quinta-feira, 18 de agosto de 2016

HOFFMEISTER

Iniciando a série dos Contemporâneos de Mozart, apresentamos:

FRANZ ANTON HOFFMEISTER


Foi o oitavo, dos onze filhos do casal Martin Hoffmeister e Regina Nadler. Nascido no dia 12 de Maio de 1754, em Rottenburg Am Neckar, atualmente Rottemburg, na Alemanha, na época pertencente ao Sacro Império Romano, uma cidade de médio porte que encontra-se cerca de 50 Km ao sudoeste de Stuttgart.

Franz von Szecsenyi
Com quatorze anos de idade foi para Viena estudar Direito, completou seus estudos e foi qualificado para praticar a lei, mas muito pouco tempo depois optou em seguir a carreira musical. Teve aulas com o compositor Johann Georg Albrechtsberger, futuro professor de Ludwig van Beethoven.

Por ocasião de sua nomeação como Maestro do Conde húngaro Franz von Szecsenyi , em 1778, publicou sua primeira sinfonia.


Na década de 1780 era um dos compositores mais populares da cidade, com um catálogo de obras extenso e variado.

Além da música, passou a dedicar o seu tempo como editor musical.

Em 1785, ele estabeleceu em Viena uma das primeiras empresas de publicação musical, onde publicou música dos compositores vienenses mais proeminentes como: Haydn, Mozart, Beethoven, Clementi, Johann Georg Albrechtsberger, Karl Ditters von Dittersdorf e Johann Baptist Wanhal, além de suas próprias composições. Antes de sua empresa havia a Artaria & Co, fundada cinco anos antes. A sua reputação atual deve-se principalmente por esta atividade.

Haydn, Mozart, Beethoven, Clementi, Albrechtsberger, Dittersdorf e  Wanhal
Salomon
Estes compositores famosos também estavam entre amigos pessoais de Hoffmeister:

Mozart, com que estabeleceu uma estreita associação, dedicou a ele o seu Quarteto de Cordas em Ré Maior (KV 478) e Beethoven dirigiu-se a ele numa carta como meu "irmão mais amado".

No início da década de 1790, o famoso pianista de concerto e empresário musical da época, Johann Peter Salomon, executou algumas de suas obras.

A partir daí voltou a compor mais ativamente. Foram nos anos 1790 que escreveu e encenou a maioria de suas óperas, o que acabou por trazer um período de declínio para a empresa, então decidiu vender parte de seu catálogo para a Artaria.



Em 1799, planejou uma turnê conjunta com o flautista Franz Thurner que chegaria até Londres, entretanto ficou em Leipzig onde conheceu e tornou-se amigo do organista Ambrosius Kühnel. Juntos montaram uma nova editora musical, o Bureau de Musique, que ainda hoje existe sob o nome de Peters Edition, por volta de 1800.
Peters

Dentre as publicações do Bureau de Musique está a primeira edição dos 14 volumes para teclado de Johann Sebastian Bach em 1802.

Em março 1805 ele transferiu sua parte para Kühnel, que mais tarde transferiu para Carl Friedrich Peters.

Em 1806, Hoffmeister também vendeu sua empresa de Viena a Chemische Druckerey, para se concentrar mais em suas composições.

Como compositor era altamente respeitado por seus contemporâneos, o Neues Lexikon der Gerber Tonkünstler publicou no ano de sua morte, o seguinte texto:

"Se fosse olhar suas muitas e variadas obras, admiraria a diligência e a esperteza deste compositor... Ele ganhou para si uma bem merecida reputação e difundida através do conteúdo original suas obras, que não são somente ricas em expressão emocional, mas também distinguido pelo uso interessante e adequado dos instrumentos e através de uma boa praticabilidade. Para esta última característica que temos de agradecer o seu conhecimento de instrumentos, que é tão evidente que se poderia pensar que ele era um virtuoso em todos os instrumentos para os quais ele escreveu".

Hoffmeister contribuiu para muitos gêneros de música. Para o teatro, escreveu operetas, Singspiel e óperas, a mais conhecida "O príncipe de Ítaca" (Der Königsohn aus Ithaka), com o texto de Emanuel Schikaneder, bem como outro tipo de música vocal sacra e secular.

Schikaneder
Ele compôs para orquestra 44 sinfonias, algumas perdidas. Foi prolífico na música de câmara, escrevendo uma grande quantidade de quartetos de cordas, e outras peças. Escreveu composições de ensino atraentes.

O Concerto famoso para Viola e Orquestra em Ré maior é uma peça obrigatória para todo violista apresentar no dia de audição para admissão a uma orquestra profissional.

