Philip
Morris Glass considerado um dos compositores mais influentes do final do século
XX. A sua música é normalmente chamada de minimalista, embora ele não aprecie
esta expressão. Nascido na cidade de Baltimore em Maryland nos Estados Unidos
no dia 31 de janeiro de 1937, filho de Ida e Benjamin Charles Glass, imigrantes
judeus da Lituânia.
Seu
pai era dono de uma loja de discos e, assim a sua coleção de discos em grande
parte consistia dos itens não vendidos, incluindo música erudita moderna como
Hindemith, Bartók, Schoenberg, e Shostakovich e música clássica ocidental
incluindo Quartetos de cordas de Beethoven e Piano Trio de Schubert, que ele
cita como uma grande influência em seu trabalho em uma idade muito precoce.
Ainda
criança estudou flauta no Instituto Peabody. Posteriormente cursou Matemática e
Filosofia na Universidade de Chicago.
Em
1954 Glass foi a Paris pela primeira vez, lá conheceu os filmes de Jean
Cocteau, que o impressionaram.
O
teclado tornou-se o seu principal instrumento quando se matriculou na Juilliard
School of Music. Teve como professores Vincent Persichetti e William Bergsma. Em
1959, conquistou o Prêmio Compositor IMC dos Estudantes da Fundação BMI, um dos
mais prestigiados prêmios internacionais para jovens compositores.
No
verão de 1960, ele estudou com Darius Milhaud em Aspen Depois de deixar a Juilliard,
em 1962, mudou-se para Pittsburgh.
Ganhou
uma bolsa de estudos e foi novamente para Paris, onde estudou com o professor
de composição eminente Nadia Boulanger entre o Outono de 1964 e o verão de
1966. Os anos em Paris como estudante deixaram uma impressão duradoura e que influenciaram
seu trabalho desde então, como o compositor, ali estudou compositores como
Franz Schubert, Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart.
Enquanto
esteve em Paris entrou em contato com a obra musical de Pierre Boulez,
recentemente afirmou que depois de tão abertamente dizer não gostar deles,
atualmente aprecia a música de Boulez e Stockhausen com ênfase no último.
Entretanto ficou impressionado com os filmes e apresentações teatrais. Assistiu
filmes revolucionários da Nouvelle Vague francesa, como os de Jean-Luc Godard e
François Truffaut, fez amizade com o escultor Richard Serra e sua esposa Nancy
Graves, com atores e diretores como JoAnne Akalaitis, Ruth Maleczech, David
Warrilow, e Lee Breuer, com quem Glass mais tarde fundou o grupo de teatro
experimental Mabou Mines. Em 1966 foi diretor musical da produção de Breuer
para Mãe Coragem de Brecht.
Casou-se
com a sua primeira esposa, a diretora e escritora de teatro, a lituana JoAnne
Akalaitis com quem foi casado entre 1965 e 1980, tiveram dois filhos, o casal
Juliet Glass, nascida em 1968, e Zachary Glass, nascido em 1971.
Ainda
neste período conheceu o músico indiano Ravi Shankar que mudou sua percepção da
música indiana. Encontraram-se pela primeira vez durante as filmagens de
Chappacqua (1966), foram parceiros na composição da trilha sonora para este
filme. Por influência de Shankar, começou a escrever peças com base em
estruturas repetitivas de música indiana. Em 1990 voltariam a trabalhar juntos
em Passages.
Partiu
para o norte da Índia em 1966, onde entrou em contato com refugiados tibetanos
e se interessou pelo budismo. Conheceu Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, em
1972, e tem sido um forte apoiante da independência do Tibete desde então.
Em
março de 1967, retornou aos Estados Unidos, indo para Nova Iorque onde assistiu
uma apresentação do minimalista Steve Reich que fez com que ele simplificasse
seu estilo de compor. Entre o Verão de 1967 e o final de 1968, compôs nove
obras incluindo Strung Out, Gradus, Music in the Shape of a Square em homenagem
a Erik Satie, How Now e One plus One. Em um dos concertos com estas obras, as
partituras foram pregadas nas paredes fazendo com que os músicos tivessem que
se locomover durante a apresentação.
Em
1970, de Glass e Klaus Kertess (proprietário da Galeria Bykert) formou uma
gravadora chamada Chatham Place Productions.
A
música de Glass tornou-se mais complexa e dramática como demonstram as peças
Music in Similar Motion (1969), e Music with Changing Parts (1970), que
entusiasmou jovens artistas tais como Brian Eno e David Bowie.
Philip
Glass produziu inúmeros trabalhos entre óperas, sinfonias, concertos, trilhas
sonoras para filmes e outros trabalhos em colaboração com outros músicos.
