quinta-feira, 6 de março de 2014

Mendelssohn-Bartholdy


Em Hamburgo no dia 03 de fevereiro de 1809, nasce Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy, filho de Abrahan Mendelsshohn e Lea Salomon. Neto do filósofo judeu Moses Mendelssohn e, desde cedo, teve uma educação esmerada, sua mãe desempenhou um papel importante, sempre atenta à educação dos filhos, e foi ela quem deu as primeiras lições de piano, a Jakob e sua irmã Fanny, que desde cedo revelou um extraordinário talento musical tornando-se uma grande pianista e compositora.
Alto: Moses
Centro: Abraham e Lea
Abaixo: Fanny


Em 1816, o pai viajou para Paris juntamente com os filhos. Na capital francesa, os dois receberam aulas de piano com Marie Bigot de Morogues, grande pianista da época.
Alto: Marie Bigot de Morogues - Terêncio - Carl Friedich Zelter
Abaixo: Johann Sebastian Bach - Goethe - Hegel
Em 1818, aos nove anos de idade, Jakob, publicou uma tradução de Andria, obra clássica de Terêncio, célebre poeta da Roma antiga e fez sua primeira apresentação em público, em Berlim, começando sua carreira como instrumentista, maestro e compositor.
Aos dez anos, em 1819, teve com professor Carl Friedich Zelter aulas de composição e foi o responsável por apresentar-lhe a obra de Johann Sebastian Bach.
Aos 12 anos, tocou especialmente para o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe, e apesar da enorme diferença de idade - Goethe então tinha 72 anos, tornaram-se grandes amigos.
Mais tarde, na Universidade de Berlim, seria aluno do filósofo Georg Friedrich Hegel, ao mesmo tempo em que estudava desenho e pintura na Escola de Belas Artes.
Com apenas 17 anos, compôs uma obra-prima: a abertura para Sonho de uma noite de verão (A Midsummer Night's Dream), baseada na obra de William Shakespeare.
Um ano antes, compusera um octeto para cordas. Aos 20 anos, já havia composto uma boa quantidade de cantatas, sinfonias, óperas, quartetos e concertos. Mendelssohn era considerado um novo gênio da música.
Quando completou integralmente seus estudos acadêmicos, Mendelssohn recebeu a permissão do pai, para, enfim, dedicar-se em tempo integral à música, sua maior paixão. Também com a devida autorização e o financiamento paterno, empreendeu uma série de longas viagens pela Europa, com o objetivo de ampliar ainda mais seu universo cultural e musical. Esteve na Inglaterra, Irlanda, Áustria, Itália e França. Pelo caminho, fez amizades com vários compositores, a exemplo de Fryderyk Franciszek Chopin, Franz Liszt e Louis Hector Berlioz
 Fryderyk Franciszek Chopin - Franz Liszt - Louis Hector Berlioz
Heinrich Heine e Mozart
 a quem comparava o talento de Mendelssohn
Ao conhecê-lo, Berlioz escreveu: "O que ouvi dele me entusiasmou, estou fortemente convencido de que é um dos maiores talentos musicais de nosso tempo e é também uma dessas almas cândidas que raras vezes encontramos". Já o poeta Heinrich Heine o trataria como um "segundo Mozart": "Excetuando-se o jovem Mendelssohn, que é um segundo Mozart --e sobre isso todos os músicos estão de acordo-- não conheço nenhum outro músico genial em Berlim", disse Heine.
Além do mérito de sua própria obra, Mendelssohn também foi responsável pela redescoberta de outro gênio da música universal.
Trecho da partitura da Paixão Segundo São Matheus
No Natal de 1823, ganhou de sua tia-avó, Sara Levy, a partitura completa da Paixão segundo São Mateus, de Bach. Mendelssohn estudou-a nos mínimos detalhes e, depois de cinco anos, e após convencer músicos e cantores a participarem, apresentou a obra em Berlim, no dia 11 de março de 1829. A Paixão segundo São Mateus era apresentada na íntegra, pela primeira vez após a morte de Bach, ocorrida 79 anos antes. O público recebeu-a com entusiasmo. A partir daí, Bach retornava para o público e as audições de suas obras se multiplicariam com o tempo. Nos anos seguintes, Mendelssohn divulgou outras partituras do compositor, durante suas viagens, à frente de várias orquestras.
Estas experiências fizeram crescer em seu coração uma vontade imensa de trazer para a linguagem musical as histórias de personagens bíblicos. Mendelssohn já havia composto “Paulus” que teve sua primeira apresentação em Dusseldorf (Alemanha) em 1836, e planejou compor uma obra sobre o apóstolo Pedro para acompanhar o primeiro. Porém a diversidade, o drama e a grandiosidade dos acontecimentos da vida de Elias o tocaram profundamente. Estas características são transmitidas musicalmente por toda a obra de forma magistral. Desde sua premiére, no dia 26 de agosto de 1846, na cidade de Birmingham (Inglaterra), o “Elias” tomou o vulto de uma das mais ricas e dramáticas obras musicais da forma de Oratório, tendo sua popularidade superada somente pelo Messias de Handel