Sua música é agradável e distingue-se pelo bem que fluem linhas melódicas, mas que carece de originalidade.

Na extensa obra de Hoffmeister, destacam-se as composições para flauta, são mais de 25 concertos, e foi exatamente este instrumente o responsável pelo renascimento de sua música no final do século XX foi provocada particularmente por flautistas que admiram seus 12 quintetos flauta (com violino, duas violas e violoncelo) e outras músicas flauta.

Muitas destas obras teriam sido compostas pensando no crescente número de flautistas amadores de Viena, bem como em sua amizade com o flautista Franz Thurner.

Também é obrigatório no repertório padrão com flautista e clarinetista e em muitas ocupações no campo da música de câmara.

Franz Anton Hoffmeister faleceu em Viena no dia 09 de Fevereiro de 1812.

Os Contemporâneos de Mozart


Ser contemporâneo de Mozart, creio eu, era algo semelhante a ter concorrido com Elvis Presley nos anos cinquenta, que o digam Roy Orbison, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Gene Vincent, dentre tantos outros. 
Em sentido horário:
Elvis, Orbison, Perkins, Vincent e Lewis
Contemporâneos dos The Beatles ou The Rolling Stones, como The Animals, The Dave Clark Five, Gerry and the Pacemakers, The Hollies. 
Em sentido horário:
Beatles, Stones, Hollies, Dave Clark Five, Gerry & Pacemakers e Animals
Ou ainda os contemporâneos de Roberto Carlos na época da “Jovem Guarda”, como Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Paulo Sérgio, Reginaldo Rossi, Antônio Marcos e tantos outros.
Em sentido horário:
 Antonio Marcos, Roberto Carlos, Jerry Adriani,
Wanderley Cardoso, Reginaldo Rossi e Paulo Sérgio
A gravadora Chandos lançou no final do século passado uma série de CDs intitulados Contemporaries of Mozart.
Apresentando inúmeros compositores que estavam atividade durante o sucesso de Wolfgang Amadeus Mozart, muitos tiveram a sua obra influenciada por ele, outros o influenciaram.


A série apresentava vinte e quatro títulos apresentados pela London Mozart Players com a regência de Matthias Bamert. 
London Mozart Players - destaque Mathias Bamert

Alguns deles já foram homenageados por este blog, e na medida do possível apresentarei todos os compositores da série. 

Agora todos estão presentes neste blog. (Abril 2017)



Os títulos disponíveis nessa série são:

Adalbert Gyrowetz


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

KOECHLIN


Charles Louis Eugène Koechlin nasceu em Paris no dia 27 de Novembro de 1867, e foi o filho caçula de uma família grande. Foi um compositor, musicólogo, crítico musical e escritor francês. Foi mais conhecido como teórico e professor do que como compositor, apesar de possuir um vasto catálogo de obras, que vêm sendo mais valorizadas em décadas recentes do que durante a vida do compositor.


A origem materna de sua família era a Alsácia, região com a qual ele se identificava. 

Seu avô materno tinha sido o filantropo e fabricante têxtil, dele Charles Koechlin herdou sua consciência social fortemente desenvolvida.


Seu pai morreu quando ele tinha 14. Seu interesse pessoal era pela música, mas a sua família queria que ele tornasse um engenheiro.

Ele entrou na École Polytechnique, em 1887, mas no ano seguinte foi diagnosticado com tuberculose e teve de passar seis meses se recuperando na Argélia. Viu-se obrigado a repetir seu primeiro ano na École e formou-se apenas com notas medíocres.

Os professores: Lefebvre, Taudou, Massenet, Gedalge, Ducoudray (da esquerda para a direita)
Passou a ter aulas particulares de música com Charles Lefebvre, após uma luta com sua família, por fim, entrou para o Conservatório de Paris, em 1890, estudou harmonia com Antoine Taudou. Em 1892, teve aulas de composição com Massenet, de fuga e contraponto com André Gedalge, e com Louis Bourgault-Ducoudray história musical.

Os colegas: Enescu, Hahn, d'Ollone, Rabaub e Schmitt (da esquerda para direita)
Entre os seus colegas de classe estavam George Enescu, Reynaldo Hahn, Max d'Ollone, Henri Rabaud, e Florent Schmitt.

