Derivada do latim “sonare”, a
sonata é uma música instrumental composta para um instrumento solo. Desenvolvida
entre os séculos 17 e 18, a sonata é um dos mais populares formatos de
composição para piano, sua estrutura, costumeiramente escrita em três movimentos
distintos favorece o enquadramento de pensamentos ou sentimentos contraditórios,
dependendo da intenção do compositor ou da época em que foi escrita, ela pode
ter outras quantidades de movimentos. Scarlatti foi o compositor que mais
escreveu esse tipo de música, forma mais de quinhentas sonatas para cravo.
Bulow |
De acordo com Hans von Bulow,
definiu duas coleções de obras como o Velho e o Novo Testamento da música, o
velho seria o Cravo Bem Temperado de Johann Sebastian Bach e o novo As Sonatas
de Piano de Ludwig van Beethoven.
Para quem ainda não sabe,
Beethoven foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo
(século XVIII) e o Romantismo (século XIX).
Foi um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos, nascido em Bonn, numa data incerta, mas batizado em 17 de Dezembro de 1770, e faleceu em Viena no dia 27 de março de 1.827. Beethoven foi um pianista excepcional, tanto que quando chegou a Viena em 1792, firmou-se primeiro como pianista, e foi sua forte personalidade de instrumentista que chamou a atenção do público vienense. Sobre o compositor prometo falar em breve...
Foi um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos, nascido em Bonn, numa data incerta, mas batizado em 17 de Dezembro de 1770, e faleceu em Viena no dia 27 de março de 1.827. Beethoven foi um pianista excepcional, tanto que quando chegou a Viena em 1792, firmou-se primeiro como pianista, e foi sua forte personalidade de instrumentista que chamou a atenção do público vienense. Sobre o compositor prometo falar em breve...
O assunto desta postagem
serão as suas 32 sonatas para piano, principalmente às dez intituladas.
Beethoven escreveu suas 32
sonatas para piano entre 1795 e 1822. Apesar de originalmente não ter a intenção
de ser um todo significativo, elas compõem uma das mais importantes coleções de
obras da história da música.
Essas obras são reconhecidas
como o primeiro ciclo de grandes peças de piano adequadas às apresentações em salas
de concertos, tanto públicas quanto privadas. A primeira pessoa a tocá-los em
um único ciclo de concerto foi Hans von Bülow, a primeira gravação completa é
de Artur Schnabel para o selo His Master's Voice.
No início aparecem influências
de Haydn e Mozart, mas logo ele buscou novas maneiras de compor, tanto que seis
de suas primeiras sonatas (números 1, 2, 3, 4, 7 e 11) tinham quatro movimentos
longos, algo pouco usual naquela época.
Costumeiramente dividem-se
suas sonatas em três períodos:
- Sonatas iniciais – período de 1795 a 1801 são aquelas numeradas de 01 a 15.
- Sonatas Intermediárias – período entre 1802 e 1814 são as numeradas de 16 a 27.
- Sonatas tardias – período entre 1816 a 1822, e são as que seguem do número 28 a 32.
Depois de escrever suas
primeiras 15 sonatas, Beethoven escreveu para Wenzel Krumpholz: "A partir
de agora, vou tomar um novo caminho". As sonatas de Beethoven deste
período são muito diferentes das anteriores.
Sua experimentação em modificações na forma sonata comum de Haydn e Mozart se tornou mais ousada, assim como a profundidade da expressão. As sonatas do período mais romântico foram altamente influenciadas pelas de Beethoven.
A partir de 1804, Beethoven passa a publicar sonatas com um único opus. Não está claro por que ele fez isso.
Sua experimentação em modificações na forma sonata comum de Haydn e Mozart se tornou mais ousada, assim como a profundidade da expressão. As sonatas do período mais romântico foram altamente influenciadas pelas de Beethoven.
A partir de 1804, Beethoven passa a publicar sonatas com um único opus. Não está claro por que ele fez isso.
