Luigi Rodolfo Boccherini,
compositor italiano conhecido por suas obras de música de câmara e por ser um
dos primeiros virtuoses do violoncelo.
Nascido no dia 19 de
fevereiro de 1743, na pequena cidade de Lucca, na época capital da Toscana,
região próspera devido à produção da seda e contando com um movimento cultural
intenso com as três melhores salas teatrais de toda a região na época.
Filho de Maria St. Domenico
di Prosperi e Leopoldo Antonio di Boccherini, músico violoncelista, foi o terceiro
filho do casal dos cinco herdeiros do casal, os demais eram Maria Ester, que
seria bailarina, Giovanni, Anna-Matilda e Riccarda.
Seu pai era considerado um
dos músicos mais bem pagos da cidade e da Toscana, sendo nomeado em 1747, o
baixista temporário da Capela do Estado de Lucca.
Nesse ambiente a vocação de
Luigi manifestou-se logo assim coube a seu pai lhe ensinar teoria musical e violoncelo,
logo já tocava melhor do que seu pai, então passou a ter aulas com Don Domenico
Francesco Vannucci, um excelente professor violoncelo e mestre de capela da
Catedral de Lucca.
No final de 1752, o Abade
Vannucci recomendou que o menino fosse enviado a Roma estudar com Giovani
Battista Costanzi, um dos melhores violoncelistas da época e os primeiros a
usar o violoncelo como instrumento de concerto.
Quatro anos mais tarde, em 1756,
seu pai conquistou uma vaga na orquestra do Teatro Imperial da corte de Viena, por
intermédio do embaixador - o conde Domenico Battista Sardini, e outra de
violoncelista para Luigi. Ainda conseguiu que os outros filhos participassem no
corpo de baile do mesmo teatro. Leopoldo ainda manteve o seu ordenado como
baixista em Lucca. A sua cordialidade abri-lhe várias portas entre a nobreza
vienense, entretanto Luigi queria ser respeitado e admirado em sua terra natal.
Conseguiu uma posição como violoncelista no Conselho Municipal de Lucca,
participando de diversos eventos, nada muito relevante.
Retornou a Viena, por mais
dois anos, até que em 1764, o Conselho de Lucca o nomeou, após um atraso de
três anos, como músico titular da capela. Permaneceram em Viena sua irmã Maria
Ester que se casaria com o bailarino Onorato Vigano e seu irmão Giovani Gastone
que se tornaria famoso ao escrever o libreto para Ópera O Retorno de Tobias de
Joseph Haydn, e outras peças e oratórios.
Entendendo que o seu salário
não estava à altura de seu talento em 09 de dezembro de 1764, pediu uma licença
sem remunerada e foi para Milão, um dos ambientes mais refinados na Itália. Lá
permaneceu por nove meses desenvolvendo suas composições vocais e
instrumentais. Luigi formou um quarteto com discípulos do grande Tartini, nos
violinos Filippo Manfredi e Pietro Nardini, e na viola Giovanni Giuseppe
Cambini.
O estado de saúde de seu pai
fez com que voltasse a Lucca, até que em 30 de agosto de 1766 aos 54 anos de
idade, seu pai veio a falecer, deixando-o bastante confuso, Leopoldo, não só
era seu pai, mas o melhor de seus conselheiros, sem ele não tinha feito
qualquer viagem, nem aceito qualquer compromisso.
Estreitou sua amizade com Manfredi
e juntos partiram em definitivo de Lucca, em uma excursão da Lombardia. Graças
aos muitos amigos Manfredi, que era membro da Maçonaria e ao virtuosismo da
dupla, a turnê foi um sucesso.
Partiram para o sul da
França, em cidades como Dijon, Montpellier e Toulouse, e por fim seguiram rumo a
Paris.
Nos salões de Paris eram
capazes de atender grandes compositores (Leclair, Guillemain, Mondonville,
Jarovich. Mestrino, Stamitz, Pisendel, Brenda, Kiesewetter, Fodor), violinistas
(Somis, Pugnani, Gossec) e o violoncelista do momento Jean Pierre Duport, que
se tornou amigo e um grande admirador de Luigi.
Foi em Paris que conheceu
Brillon de Jouy, uma instrumentista especialista no fortepiano, para ela Luigi
compôs e dedicou as suas Seis Sonatas para piano e violino de 1768.
Pela amizade com Madame
Brillon, Manfredi e Luigi tocavam nos melhores salões parisienses.
Pouco depois Joaquin Atanasio
Pignatelli Aragon Moncalvo, conde de Fuentes, embaixador de Espanha em Paris
convidou os dois amigos a se mudarem para Madrid, onde muitos italianos:
Scarlatti Farinelli, Sacchetti, Brunetti, Comfort, Corsellim etc. desfrutavam
de uma excelente reputação.
Boccherini foi para Madrid ,
onde foi empregado pelo Infante Luis Antonio da Espanha, o irmão mais novo do
rei Charles III . Lá, ele floresceu sob o patrocínio real, até que um dia,
quando o rei expressou sua desaprovação a uma passagem de um novo trio, e
ordenou a Boccherini sua modificação. O compositor, sem dúvida irritado com
esta intrusão em sua arte, dobrou a passagem, o que levou à sua imediata
demissão . Em seguida, ele acompanhou Don Luis de Arenas de San Pedro, uma
pequena cidade nas montanhas de Gredos. Nessa cidade e na cidade de Candeleda,
Boccherini escreveu muitas das suas obras mais famosas.
Luigi passou por tempos
difíceis após a morte de seu patrono espanhol, morrendo quase na pobreza em
Madrid no dia 28 de Maio de 1805. Deixou dois filhos. Sua linha de sangue
continua até hoje na Espanha. Ele foi sepultado na Pontifícia Basílica de São
Miguel até 1927, quando Benito Mussolini repatriou seus restos mortais para a
Igreja de San Francesco de sua terra natal, Lucca.
Boccherini é um daqueles
compositores injustamente esquecidos pela voragem da história. Na verdade a sua
obra tem qualidade mais do que suficiente para ser recordada.
O musicólogo francês Yves
Gérard (1932-) catalogou as obras de Boccherini o que como já vos disse explica
o G. à frente do número que identifica as obras do compositor. Por exemplo G.
480 significa a obra número 480 na catalogação de Gérard.
O seu minueto do Quinteto de Cordas em Mi , Op. 11, No. 5 (G 275) é extremamente popular e presente em diversos filmes e desenhos animados.
Musica notturna delle strade
di Madrid "(Quinteto de Cordas em C Maior, Op 30 No. 6, G324), também é
frequentemente utilizada em filmes como "Master and Commander: The Far Side of
the World".
https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-fjVveUdFdUl1LUpzYjFrWXVzc1JFbUlWNFZHc0VmOHpBb3RTeTRoRUZ0SG8?resourcekey=0-YYuXqzOn1FkHgXI-MGZY8Q&usp=sharing
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