Fauré
A partir de 1896, foi aluno de Gabriel Fauré, tendo como colegas de aulas Maurice Ravel (presente no blog) e Jean Roger-Ducasse. Fauré teve uma grande influência sobre Koechlin, que escreveu a primeira biografia de Fauré, em 1927.
Ravel e Ducasse
Em 1898, orquestrou a suíte Pelléas e Mélisande de Fauré, e em 1900 assistiu o compositor na produção do drama Prometeu ao ar livre.
Após sua graduação Koechlin tornou-se um compositor freelance e professor.

Em 1903 se casou com Suzanne Pierrard.

Começou a trabalhar regularmente como crítico e 1909 para o Chronique des Arts, no ano seguinte foi um dos fundadores, juntamente com Maurice Ravel, do Société Musicale Indépendante.

Desde a sua criação no início dos anos 1930 a sua morte, foi um defensor apaixonado da Sociedade Internacional de Música Contemporânea, tornando-se presidente de sua seção francesa. A partir de 1937, ele foi eleito presidente da Federação Musicale Populaire.

Ele dividia seu tempo entre Paris e casas de campo em Villers-sur-Mer e da Côte d'Azur, mas após o início da I Guerra Mundial, as circunstâncias o forçaram a vender uma de suas casas.

Por ser um vigoroso defensor dos compositores mais jovens e dos novos estilos musicais, ele nunca foi bem sucedido em suas tentativas de obter um cargo de professor, apesar de ser examinador de muitas instituições (por exemplo, os Conservatórios de Bruxelas, Rheims e Marselha).

Roussel - Emmanuel
Ele foi rejeitado para o cargo de professor de contraponto e fuga no Conservatório de Paris em 1926 por 20 votos a dois (os dois sendo Albert Roussel e Maurice Emmanuel), mas a partir de 1935 a 1939, ele foi autorizado a ensinar fuga e polifonia modal no Schola Cantorum.

Goossens
Visitou os Estados Unidos quatro vezes para palestras e lecionar entre 1918-19, 1928, 1929 e 1937. Na segunda e terceira visitas lecionou na Universidade da Califórnia, Berkeley. Em 1929 seu poema sinfônico La Joie Païenne ganhou o Prêmio Hollywood Bowl para Composição e foi apresentado na ocasião sob a batuta de Eugene Goossens.

Koechlin tinha que pagar a preparação das peças orquestrais, e em 1930, ele gastou a maior parte de suas economias na organização de performances de algumas de suas obras orquestrais.

Kipling
Na década de 1940, no entanto, o departamento de música da Rádio belga assumiu a sua causa e transmitiu várias estreias importantes, incluindo a primeira apresentação completa do ciclo Jungle Book.

Durante a sua vida escreveu uma ópera, quatro ballets, corais dentre eles O Livro da Selva, baseado na obra de Kipling, três sinfonias, poemas sinfônicos, numerosas peças para piano.

Conhecido predominantemente como um miniaturista, privilegiando a melodia, com clareza e beleza, em relação aos esquemas formais. 

Suas obras compostas para flauta consistem numa das mais importantes heranças deixadas ao repertório desse instrumento. Obras como as 14 peças para flauta e piano Opus 157 demonstram a sua grande habilidade na concepção de linhas melódicas e seu interesse por texturas monofônicas.

Os alunos: Tailleferre, Désormière, Poulenc, Sauguet e Porter  (da esquerda para direita)
Na lista dos compositores que estudaram com ele temos Germaine Tailleferre, Roger Désormière, Francis Poulenc e Henri Sauguet. Cole Porter estudou orquestração com ele em 1923-24. 

Milhaud
Darius Milhaud, embora nunca tenha sido seu aluno, tornou-se um amigo próximo e considerava que aprendeu mais com Koechlin do que com qualquer outro pedagogo. Koechlin escreveu três livros de texto resumido: um sobre Harmonia (três volumes, 1923-26), um de teoria musical (1932-1934) e um grande tratado sobre o assunto de orquestração (quatro volumes, 1935-1943). Ele também escreveu uma série de trabalhos didáticos menores.


Koechlin era uma figura amada e venerada no meio musical francês, sua longa barba que flui contribuindo para a sua imagem patriarcal. 

Após a descoberta de sua tuberculose em 1888, com a necessidade de construir a sua força levou a se tornar um alpinista, nadador e tenista entusiasta. 

Foi um astrônomo amador e um fotógrafo realizado. Foi um dos grandes místicos entre os compositores franceses, cujo credo pessoal era panteísta, em vez de cristão.

Ele faleceu em 31 de Dezembro de 1950, aos 83 anos de idade, e seu corpo foi sepultado, em sua casa de campo em Le Canadel, Var, na França. 


Na sua sepultura está escrito em francês: “O espírito do meu trabalho e de toda a minha vida é acima de tudo um espírito de liberdade.”