O amor de Mendelssohn pela música barroca de Bach levaria o amigo Berlioz a comentar: "O único defeito de Mendelssohn é que ele ama demasiadamente os mortos".
Mendelssohn era também admirador de Handel, de quem recebeu notória influência. Além disso, foi um dos primeiros músicos a valorizar os últimos quartetos de cordas compostos por Beethoven, composições consideradas um tanto quanto herméticas naquele tempo.
Georg Friedrich Händel - o logo da Orquestra Gewandhaus - Ludwig Van Beethoven
Em 1835 assumiu a regência da orquestra Gewandhaus, de Leipzig. Sob sua direção, esta sociedade musical teve seus melhores momentos e tornou-se um verdadeiro centro musical da época, com a mais importante orquestra de toda a Europa.
Cécile Jeanrenaud - Robert Alexander Schuman
Em 1837, Mendelssohn casou-se com Cécile Jeanrenaud, filha de um clérigo da igreja francesa, com quem teve cinco filhos. Mendelssohn continuava a trabalhar incansavelmente, divulgando as obras dos contemporâneos, compondo, regendo, lecionando, dando recitais de piano e difundindo os autores do passado (Bach, Haendel e Mozart). Em 1843, fundou o prestigioso Conservatório de Música de Leipzig, onde junto com outros mestres, como Robert Schumman, dava aulas de composição e piano. Tudo isso começa a minar sua saúde, as inúmeras tarefas e as viagens constantes causam-lhe intensa fadiga e dores de cabeça.
Em 14 de maio de 1847, sua irmã morre subitamente. O compositor estava em Frankfurt, regressando da nona viagem à Inglaterra, quando recebe a notícia, desmaiando e sofrendo uma trombose cerebral. Consegue se recuperar, mas deixa de ser o jovem forte e cheio de vitalidade; tomado por violentas crises nervosas, passa uma temporada de repouso na Suíça. O tratamento não deu muito resultado. De volta a Leipzig, pede demissão de seu cargo de diretor Conservatório de Música. Em 04 de novembro de 1847, com apenas 38 anos, morreu em meio a um ataque de apoplexia (perda temporária da função cerebral).
Um eclético. Além de compositor, ele era também pintor, escritor, esportista --praticava natação, esgrima e equitação- e, segundo consta, era exímio dançarino. Homem refinado, poliglota, membro de uma rica família de banqueiros e intelectuais judeus convertida ao cristianismo.
Foi idolatrado como gênio por seus contemporâneos germânicos. Sua música, porém, foi banida do país durante o nazismo, devido às suas origens judaicas.
Talvez não haja na história da música um compositor tão leve e pitoresco como Mendelssohn. Dotado de uma elegância singular, foi sempre um músico meticuloso, pianista vibrante e um maestro audaz. Seu perfil musical contrasta com o romantismo da época em que viveu. Mendelssohn é mais sentimento que paixão. São melodias límpidas e plenas do sentimento da natureza. Todas estas particularidades da personalidade do compositor encontraram suas bases na sua infância e no seu posterior desenvolvimento.
A sua popularidade se deve exatamente ao fato de que Mendelssohn foi um músico cujas características técnicas eram essencialmente clássicas, mas com um profundo sentimento romântico; uma mistura cujo produto final era sempre o bom gosto e a sutileza.
Grande viajante, teve a alma aberta ao folclore, à natureza e aos costumes dos países que visitou. E sua música realmente reflete isso.

Diversos autores o relacionam entre os maçons famosos da Alemanha.

https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-Y2oxOGJKSERhOWc?resourcekey=0-yxcWN-qantlVN0ioywPMTQ&usp=sharing

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