quinta-feira, 26 de abril de 2018

ROSTROPOVICH



Mstislav Leopoldovitch Rostropovich foi um violoncelista e maestro russo naturalizado americano e considerado um dos maiores violoncelistas do século XX e o sucessor de Pablo Casals nascido em Baku, no Azerbaijão, que então era parte da União Soviética, no dia 27 de Março de 1927.

Shostakovich e Prokofiev
Ainda pequeno, sua família mudou-se para Moscou. Estudou no Conservatório local e teve como professores Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.


Britten
Foi responsável pela estreia de diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, dentre elas a Sinfonia Concertante em Mi Menor Opus 125 de Prokofiev, os dois Concertos para Violoncelo de Shostakovich, a Sinfonia para Violoncelo e Sonata para Violoncelo e Piano de Benjamin Britten.

O músico lutou pela liberdade de expressão e uma arte sem fronteiras, que trouxe alguns desentendimentos com o regime soviético.

Conservatório Estatal de Moscou
Em Fevereiro de 1948, seu mestre no Conservatório de Moscou, Shostakovich, foi acusado de formalismo, um estilo de crítica que se concentra nas técnicas artísticas e literárias fora do contexto social e histórico da obra, e destituído de suas funções, por um decreto do governo. Em protesto, Rostropovich deixou o conservatório.

Solzhenitsyn e Sakharov

No início dos anos 70, o violoncelista tímido sofreu problemas por ter falado publicamente em defesa de seu amigo, o escritor Alexander Solzhenitsyn, e do dissidente Andrei Sakharov quando ambos foram atacados pelas autoridades soviéticas.



Em virtude disso, Rostropovich e sua esposa, a soprano Galina Vishnevskaya, com quem casara em 1.955, encontraram dificuldades para apresentações no exterior.
o casal Rostropovich

Em 1974, o casal pediu ao governo para deixar a União Soviética. Finalmente eles se estabeleceram nos Estados Unidos e Paris. 


Gorbachov
Enquanto estava no exterior, em 1978, o Kremlin o destituiu de sua cidadania, devido a suas "atividades não patrióticas", segundo disseram os jornais oficiais, só retornando ao seu país em 1.990, quando a abertura promovida por Gorbachov restituiu sua cidadania.

Nos Estados Unidos, entre 1977 e 1994, foi o diretor musical e regente da National Symphony Orchestra de Washington, realizando concertos ao lado de alguns dos mais famosos músicos do mundo, como Marta Argerich, Sviatoslav Richter e Vladimir Horowitz.

Argerich, Richter, Horowitz
Em novembro de 1989, dias após a queda do Muro de Berlim, Rostropovich embarcou a Berlim para fazer um concerto de improviso, não anunciado, o maestro tocou uma das Suítes para Violoncelo de Johann Sebastian Bach, ao lado dos escombros do muro, como se fosse um humilde músico de rua. "Foi o que meu coração ditou," ele disse mais tarde.
Rostropovich no muro

De volta a seu país, Rostropovich tornou-se um dos líderes do movimento democrático nascente no país, que acabou levando à queda da União Soviética. 

Ele esteve entre as multidões que desafiaram o golpe de Estado lançado pelos defensores da linha dura que tentavam reverter as reformas da perestroika de Mikhail Gorbachev.

A partir de 2006 a sua saúde começa a se deteriorar rapidamente.


Putin
O então presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, visitou-o para discutir detalhes da celebração dos seus 80 anos, em março do ano seguinte. Rostropovich compareceria ao evento, apesar de sua saúde muito debilitada.

Após sua internação num hospital em Paris no fim de janeiro de 2007, decidiu ir para Moscou, onde anteriormente havia sido tratado.

Em 6 de fevereiro do mesmo ano, foi internado em um hospital de Moscou. A natureza de sua doença não foi revelada.

Rostropovich, já enfraquecido, compareceu à comemoração, no Kremlin, onde foi festejado pelo presidente Vladimir Putin.

Ele se levantou, trêmulo, e fez um breve discurso em voz fraca. "Sou o homem mais feliz", disse. "Minha família e meus colegas estão aqui comigo neste dia."