Koechlin disse uma vez: "O artista precisa de uma torre de marfim, não como uma fuga do mundo, mas como um lugar onde ele possa ver o mundo e ser ele mesmo, esta torre é para o artista como um farol que brilha em todo o mundo”.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

BRAHMS

Johannes Brahms nasceu no dia 7 de maio de 1833 na cidade portuária de Hamburgo na Alemanha. Vindo de uma família pobre, seu pai, Johann Jacob, era músico e tocava violino, violoncelo e trompa, que ganhava a vida tocando em bares e tavernas das cidades portuárias.

Foi com seu pai que recebeu a primeira instrução musical, Aos seis anos, demonstrava um talento incomum, a família o incentivou a seguir a carreira musical e a apreciar a literatura inglesa e francesa e a literatura romântica alemã.

Aos sete anos, além das aulas normais, seu pai contratou o excelente professor Otto F. W. Cossel para dar-lhe aulas de piano. Com 10 anos de idade, fez seu primeiro concerto público, interpretando Mozart e Beethoven.

Não tardou a receber um convite para tocar nas cervejarias da noite hamburguesa, sempre ao lado de seu pai. O progresso do filho na música fez com que o pai de Brahms sentisse tentado a partir para os Estados Unidos e tentar repetir o sucesso de Mozart na infância.
Eduard Marxsen


Foi aconselhado por Otto que não fizesse isto, e por sua influência conseguiu que Johannes tivesse aulas com o compositor e regente da Filarmônica de Hamburgo Eduard Marxsen, também considerado o melhor professor da cidade, que só o aceitou como aluno se viajassem para fora da Europa. Foi Marxsen quem lhe deu as primeiras noções de composição. Brahms dedicou a ele o seu Concerto para Piano nº 2 em Si Bemol.


Quando tinha oportunidade, também não deixava de se apresentar para a alta sociedade. Em quatro anos, tornou-se um dos mais famosos músicos de Hamburgo.
Foi neste período que se revelou como um homem bruto, extremamente grosseiro -zombava de todas as mulheres.

Eduard Reményi e Brahms
Como músico de cervejaria, Brahms conhece Eduard Reményi, violinista húngaro que havia se refugiado em Hamburgo. Combinam uma tournée pela Alemanha.

Joseph Joachim
Nesta viagem, Brahms acaba conhecendo Joseph Joachim (famoso violinista intérprete de sucesso na época, que viria a se tornar um de seus maiores amigos), Liszt e também os Schumann. 

Foi Joachim quem sugeriu a Brahms que deixasse Hamburgo para conhecer novos lugares.


Sugestão aceita, a primeira cidade em que parou foi Weimar, onde Franz Lizst morava.

Liszt
Apesar da boa recepção, logo os dois se decepcionaram mutuamente. Suas preferências musicais não combinavam. Conta-se que Liszt, quando conheceu Brahms, tocou para ele sua nova peça, a Sonata em Si Menor. Ao final da apresentação, porém, Liszt viu que seu visitante tinha adormecido na poltrona. (Já falamos sobre Liszt.)

Durante um longo período, Brahms percorreu algumas cidades alemãs.

Foi em Bonn que conheceu o casal Schumann. Posteriormente, no ano de 1853, na casa em Düsseldorf Robert e Clara Schumann o receberam como gênio. 
Robert e Clara Schumann

Robert logo tratou de recomendar as obras de Brahms aos seus editores e escreveu um famoso artigo na Nova Gazeta Musical, intitulado "Novos Caminhos", onde era chamado de "jovem águia" e de "Eleito".

Julie Schumann
Clara tornou-se uma grande amiga e companheira, especulou-se que fosse algo mais do que uma amizade, mas os historiadores concordam que eles nunca se apaixonaram. 

Robert Schumann deixou claro que não tinha nada que pudesse ensinar ao jovem Brahms, mas ele permaneceu na residência e até se apaixonou por uma das filhas do casal, Julie.

Perambulando entre as cidades da Alemanha, fixando-se em duas residências - a de Joachim, em Hanôver, e a de Schumann, em Düsseldorf. 

Essa vida errante de Brahms haveria de terminar em 1856, quando num acesso de loucura Robert atirou-se no rio Reno, Brahms tomou para si as responsabilidades da casa. Foi quando conseguiu o emprego de mestre de capela do pequeno principado de Lippe-Detmold.
Principado Lippe Detmold
na antiga Alemanha


Em seguida iniciou uma viagem por toda a Europa apresentando-se em concertos e procurando um emprego fixo.

