Solstício
de Verão é um fenômeno da astronomia que marca o início do Verão. É o instante
em que o hemisfério Sul está inclinado cerca de 23º na direção do Sol.
O
termo solstício tem a sua origem no latim solstitius que significa "ponto
onde a trajetória do sol aparenta não se deslocar". Consiste em sol +
sistere que significa "parado".
No
solstício de Verão ocorre o dia mais longo do ano e consequentemente a noite
mais curta do ano, em termos de iluminação por parte do Sol. O solstício de
Verão pode acontecer no dia 21 ou 22 de Dezembro, dias em que a radiação solar
incide de forma vertical sobre o Trópico de Capricórnio.
O
solstício acontece graças aos fenômenos de rotação e translação do planeta
Terra, pois graças a eles a luz solar é distribuída de forma desigual entre os
dois hemisférios.
O solstício de Inverno significa que a luz do sol não incide
com tanto fulgor no hemisfério em questão. São fenômenos opostos dependendo do
hemisfério em que um determinado país se encontra. Por esse motivo, quando é
Verão no Brasil (hemisfério sul), é Inverno nos Estados Unidos (hemisfério norte).
Como o que nos interessa aqui é a música e não a astronomia...
Antonio Vivaldi escreveu uma série de doze concertos, publicados em Amsterdã no ano de 1725 como Opus 8 e sob o título de Il Cimento dell’Armonia e dell’Invenzione, ou em português, A Disputa da Harmonia e da Invenção.
Com
este título, Vivaldi queria apresentar obras inovadoras e experimentais em
diversos aspectos, contrapondo a sua criatividade (a “invenção”) com o
tradicionalismo da escrita musical (a “harmonia”).
Concerto
nº 1 em Mi maior – A primavera
Concerto
nº 2 em Sol menor – O verão
Concerto
nº 3 em Fá maior – O outono
Concerto
nº 4 em Fá menor – O inverno
Concerto
nº 5 em Mi bemol maior – A tempestade do mar
Concerto
nº 6 em Dó maior – O prazer
Concerto
nº 7 em Ré menor
Concerto
nº 8 em Sol menor
Concerto
nº 9 em Ré menor
Concerto
nº 10 em Si bemol maior – A caça
Concerto
nº 11 em Ré maior
Concerto
nº 12 em Dó maior
À
primeira vista, a inovação que mais salta aos olhos é o caráter programático
não só dos quatro primeiros concertos conhecidos como as quatro estações, mas também de mais três outros: o nº5 RV.253
La Tempesta di Mare (A tempestade do mar), o nº6 RV. 180 Il Piacere (O prazer)
e o nº10 RV.362 La caccia (A caça). Estes, porém, não trazem nenhuma outra
indicação na partitura explicitando seu conteúdo, muito menos sonetos anexados.
A
primeira edição do Opus 8 traz uma dedicatória ao Conde Wenzel von Morzin, a
quem Vivaldi endereçou uma carta provavelmente com uma cópia da publicação.
Nesta carta, as seguintes linhas são bem reveladoras:
Não
se surpreenda se, entre estes poucos e fracos concertos, Vossa Excelência
encontre As Quatro Estações, as quais têm por tanto tempo desfrutado da amável
generosidade de Vossa Excelência. Mas acredite, eu considerei imprimi-las
porque, apesar de serem as mesmas, eu acrescentei a elas, além dos sonetos, uma
indicação muito clara de todas as coisas que nelas se explicam, assim eu estou
certo de que elas parecerão novas para você.
Ou seja, (1) os concertos já eram conhecidos
antes de sua publicação, e (2) as indicações da partitura foram adicionadas
posteriormente.
O
Verão
Sob
a dura estação de sol aceso
Definha
homem, definha rebanho e arde o pinho;
Solta
o cuco a voz, e logo com ele
Canta
a rolinha e o pintassilgo.
Zéfiro
doce expira mas, desafiado,
Surge
Bóreas (*) de repente ao seu lado;
E
chora o pastor, porque decerto
Teme
feroz tempestade e seu destino
Rouba
dos membros cansados o seu repouso,
O
temor dos relâmpagos e trovões ferozes
E
de moscas e moscões o zumzum furioso.
Ah,
que pena, seus temores eram verdadeiros!
Troveja
e fulmina o céu e majestoso
Quebra o topo das espigas e danifica os grãos.
(*) Já falamos de Zéfiro no post da Primavera.
Bóreas é seu irmão, o vento do norte, frio e violento.
Concerto
para violino, cordas e contínuo Op.8 nº2 RV.315 em Sol menor – “Verão”
De
acordo com o soneto podemos ouvir os sons que representam:
No
primeiro movimento temos a languidez devida ao calor do verão, os sons dos
pássaros, principalmente do cuco. O sussurrar do zéfiro e estrondoso Bórea. A
tristeza da melodia representando o pranto do camponês temendo o temporal que
se aproxima.
No
segundo movimento temos os sons dos mosquitos que atrapalham o descanso do
camponês, seguem-se os trovões que anunciam o temporal.
No terceiro e último movimento o Temporal de verão.
No terceiro e último movimento o Temporal de verão.
Encontrei o vídeo a seguir no Youtube, vale a pena assistir:
http://www.youtube.com/watch?v=Sd95r8vPig8
http://www.youtube.com/watch?v=Sd95r8vPig8
Uma
pequena reflexão:
O
Sol é vida, sem ele não poderíamos existir.
A
luz do sol não distingue quem a recebe...
Tanto faz raça, credo, status.
A
luz do sol esta à disposição de todos os seres.
O
sol é o símbolo maior da caridade e da fraternidade.
Sejamos
todos como o sol do meio dia, que ilumina, clareia, fortalece,
E
não faz sombra a ninguém.
Comece por fazer o necessário, depois o possível, e de repente você fará o impossível."
São Francisco de Assis.
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