Foi a primeira vez que Rostropovich apareceu em público desde fevereiro, quando foi internado num hospital de Moscou. Na época, seu secretário disse que sua doença não era algo que pusesse sua vida em risco.

Foi internado no Centro N. N. Blokhin de Pesquisas sobre o Câncer, em 07 de abril, para ser tratado de câncer intestinal, falecendo em 27 de abril.

Catedral Cristo Salvador
Seu corpo foi velado, no dia seguinte, no Conservatório de Moscou e foi posteriormente transladado para a Catedral da Igreja Ortodoxa Russa Cristo Salvador em Moscou.

Milhares de pessoas compareceram ao velório e ao funeral, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a rainha Sofia da Espanha, Bernadette Chirac, a primeira-dama da França, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e Naina Yeltsina, a viúva de Yeltsin.

Yeltsin


Rostropovich foi sepultado em 29 de abril, no cemitério Novodevichy, o mesmo foi enterrado o corpo do amigo Boris Yeltsin, falecido quatro dias antes dele.

Pouco antes de sua morte, Rostropovich trabalhava na organização de um festival internacional de música, a ser realizado em sua terra natal, Baku. 


Olga
O projeto foi concretizado em dezembro do mesmo ano, por sua filha mais velha, Olga, criadora da Fundação Mstislav Rostropovich, que patrocina, juntamente com a Fundação Heydar Aliyev e o Ministério da Cultura e Turismo do Azerbaijão, o Festival Internacional de Música Mstislav Rostropovich, realizado todos os anos, em Baku.

O músico foi uma das figuras culturais mais amadas da Rússia. Além disso, ganhou fama em todo o mundo como defensor dos direitos civis durante a era soviética.

Lilian e Victor Hochhauser
Ele e sua mulher, a soprano Galina Vishnevskaya, dirigiam uma fundação humanitária.

"Ele foi o número 1, de todas as maneiras. Ele é o último dos grandes titãs russos a nos deixar. 

Rostropovich não apenas foi um músico extraordinário, como também um grande humanitário e fonte de inspiração para inúmeros compositores que compuseram obras belíssimas especialmente para ele. 

Foi destemido em sua tentativa de proteger Solzhenitsyn e Sakharov. Tinha um grande espírito. 

O homem foi nada mais, nada menos que um gênio." - disse à Reuters a empresária musical Lilian Hochhauser, que com seu marido Victor regularmente financia turnês britânicas de grandes companhias russas de ópera e balé.

Ouça o gênio

No link acima também está disponível a música referente ao trabalho sobre o Salmo 133.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

THE DARK SIDE OF THE MOON



Lançado há quarenta e cinco anos, exatamente no dia 24 de Março de 1973, no Reino Unido, um disco histórico, The Dark Side Of The Moon, o oitavo disco do Pink Floyd, que correspondeu a uma pequena e importante mudança no som da banda, caracterizada pela diminuição na duração das canções com letras mais pessoais e instrumentais menores. O álbum, inicialmente, seria chamado de Eclipse.


Os integrantes originais: Syd. Nick, Roger e Rick
O grupo Pink Floyd foi fundado em 1965, pelos estudantes Syd Barrett (guitarrista e vocalista), Nick Mason (baterista), Roger Waters (baixista e vocalista) e Richard Wright (tecladista e vocalista), tornaram-se populares tocando no cenário alternativo londrino. Sob a liderança de Barrett, lançaram dois singles de sucesso e um bem-sucedido álbum de estreia, The Piper at the Gates of Dawn, de 1967. 

The Piper at the Gates of Dawn

David Gilmour foi integrado como o quinto membro em dezembro de 1967, enquanto Barrett saiu, em abril de 1968, por uma deterioração mental causada por psicotrópicos e drogas pesadas. 
Gilmour

A partir deste período, a banda se reinventou, Waters passou a ser o principal letrista e responsável pelos conceitos de álbuns como The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975), Animals (1977) e The Wall (1979).

Entre 1972 e 1973, Pink Floyd não era um nome importante no mundo da música, não detinha grandes sucessos de vendagem.