Dentre
as óperas Einstein on the Beach (1976), e Satyagraha (1980) esta última baseada
na vida de Mahatma Gandhi que inclui diversos mantras. Compôs também a cantata
Itaipu (1989) que possui texto em guarani. Pela falta de sensibilidade que
demonstrou, esta obra recebeu muitas críticas dos ambientalistas brasileiros, por
ser considerada como uma exaltação ao enorme projeto hidroelétrico, construído
durante a ditadura militar. O lago formado atrás da barragem causou imensos
danos ambientais, destruindo uma vasta área de floresta nativa e deixando
submersa aquela que era então a maior catarata do mundo - o Salto de Sete
Quedas. Ironicamente, e aparentemente dando pouca importância à controvérsia,
Glass denominou o segundo movimento da sua obra "O Lago".
Também
é dele Days and Nights in Rocinha (1997) que foi escrita após uma visita de
Glass a favela da Rocinha antes do Carnaval.
Glass
compôs trilhas sonoras para diversos filmes, começando por Koyaanisqatsi
(1982), dirigido por Godfrey Reggio que está entre as trilhas sonoras mais
influentes. Podemos citar também como trabalhos na área de trilha sonora para
filmes Mishima (1985), Kundun (1997) sobre o Dalai Lama, a trilha sonora dos
demais documentários da trilogia Qatsi em Powaqqatsi (1988) e Naqoyqatsi
(2002), além de O Show de Truman: O Show da Vida (1998), que usou partes das
trilhas de Mishima e Powaqqatsi e As Horas (2002)2 o qual recebeu uma indicação
para o Oscar. Recentemente produziu a trilha para os filmes O Ilusionista
(2006) e Notas Sobre um Escândalo (2006), também indicado ao Óscar de melhor
trilha sonora.
Compôs
a ópera "Corvo Branco", encomendada pela Expo 98 e estreada em Lisboa
no encerramento do evento, com libreto de Luísa Costa Gomes.
Junto
ao grupo mineiro Uakti compôs todas as músicas do álbum Águas da Amazônia e
também compôs a trilha sonora do filme Nosso Lar.
Philip
Glass atuou no dia 23 de junho de 2007 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa e
no dia 24 no Theatro Circo em Braga. Quatro anos depois atuou também a solo na
Casa da Música, no Porto, em 25 de Maio de 2011, com uma reação fortemente
positiva do público.
Além
de trabalhos sinfônicos, Glass também possui fortes ligações com rock e música
eletrônica, sendo que o artista de música eletrônica Aphex Twin já colaborou
com Glass. Vários outros artistas foram influenciados por sua obra como Mike
Oldfield, John Williams e bandas como a Tangerine Dream. Brian Eno inclusive
confirma a influência que teve de Glass.
Possui
um estúdio frequentado por artistas famosos como David Bowie, Björk e Lou Reed,
quando vivo, chamado Looking Glass.
Também
foi casado com Luba Burtyk, Candy Jernigan, falecida aos 39 anos vítima de um câncer,
Holly Critchlow com quem teve mais dois filhos Marlowe e Cameron, desde 2008
vive com a violoncelista Wendy Sutter e reside entre Nova York e Cape Breton na
Nova Scotia no Canadá.
Além
dos quatro filhos tem uma neta Zuri nascida em 1989, filha de Zachary.
Dentre
seus amigos e colaboradores constam artistas plásticos como Richard Serra e
Chuck Close, escritores: Doris Lessing, David Henry Hwang, Allen Ginsberg,
cinema e diretores de teatro incluindo Errol Morris, Robert Wilson, JoAnne Akalaitis,
Godfrey Reggio, Paul Schrader, Martin Scorsese, Christopher Hampton, Bernard
Rose, coreógrafos Lucinda Childs, Jerome Robbins, Twyla Tharp, e músicos e
compositores Ravi Shankar, David Byrne, o maestro Dennis Russell Davies, Foday
Musa Suso, Laurie Anderson, Linda Ronstadt, Paul Simon, Joan La Barbara, Arthur
Russell, David Bowie, Brian Eno, Roberto Carnevale, Patti Smith, Aphex Twin,
Lisa Bielawa, Andrew Shapiro, John Moran, Bryce Dessner e Nico Muhly. Entre os
colaboradores recentes Woody Allen, Stephen Colbert, e Leonard Cohen.
Curiosidade:
O
seriado norte-americano Battlestar Galactica usa uma de suas músicas na trilha
sonora - "Metamorphose One".
No
anúncio da Nokia ao produto N81, a música apresentada é "Japura
River".
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