quinta-feira, 26 de junho de 2014

Hino Nacional Brasileiro - editado em 21/07/2014

Inclui uma nova letra para o Hino ao Sete de Abril e acrescentei esta versão no link.


Hino Nacional Brasileiro

Nestes dias de Copa do Mundo, vemos e ouvimos o nosso Hino cantado a plenos pulmões pelos jogadores e pela torcida brasileira nos estádios, num momento inconteste de patriotismo. Entretanto a letra nem sempre é cantada de acordo com os versos oficiais.
Além disto, o nosso Hino é repleto de palavras que a grande maioria da população desconhece o real significado, e apenas repetem aquilo que acreditam ser o correto. Desde o dia 22 de Setembro de 2009 tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o país ao menos uma vez por semana todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo.
Oras, mas será que basta apenas cantá-lo ou seria necessário também interpretá-lo e entender o significado de suas palavras?
Pensando nisto, decidi que faria uma postagem diferente nesta semana, discorrerei sobre o Hino Nacional Brasileiro.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 13 parágrafo 1 diz:
- São símbolos da República Federativa do Brasil: a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
 Série América:"Simbolos Nacionais"Arte de João Guilherme
lançada em 07/09/2010 - Tiragem: 600.000 selos


Um pouco de História:
Francisco Manuel da Silva
Francisco Manuel da Silva nascido no Rio de Janeiro em 21 de Fevereiro de 1795, foi violoncelista, compositor e regente, ainda menino estudo com o Padre José Maurício Nunes Garcia, falaremos dele mais a frente, faleceu em 18 de Dezembro de 1865. Dedicou-se à música desde a infância, fundando a Sociedade Beneficente Musical e o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Durante boa parte de sua vida trabalhou como copista e arquivista da orquestra da corte. Foi o responsável pela melodia do Hino Nacional Brasileiro, mas como sempre dizem que o Brasil é um país sem memória, começa então uma dúvida quando foi composta a música, as datas variam de 1822,1823 e 1831.
Em 1822 foi composta a Marcha Triunfal para celebrar a Independência do Brasil. Entrementes Dom Pedro I compôs o seu próprio Hino Nacional, hoje o Hino da Independência.
Os autores do Hino da Independência
HINO DA INDEPENDÊNCIA
Música: Dom Pedro I
Letra: Evaristo da Veiga
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
A marcha triunfal era uma obra instrumental e posteriormente recebeu duas letras, a primeira de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva era um desacato a Dom Pedro I que abdicara ao trono e em sua partida para Portugal foi cantada no cais do Largo do Paço, atual Praça XV de Novembro no Rio de Janeiro, a letra era a seguinte:
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.
(estribilho)
Da Pátria o grito
Eis que se desata
Desde o Amazonas
Até o Prata
Ferrões e grilhões e forcas
D’antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição
As mãos dos monstros gizavam
Com esta letra passou a ser conhecido como Hino ao 7 de Abril, aludindo a data de abdicação do monarca, 07 de Abril de 1831. Há uma gravação que encontrei recentemente na voz da soprano Luiza Sawaya, com uma letra diferente:

HINO AO SETE DE ABRIL
Música: Francisco Manuel da Silva
Letra: Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva

Amanheceu finalmente
A liberdade ao Brasil
Não, não vai à sepultura
O dia Sete de Abril. (3x)
Estribilho
Da pátria o grito
Eis se desata
Do Amazonas
Até o Prata.
Da pátria o grito
Eis se desata (2x)
Do Amazonas
Até o Prata.(2x)

Sete de Abril sempre ufano
Dos dias seja o primeiro
Que se chame Rio d´Abril
O que é Rio de Janeiro.(3x)
Estribilho
Uma regência prudente
Um monarca brasileiro,
Nos prometem venturoso
O porvir mais lisonjeiro.(3x)
Estribilho
Neste solo não viceja
A planta da escravidão;
A quarta parte do mundo
Deu às três melhor lição.(3x)
Estribilho
Lançados por mãos d´escravos
Não tememos ferros vis,
Ferve amor da liberdade
Até nas damas gentis.(3x)
Estribilho
Novas gerações sustentem
Da Pátria o vivo esplendor,
Seja sempre a nossa glória

o dia libertador.(3x)
A segunda tem sua autoria desconhecida e foi composta na época da coroação de Pedro II, ocorrida em 18 de Julho de 1841, eis a letra:
 Sagração e coroação de D. Pedro II
Imperador do Brasil (1841)
Artista: François René Moreaux 

Negar de Pedro as virtudes
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper.
Da Pátria o grito
Eis que desata
Do Amazonas
Até o Prata.