Ainda abalado pela saída de Syd Barrett, que durante os primeiros anos foi o líder e principal compositor da banda, nesse período conturbado nasceu um disco amargo, que falava da vida nas suas mais míseras partes.

Meddle
O grupo se reunião, entre junho de 1972 a janeiro de 1973, no estúdio Abbey Road, em Londres, para gravarem o álbum. Syd Barrett foi o personagem que inspirou Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright para a temática do disco, principalmente na referência à loucura.

O conceito básico do disco foi desenvolvido quando a banda estava ensaiando no Broadhurst Gardens Studios em Londres para a turnê do álbum Meddle.

A banda sairia numa turnê pelo Reino Unido, Estados Unidos e Japão. Não era o objetivo naquele momento criar material novo, entretanto as ideias foram aparecendo. Roger Waters propôs que o novo material fosse apresentado já naquela nova turnê, contando que sua principal ideia era criar canções que focassem em coisas que "cansam as pessoas", assim como na pressão que os integrantes sofriam por seu estilo de vida e os problemas envolvendo Syd Barrett, todos concordaram.

O grupo trabalhou junto na criação do material novo, Roger gravou as primeiras fitas demo em um pequeno estúdio próprio em sua casa em Londres. 

O ensaio do novo material foi em segredo num pequeno armazém que pertencia aos Rolling Stones, posteriormente migraram para o Rainbow Theater. 

Os músicos compraram novos equipamentos, incluindo amplificadores, uma mesa de mixagem e um conjunto inteiro de iluminação de palco.


álbum do Medicine Head
Então veio a ideia de realizar um concerto com suas novas canções, antes mesmo de gravá-las, ali mesmo e providenciaram mais de nove toneladas em equipamentos, e o novo projeto foi intitulado como The Dark Side of the Moon.

Entretanto a banda Medicine Head já tinha lançado um disco com aquele título, mudaram então para Eclipse, pouco tempo descobriram que o álbum havia sido um fracasso comercial e então voltaram ao nome inicial.

Gravação Pirata dos Shows
O concerto Dark Side of the Moon: A Piece for Assorted Lunatics foi realizado pela primeira vez no Rainbow em 17 de fevereiro de 1972 com uma plateia formada apenas por jornalistas e críticos, e recebeu avaliações muito boas de quase todos os presentes. 

As novas canções foram apresentadas quase que na mesma ordem em que foram lançadas no disco, mas o som apresentava algumas diferenças em relação ao que mais tarde foi lançado, principalmente devido à falta de sintetizadores e aos momentos em que liam alguns trechos da Bíblia no começo de algumas canções.

A banda seguiu fazendo pausas estratégicas na turnê para realizar as gravações em estúdio, realizando o último concerto novamente naquele teatro em 4 de novembro de 1973.
Alan Parsons ao centro
No estúdio a banda trabalhou ao lado do engenheiro de som Alan Parsons, com quem já haviam trabalhado no disco Atom Heart Mother e que já era famoso por ter trabalhado no Álbum Abbey Road dos Beatles. Para as sessões, foram usadas as técnicas mais avançadas disponíveis na época.
Interior do Estúdio Abbey Road onde o disco foi gravado

A capa do disco, que juntamente com a Abbey Road dos Beatles é das mais famosas imagens do rock. 

A arte de um disco muitas vezes pode até ser isenta de significado, no entanto, não é o caso desse álbum, nela cada detalhe foi milimetricamente calculado para que o resultado trouxesse inúmeros significados às ideias da banda para o álbum, um feixe de luz transpassando um prisma e se decompondo em um espectro de cores. 



Uma metáfora, não só para as dúvidas que a humanidade possui, mas para a própria humanidade. A astronomia diz que a lua tem um lado oculto que ninguém foi capaz de ver. 

O título relaciona esse “lado oculto da lua” como o lado que todo ser humano possui e tenta esconder, nosso lado repleto de falhas, mas o mais humano. De todos os detalhes envolvidos na capa, apenas um não possui base em estudos muito profundos.