Suas últimas sonatas são
consideradas, até nossos dias, como as obras mais difíceis do repertório do
compositor. Beethoven encontrara um novo caminho, incorporando técnicas de fuga
e exibindo uma mudança radical da forma de sonata convencional. A sonata
"Hammerklavier" foi considerada como intocável até a sua primeira
apresentação pública documentada, em 1836, por Franz Liszt na Salle Erard em
Paris.
Entre 1794 até 1805 foram compostas
23 Sonatas enquanto que entre 1809 e 1822 apenas nove Sonatas foram escritas.
Beethoven foi um compositor a
frente de sua época, suas cinco últimas sonatas (opus 101,106, 109, 110 e 111)
são ousadas e, mas também trazem inúmeras reverências ao passado: fugas (opus
106 e opus 110) e uma abertura francesa (opus 111) estão presentes nestas
obras.
Estas peças estiveram
esquecidas por muitos anos, voltando ao repertório dos grandes pianistas quase
meio século depois de serem compostas.
Dentre estas sonatas para
piano solo, dez tiveram nomes, as nomenclaturas foram dadas pelos editores das
obras do compositor alemão, ou ainda por admiradores e por seus amigos. São
elas:
- Número 08 – Opus 13 – Patética;
- Número 14 – Opus 27 – Ao luar;
- Número 15 – Opus 28 – Pastoral
- Número 17 – Opus 31 nº 02 – Tempestade
- Número 18 – Opus 31 nº 03 – A Caça
- Número 21 – Opus 53 – Waldstein
- Número 23 – Opus 57 – Apassionata
- Número 24 – Opus 78 – Para Teresa
- Número 26 – Opus 81a - A despedida
- Número 29 – Opus 106 – Hammerklavier
Lago de Lucerna, Suíça |
Giulietta Guicciardi |
Nesta sonata Beethoven inovou
quanto à estrutura da obra não respeitando a regra clássica para uma obra de
três movimentos: rápido, lento, rápido.
Nesta sonata Beethoven começa com um movimento lento ("Adagio sostenuto"). Beethoven dedicou a composição a sua amada condessa Giulietta Guicciardi.
Sonata para piano nº 15 em ré
maior, Op. 28, Pastoral ou Pastorale, esta alcunha tornou-se conhecida através
da publicação de A. Cranz, mas foi cunhado pela primeira vez por uma editora
londrina, Broderip & Wilkinson.
É muito admirada por sua tecnicidade e por sua beleza. Publicada em 1801, é dedicada ao conde Joseph von Sonnenfels.
Não se sabe ao certo se o título "pastoral" se refere ao sentido do campo e da natureza (o sentido pastoral da 6ª sinfonia), ou à sua sensação de calma, simplicidade e leveza.
Nesta sonata Beethoven começa com um movimento lento ("Adagio sostenuto"). Beethoven dedicou a composição a sua amada condessa Giulietta Guicciardi.
Joseph von Sonnenfels |
É muito admirada por sua tecnicidade e por sua beleza. Publicada em 1801, é dedicada ao conde Joseph von Sonnenfels.
Não se sabe ao certo se o título "pastoral" se refere ao sentido do campo e da natureza (o sentido pastoral da 6ª sinfonia), ou à sua sensação de calma, simplicidade e leveza.
Anton Schindler |
A Sonata para Piano No. 18 em
Mi bemol maior, op. 31, No. 3, apelidada de A Caça, tem um estilo brincalhão em
todo o seu desenvolvimento, entretanto, essa jocosidade oculta profundidades de
emoção. O seu formato é incomum, ela não apresenta o tradicional movimento
intermediário lento, substituído por um scherzo e seguido por um minueto, antes
de ser lançado no final animado.
