Raphael
Baptista Rabello, violonista
e compositor brasileiro, ligado ao choro e à música popular brasileira. É
considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos,
sobretudo em sua especialidade, o violão de sete cordas.
Nascido
em 31 de outubro de 1962 na cidade de Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro. Raphael
era o caçula de nove irmãos, numa família que respirava música.
Dizia
ele anos mais tarde: “Todo mundo tocava, o Fabiano tocava violão, a Isolina
tocava piano, Amélia cantava e tocava, tinha o coral das minhas irmãs com o meu
avô. Tocava violão o meu avô. A Luciana já tocava antes de mim e eu só ficava
olhando aquilo tudo...”.
Seus
avôs José Queiroz Baptista (materno) e Flaviano Lins Rabello (paterno) também
eram músicos, violonistas.
Raphael
dedicaria uma de suas composições mais conhecidas, “Meu avô” ao Sr. José que foi
o primeiro professor de música dos seus nove netos.
Dino 7 Cordas |
Ainda
criança observava os “chorões” tocando em sua casa, então pegava o violão às
escondidas e estudava sozinho. Um dia, em uma reunião familiar, o garoto com
aproximadamente seis anos surpreendeu a todos tocando Brejeiro de Ernesto
Nazareth.
Após
o avô, teve vários professores de música, aos 12 anos e teve aulas com o famoso
Dino Sete Cordas, seu ídolo. Em virtude da familiaridade com esse instrumento,
adotaria durante algum tempo o nome artístico de RAPHAEL SETE CORDAS. Este,
aliás, seria o nome do seu segundo disco, lançado aos vinte anos de idade. Deste
disco, destaca-se a música O Voo da Mosca, de Jacob do Bandolim, onde se tem a
impressão de ouvirmos dois ou três violões, tal é a complexidade da composição.
A
capacidade de desfilar pelos vários estilos musicais, do choro à bossa-nova, do
samba ao clássico, fez com que nas décadas de 80 e 90 realizasse uma série de
trabalhos marcantes na história da MPB. Gravou 22 discos, participou de mais de
600 faixas em discos de diversos artistas, e fez arranjos de violão e voz ou
pequenos grupos para um sem-número de gravações. Era, como se costuma dizer, um
“rato de estúdio”, atividade que iniciou em 1978.
Dentre eles, podemos destacar
o trabalho com Ney Matogrosso (à flor da
pele), o disco RAPHAEL RABELLO INTERPRETA RADAMÉS GNATTALI e o CD DOIS
IRMÃOS, com Paulo Moura.
Em
seus 32 anos, Raphael recebeu dois diagnósticos precipitados. O primeiro veio
aos seis. Sua mãe, Amélia, foi chamada à escola onde o filho estudava. Lá,
ouviu da professora que o futuro virtuose tinha "problemas de coordenação
motora".
O
segundo veio no fim da vida. No dia 27 de maio de 1989, Raphael sofreu um
acidente de táxi, no Leblon. De lá foi levado ao hospital Miguel Couto, onde
recebeu nove pinos e uma placa no braço, que fora quebrado. De acordo com o
médico, ele levaria seis meses para voltar a tocar - foram dois.
Ainda
no hospital, passou por uma transfusão de sangue. Dois anos depois procurou um
endocrinologista para emagrecer. Após análises, o médico lhe disse que o exame
de HIV dera positivo. A família crê que o resultado pudesse ser um falso
positivo.
Desesperado,
Raphael iniciou uma corrida contra o tempo. Encontrou na cocaína um meio para
levar noites de trabalho em claro.
Em
1995, pediu para ser internado. Em menos de uma semana, teve um surto de
abstinência e foi sedado. Raphael, que sofria de apneia, engasgou durante o
sono e faleceu prematuramente no dia 27 de Abril, vítima de complicações
respiratórias aos 32 anos de idade, e é lembrado até hoje como o "MOZART
DO CHORO".
Raphael
deixou duas filhas, Rachel e Diana.
Palácio do GOB no RJ |
Raphael
Rabello foi iniciado na ARLS Esperança nº 37 - GOB – RJ.
“Nada me fará sofrer, pois trago junto ao coração, o
bojo do meu violão cantando. Nada me dá mais prazer ,nem mesmo uma grande
paixão que o som das sete cordas do meu violão tocando”
“E o peito meu fibra por fibra apaixonado vibra, com
prima e bordão e é aí que eu sinto a mão de Deus na minha mão”.
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