A luz branca se divide em seis raios coloridos, ao invés das sete cores tradicionais do arco-íris. Teria isso algum significado em especial? “Não. Na verdade, o azul escuro não ficou esteticamente bonito junto das outras cores e então resolvemos tirá-lo fora, porque a arte deve estar acima da ciência“. 


Storm Thorgerson entre David Gilmour e Roger Waters
Além das inúmeras interpretações, uma mais simples é citada por Storm Thorgerson, o designer responsável pela arte:
“como aquele simples som – representado pelo feixe – poderia significar uma complexidade de coisas que a banda queria tratar.”

As faixas se apresentam na seguinte ordem, no vinil quase não se percebe a mudança das faixas:

Speak to me, foi composta por Mason, – com uma introdução com sons de máquinas de escrever, risadas e barulhos aleatórios introduzem o ouvinte no clima de loucura do disco.

Breathe, de autoria coletiva da banda, elimina toda aquela balbúrdia e tudo muda para a melancolia da faixa, um poema sobre a miséria humana, cantado por David Gilmour.

On the Run retoma o som alucinado, representando a loucura causada pelas drogas, em forma de efeitos eletrônicos, o instrumental foi composto por Gilmour e Waters.

Time, outra composição coletiva, é um dos maiores destaques do Pink Floyd, o clima tenso de sua introdução acumula até certo ponto e desaba em letra e melodia bem fortes, cantadas por Gilmour e Wright. A poesia da letra retrata o envelhecimento em versos como And you run and run/ To catch up with the sun/ But it’s sinking (E você corre e corre/ Pra alcançar o sol/ Mas ele está se pondo) e o medo da morte nos versos But you are older/ And shorter of breath/ And one day closer to death (Mas você está mais velho/ E com menos fôlego/ E a cada dia mais próximo da morte).

Clare Torry
The Great Gig In The Sky, de Rick Wright, é uma metáfora para o desespero que tudo o foi apresentado até aqui no disco, a voz de Clare Torry demonstra momentos de desespero e de relaxamento.



Money, composição de Roger Waters, tem um clima animado pra falar do dinheiro e de todo seu poder, retratados na voz de David Gilmour, com a participação do saxofonista, Dick Parry.

Dick Parry.
Us And Them traz a solidão num brilhante arranjo, uma das melhores canções que a banda já fez, de autoria de Waters e Wright e interpretadas por Wright e Gilmour.

Any Colour You Like, parceria de Gilmour, Mason e Wright, é outra faixa instrumental que representa os estados alterados da mente através da guitarra psicodélica de David Gilmour.


Brain Damage, de Roger Waters e também vocalista, se caracteriza pelo tom apropriado pra falar de Syd Barret, as drogas e a loucura são o tema central aqui. Roger Waters parece escrever diretamente para seu amigo: “I will see you on the dark side of the moon”.

Eclipse é escrita com a métrica de uma poesia. Trata de um resumo das ideias colocadas no disco, simplifica o ser humano com atos e metáforas em um arranjo que parece de fim de espetáculo, também escrita e cantada pro Waters.



O álbum começa e termina com o mesmo som, o pulsar de um coração.

Aconselha-se a ouvir o álbum na sequencia e viajar na loucura apresentada.

Em quase todas as faixas podem ser ouvidas conversas e frases ao fundo, são vozes de pessoas selecionadas pela equipe de gravação, feitas em forma descontraída. Algumas vozes incluem risadas um tanto assustadoras, além de frases aleatórias.

Speak To Me
I’ve been mad for fucking years, absolutely years, been over the edge of yonks, been working me buns off for bands… (Eu tenho estado louco por malditos anos, um longo tempo, tenho estado no limite, tenho trabalhado muito por bandas…)
I’ve always been mad, I know I’ve been mad, like the most of us… very hard to explain why you’re mad, even if you are not mad… (Eu sei que fui louco, eu sempre fui louco, como a maioria de nós… muito difícil de explicar porque você está com raiva, mesmo se você não é louco…)

On The Run
Live for today, gone tomorrow, that’s me! (Vive pra hoje, se vai amanhã, esse sou eu!)

Great Gig In The Sky 
I never said I was frightened of dying. (Eu nunca disse que estava com medo de morrer.)

