foram incluídas nas importantes coleções de manuscritos alemães do período. Só no século XX foram organizadas edições de suas obras. As composições para órgão, consideradas o ápice de sua arte revelam imaginação estranha e sombria, bem como virtuosismo.

Em sua obra destacam-se o oratório Das jüngste Gericht, as cantatas Also hat Gott geliebt e Gottes Stadt, a Missa brevis em cinco vozes e a sonata para viola de gamba e baixo contínuo.

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