Continuou compondo criou peças menores e um esboço de uma sinfonia. Em 1858 escreveu o seu primeiro Concerto para Piano, que teve a estreia no ano seguinte para uma fria audiência de Hanover.

Em 1860, comete um grande erro: assina, junto com Joachim e outros dois músicos, um manifesto contra a chamada escola neo-alemã, de Liszt e Wagner, e sua "música do futuro".
Beethoven

Embora Brahms não fosse afeito a polêmicas, acabou entrando nessa, o que lhe valeu a pecha de reacionário, a qual foi derrubada apenas no século XX pelo famoso ensaio de Schoenberg - "Brahms, o Progressista".


Na verdade, tendo Beethoven como modelo, mas não a ponto de continuar sua obra. Brahms, com seu espírito sóbrio, evitava inspirações, improvisações e alusões poético-literárias. Esse "formalismo" dificultava o acesso à sua música. 

Richard Wagner
O germanismo dificultou, durante muito tempo, a difusão de sua música no estrangeiro e fez com que os amantes de Wagner custassem a se render a Brahms.  Ele era apenas fiel aos princípios nos quais acreditava, sendo que até expressou, em algumas oportunidades, a admiração por algumas obras de Wagner.

Três anos mais tarde, resolve morar em Viena. Seu primeiro emprego na capital austríaca foi como diretor da Singakademie, onde regia o coro e elaborava os programas. 

Apesar do relativo sucesso que obteve, pediu demissão em um ano, para poder dedicar-se à composição. A partir daí, sempre conseguiu sustentar-se apenas com a edição de suas obras e com seus concertos e recitais.

Eduard Hanslick
Em Viena, conseguiu o apoio e admiração do importante crítico Eduard Hanslick, mas isso não foi suficiente para garantir-lhe fama. 

Somente a partir da estreia de Um Réquiem Alemão, em 1868, é que Brahms começou a ser reconhecido como grande compositor. Como reflexo disso, em 1872, é convidado para dirigir a Sociedade dos Amigos da Música, a mais célebre instituição musical vienense. Ficaria lá até 1875.

Hans von Bulow
Em 1876, um fato marcante: a estreia sua Primeira Sinfonia, ansiosamente aguardada, foi um grande sucesso. A partir daí, Brahms ficou marcado como o sucessor de Beethoven. O maestro Hans von Bülow até apelidou essa primeira sinfonia de "Décima", com referência à Nona Sinfonia de Beethoven.

Em 1890, após concluir o Quinteto de Cordas op. 111, decide parar de compor e até prepara um testamento. 

Mas não ficaria muito tempo longe da atividade; no ano seguinte, encontra-se com o célebre clarinetista Richard Mülhfeld e, encantado com o instrumento e suas possibilidades, escreve quatro obras-primas - duas Sonatas para Clarineta e Piano, o Trio para Clarineta, Cello e Piano, e o Quinteto para Clarineta e Cordas, que está entre suas mais importantes peças de música de câmara.

Clara Schumann
Sua última obra publicada foi o ciclo Quatro Canções Sérias, onde praticamente despede-se da vida. Ele dedica a coletânea a si mesmo, como presente no aniversário, em 1896. 

Nesse mesmo ano, morre Clara Schumann.

Brahms cultivou, com exceção da ópera e ao balé, todos os gêneros musicais. Na mocidade foi romântico e intimista, particularmente na música para piano e nos "lieder" (canções), mas poucas obras românticas subsistem porque Brahms tinha o hábito de destruir os originais que não resistiam à sua severa autocrítica.

Em linhas gerais, a música de Brahms caracteriza-se pelo seu caráter melancólico, pela tensão concentrada e obscuridade, pelos ritmos sincopados e pela riqueza temática.

Alguns autores, afirmam que teria sido iniciado na sublime instituição, entretanto não existem documentos comprobatórios e ainda mais porque Brahms considerava-se, orgulhosamente, um "pagão" por não acreditar em Deus. 

Apesar de sua mais famosa obra, o Réquiem Alemão, contradizê-lo. Tornou-se uma figura quase folclórica. 

Johannes Brahms
Com seu corpo pesado e uma grande barba branca, misturava na aparência, como na música, a severidade clássica com fugazes momentos líricos.

Os anos que se seguem são tranquilos, marcados pela solidão, manteve-se solteiro, pelas estreias de suas obras, pelas longas temporadas de verão e pelas viagens principalmente à Itália.

Morreu aos 63 anos, de câncer no fígado, no dia 03 de abril de 1897, em Viena.

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