Us And Them
I haven’t had a good thump in years, absolutely years. (Eu não tive um bom baque em anos, absolutamente em anos.)
I don’t know! I was really drunk at the time. (Eu não sei! Eu estava muito bêbado na hora.)

Brain Damage
I can’t think of anything to say except… ahahahahahaha! I think it’s marvellous! (Eu não consigo pensar em nada, exceto… ahahahahahaha! Eu acho maravilhoso!)

Eclipse
There is no dark side of the moon, really… as a matter of fact it’s all dark.
(Não há lado escuro da lua, na verdade… ela é toda escura.) – última frase do disco quase inaudível.

The Dark Side of The Moon vendeu mais de quinze milhões de cópias, considerado o terceiro álbum mais vendido do mundo.



Há uma lenda que o disco teria um sincronismo com o filme o Mágico de Oz. Tocando o disco após o terceiro rugido do leão da MGM, a sincronia entre filme e álbum será incrivelmente quase perfeita. A sincronia vai desde as melodias – que se encaixam muito bem nas cenas, parecendo trilha sonora – até frases que combinam com o que está acontecendo no filme. Eis alguns trechosNum especial para a MTV em 2002, os membros da banda afirmam que não poderiam planejar isto, mesmo por que não era possível reproduzir o filme no estúdio. 

Embarquem nessa viagem


quarta-feira, 11 de abril de 2018

GIULIANI

Não foi localizada qualquer imagem do compositor

Giovanni Francesco Giuliani foi violinista e harpista, compositor e maestro italiano, nascido em Livorno em 1760, não há uma data precisa. Estudou violino em Florença com Pietro Nardini, e contraponto com Bartolomeo Felici.


Em pouco tempo, tornou-se um dos alunos mais ilustre de Nardini e tornou-se ainda muito jovem o primeiro violinista no Nuovo Teatro em Florença.

O prestígio e a tranquilidade econômica de Florença foram os principais motivos para que se estabelecesse naquela região, tendo trabalhado quase que exclusivamente nesta cidade, sem nunca deixar a Toscana.

Como um professor apaixonado pelo violino, trabalhou com afinco para difundir e manter viva a escola de violino de seu mestre, também foi professor de harpa, cantor e cravista. 

Teve uma carreira de sucesso como maestro e compositor, suas obras são basicamente instrumentais, sem preocupação com o sucesso, não se viu obrigado a tornar um autor de música sacra ou dramática.

Foi maestro em Florença entre 1.783 e 1.798, no Teatro dos Intrépidos, também conhecido como Teatro della Pallacorda, que durante a segunda metade do século XVIII trazia principalmente apresentações cômicas.

Ferdinando Giorgetti
Lecionou incessantemente até o início do século XIX. Em 1808 assumiu um cargo na Academia de Ciência, Literatura e Artes para o Ensino de Música e Declamação. Consta entre seus alunos o compositor Ferdinando Giorgetti.

Há registros de suas atividades até 1817, quando ainda aparece como primeiro violino e maestro em algumas produções teatrais em Florença.

Não há nenhuma informação definitiva sobre os seus últimos anos de vida, tampouco a data precisa de sua morte, comumente adotada como 1820.

Sua produção é constituída principalmente por música instrumental. Dentre suas composições temos: Ópera, Balés, Sinfonias e Concertos, Música Vocal, Música de Câmara, e Sonatas. Algumas em publicações, outras manuscritas.

Giuliani foi um dos poucos autores italianos do século XVIII que não precisou fazer constantes viagens para estudar e divulgar a sua música, mas certamente tinha bons contatos, pois publicou algumas de suas obras nas principais cidades Europeias, tais como Londres, Paris, Amsterdã.