Waldstein |
Curiosidade: Escrito entre
1803 e 1804, publicado em 1805, o Andante favori (WoO 57) seria o segundo
movimento da sonata "Waldstein". Um amigo de Beethoven disse a ele
que a sonata era muito longa, a princípio ficou contrariado com a crítica,
entretanto, após muito refletir, Beethoven convenceu-se da necessidade daquela
correção. O andante foi excluído e, substituído Introduzione Molto adagio. Sua
publicação separadamente ocorreu um ano após a publicação da sonata.
Conde Brunswick |
Thérèse von Brunswick |
Apelidada de "à Teresa", pois fora escrita para a condessa Thérèse von Brunswick, uma candidata a "Amada Imortal" de Beethoven, era uma das sonatas favoritas do compositor e parecia ter algum significado especial para ele.
Sonata para piano No. 26 em
Mi bemol maior, op. 81a, conhecida como Les Adieux, título que implica uma
natureza programática.
O ataque francês a Viena, liderado por Napoleão Bonaparte em 1809, forçou o patrono de Beethoven, arquiduque da Áustria Rudolph Johann Joseph Rainer, a deixar a cidade.
No entanto, há alguma incerteza sobre esta natureza da peça - ou, pelo menos, sobre o grau em que Beethoven desejava que essa natureza programática fosse conhecida.
Ele intitulou os três movimentos "Lebewohl" (despedida), "Abwesenheit" (ausência) e "Wiedersehen (reencontro)", e supostamente considerou o francês "Adieux" como uma tradução pobre do sentimento do "Lebewohl" alemão.
Arquiduque Rudolph |
O ataque francês a Viena, liderado por Napoleão Bonaparte em 1809, forçou o patrono de Beethoven, arquiduque da Áustria Rudolph Johann Joseph Rainer, a deixar a cidade.
No entanto, há alguma incerteza sobre esta natureza da peça - ou, pelo menos, sobre o grau em que Beethoven desejava que essa natureza programática fosse conhecida.
Ele intitulou os três movimentos "Lebewohl" (despedida), "Abwesenheit" (ausência) e "Wiedersehen (reencontro)", e supostamente considerou o francês "Adieux" como uma tradução pobre do sentimento do "Lebewohl" alemão.
Na primeira publicação de
1811, foi acrescentada uma dedicatória que dizia "Na partida de sua Alteza
Imperial, pelo arquiduque Rudolph em admiração".
É considerada a terceira grande sonata do período intermediário, as outras são Waldstein e Apassionata.
É considerada a terceira grande sonata do período intermediário, as outras são Waldstein e Apassionata.
Piano Sonata No. 29 em Si
Bemol maior, op. 106 - conhecido como o Grande sonata para o piano, ou
simplesmente como o Hammerklavier, é vista como uma das obras mais importantes
do terceiro período do compositor e entre as maiores sonatas para piano de
todos os tempos. Concluído em 1818, é frequentemente considerado como a
composição de piano mais desafiadora tecnicamente de Beethoven e um dos
trabalhos solo mais exigentes no repertório de piano clássico.
À medida que o período
romântico progrediu depois de Beethoven e Schubert, as sonatas para piano foram
desaparecendo, sendo compostas em menor número. Passou a ser considerado um formato
acadêmico.
Outros grandes compositores ainda
se dedicaram ao formato, entretanto obra de Beethoven parecia inibir sua
criação. Dentre eles, Chopin compôs apenas três, assim como Schumann,
Mendelssohn e Brahms. Rachmaninoff deixou duas dessas obras e Liszt apenas uma,
considerada a de maior dificuldade técnica de todo o repertório pianístico.
Alguns compositores, surgidos
a partir do final do século 19 ainda utilizaram esse formato, tais como
Alexander Scriabin, Sergei Prokofiev, Béla Bartók, Aaron Copland e Igor
Stravinsky.
Voltando ao mestre, faço uma
indagação seriam as 32 Sonatas para piano, a representação das 10 esferas e os
22 caminhos da Árvore da Vida. E as esferas seriam, coincidentemente, as que
foram intituladas?