No catálogo da Biblioteca Britânica constam os nomes e as obras de “Francesco Giuliani e Giovanni Francesco Giuliani, considerados como dois compositores diferentes: se duas pessoas diferentes ou não, é agora uma questão que permanece no reino da pura especulação. O próprio fato de que ambos terem vivido em Florença durante o mesmo período e com um estilo extremamente semelhante, nos leva a excluir esta possibilidade e identificá-los na mesma pessoa.” (Enciclopedia Treccani, It)

Aprecie!


quarta-feira, 4 de abril de 2018

LEONARDO LEO




Lionardo Oronzo Salvatore de Leo nasceu no dia 05 de Agosto de 1694 em San Vito degli Schiavoni (atual San Vito dei Normanni), perto de Brindisi, na província de Terra d'Otranto na região da Apúlia, então parte do Reino de Nápoles, foi um compositor barroco italiano, pertencente à Escola musical napolitana do século XVIII.
Em vermelho, nos mapas a região onde
nasceu o compositor.
Nicola Fago
Entrou Conservatório della Pietà dei Turchini em 1703, e foi aluno de Francesco Provenzale e de Francesco Nicola Fago, apelidado de 'II Tarantino'.
Pitoni
Suas composições demonstram influências de Alessandro Scarlatti e Giuseppe Ottavio Pitoni, com quem teria estudado contraponto em Roma, de acordo com Girolamo Chigi, mestre da capela de San Giovanni em Laterano, que foi aluno e amigo de Pitoni. 

Seu primeiro trabalho conhecido foi um drama sagrado, L'infedelta abbattuta, apresentado por seus colegas de turma em 1712.
Em 1714, produziu a ópera Pisistrato, apresentada no teatro da corte, que foi muito admirada. Leo assumiu o cargo de segundo mestre no conservatório de Pietà.
Fachada da Igreja
Santa Maria della
Solitaria
Em 1716 foi nomeado organista da capela real e no ano seguinte foi designado para ocupar o posto de mestre de capela da igreja de Santa Maria della Solitaria, para quem escreveu muita música.
Em 1719 ele teve a obra Sofonisba representado, seu primeiro trabalho sério que foi bem recebido e em que o caráter expressivo de seu talento já foi notado.
Gasparini
Depois de adicionar cenas cômicas ao Bajazette de Francesco Gasparini em 1722 para a apresentação em Nápoles, ele compôs óperas cômicas em napolitano como La’mpeca scoperta em 1723 e L'Alidoro em 1740.
Sua ópera cômica mais famosa foi Amor vuol sofferenze (1739), popularmente conhecida como La Finta Frascatana, muito elogiada por De Brosses. Ele foi igualmente distinguido como um compositor de ópera séria, Demofoonte (1735), Farnace (1737) e L'Olimpiade (1737), sendo suas obras mais famosas neste ramo, e ainda é mais conhecido como compositor de música sacra.
Francesco Durante
Giovanni Battista Pergolesi
Leo foi o primeiro compositor da escola napolitana a obter um completo domínio sobre o moderno contraponto harmônico. Sua música sacra é magistral e digna, lógica e não passional, e livre do sentimentalismo presente nos trabalhos de Francesco Durante e Giovanni Battista Pergolesi. 

Suas óperas sérias sofrem de uma frieza e severidade de estilo, mas em suas óperas cômicas ele mostra um senso de humor aguçado. Seus movimentos conjuntos são espirituosos, mas nunca chegaram a um clímax forte.
Um belo e característico exemplo de sua música sacra é o Dixit Dominus em Dó Maior. 
Niccolò Jommelli
Niccolò Piccinni
Além do Conservatório Pietà, também lecionou no Conservatório de Sant'Onofrio, onde teve como seus alunos alguns dos mais famosos compositores do século XVIII, como Niccolò Jommelli e Niccolò Piccinni.
Faleceu em Nápoles no dia 31 de outubro de 1744.
O Marquês de Villarosa, relata que Leo foi atingido por uma apoplexia, enquanto compunha novas árias para um renascimento do La Finta Frascatana.
Ele o encontrou com a cabeça apoiada no cravo e acreditou a princípio que Leonardo estivesse dormindo, mas na realidade ele já tinha parado de viver.
Tal fato retrata o comportamento comum do compositor que era incansável na profissão, muitas vezes passava a maior parte das noites compondo e estava sempre de bom humor. Amava suas obras, mas fazia justiça aos méritos de seus rivais quando necessário.

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