Com esta segunda letra passou a ser considerado como Hino Nacional Brasileiro, entretanto nunca foi oficializado como tal.
Padre José Mauricio
 Nunes Garcia
Cleofe Person de
Mattos
Em Fevereiro de 2000 a Revista Veja publicou um artigo assinado por Celso Masson que aponta o Hino Nacional como um caso de plágio de uma obra do Padre José Maurício Nunes Garcia, Matinas da Conceição. Desde os 1970, a musicóloga e maestrina Cleofe Person de Mattos, responsável pelo catálogo temático das obras do Padre, apontou outras duas obras que teriam servido como inspiração à Francisco Manuel da Silva, Novenas de São Pedro e Compêndio de Música e Método de Pianoforte. Não se pode afirmar que se trata de plágio, pois era recorrente aos compositores prestarem homenagens em suas obras fazendo releituras ou utilizando trechos de músicas de outros autores.
Após a Proclamação da República foi aberto um concurso para a escolha de um novo hino, concurso ganho por Leopoldo Miguez. Porém a população preferia o antigo hino, que então foi oficializado como Hino Nacional Brasileiro, a melodia de Francisco Manuel da Silva, ficando o vencedor do concurso como o Hino da Proclamação da República.
HINO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Música: Leopoldo Miguez
Letra: Medeiros de Albuquerque
Leopoldo Miguez e Medeiros de Albuquerque
Seja um pálio de luz desdobrado,
Sob a larga amplidão destes céus.
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar !
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou neste audaz pavilhão!
Mensageiro de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra, nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Após várias tentativas de adaptação de uma nova letra à melodia, no ano de 1906, um novo concurso foi realizado para escolha de uma letra para o Hino. O vencedor foi conhecido três anos mais tarde, o poema de Joaquim Osório Duque Estrada. O então presidente Epitácio Pessoa através do Decreto 4559 de 21 de Agosto de 1922 comprou a propriedade plena e definitiva da letra do Hino Nacional por 5.000 contos de réis. E oficializado pela Lei nº 5700 de 1 de setembro de 1971.
Joaquim Osório Duque Estrada
Joaquim Osório Duque Estrada nascido no dia 29 de Abril de 1870 em Pati do Alferes (RJ), atentem que Duque Estrada nasceu quase cinco anos após a morte de Francisco Manuel da Silva. Além de atuar como professor do Colégio D. Pedro II e da Escola Normal, foi poeta e crítico literário. Publicou 27 livros – poesias, didáticos, peças teatrais, conferências, traduções e libretos de operas – destacando Alvéolos, Flora de Maio, A Arte de Fazer Versos e A Abolição, este com prefácio de Rui Barbosa. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1915, na vaga de Silvio Romero, sendo o segundo ocupante da cadeira nº 17, que tem como patrono, Hipólito da Costa. Faleceu em 05 de Fevereiro de 1927, no Rio de Janeiro.
Os versos belos e patrióticos do Hino Nacional Brasileiros, adaptados à música de Francisco Manuel da Silva, consagrou o nome de Osório Duque Estrada.
A orquestração do hino é de Antônio Assis Republicano e sua instrumentação para banda é do tenente Antônio Pinto Júnior. A adaptação vocal foi feita por Alberto Nepomuceno.
Antonio Assis Republicano          Antonio Pinto Jr                Alberto Nepomuceno
De acordo com o Capítulo V da Lei 5.700 (01/09/1971), que trata dos símbolos nacionais, durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio. Civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Além disso, é vedada qualquer outra forma de saudação durante sua execução (gestual ou vocal como, por exemplo, aplausos, gritos de ordem ou manifestações ostensivas do gênero, sendo estas desrespeitosas ou não).
Segundo a Seção II da mesma lei, execuções simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema cantadas em uníssono. Portanto, em caso de execução instrumental prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução cantando, deve-se manter, conforme descrito acima, silêncio.
Em caso de cerimônia em que se tenha que executar um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.
Enfim, a Letra Oficial de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada:
Primeira Parte
Segunda Parte
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
O significado de algumas das palavras usadas por Joaquim Osório...
Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma.
Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I teria proclamado a independência.
Brado retumbante - Grito forte que provoca eco.
Penhor - Usado de maneira metafórica (figurada). "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade.
Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul que brilha no céu.
Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranquilo ou calmo.
Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende seus "filhos" (os brasileiros) como qualquer mãe.
Fulguras - do verbo fulgurar (reluzir, brilhar).
Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América.
Garrida - Enfeitada. Que chama a atenção pela beleza.
Lábaro - Sinônimo de bandeira. "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos.
Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.
Análise da Estrutura Poema do Hino Nacional:
Composto de duas partes com vinte e cinco versos cada, sendo doze decassílabos, sete tetrassílabos, dois heptassílabos, dois hendecassílabos e dois trissílabos. Trata-se de um poema de natureza polimétrica que se afina com a música polifônica.
O decassílabo heróico, confere à narrativa pujança e vigor: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heróico o brado retumbante, / E o sol da liberdade em raios fúlgidos, / Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”
A estrofe formada de heptassílabo e hendecassílabo representa um dinanismo que decorre da mudança súbita do número de sílabas dos versos. O hendecassílabo, mais longo se beneficia disso, o que aviva a semântica: “Se o penhor dessa igualdade / Conseguimos conquistar com braço forte, / Em teu seio, ó liberdade, / Desafia o nosso peito a própria morte” - “Do que a terra mais garrida, / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, / “Nossos bosques têm mais vida”, / “Nossa vida”, no teu seio, “mais amores"!”
Temos dois tipos de refrão. Um com três versos tetrassílabos: “Ó Pátria amada, / Idolatrada, / Salve! Salve!”. E o outro com quatro versos tetrassílabos, e um verso decassílabo e seguido de dois versos trissílabos. Versos curtos, rápidos: “Terra adorada, / entre outras mil, / És tu, Brasil, / Ó Pátria amada! / Dos filhos deste solo és mãe gentil, / Pátria amada! / Brasil!”
Estilo do texto
Gonçalves Dias
Temos um texto parnasiano, onde a forma tem mais importância do que a interpretação clara da mensagem, o que dificulta sua compreensão. Há um preciosismo no vocabulário e muitas inversões na ordem do discurso, bastante corriqueiro no final do século XIX. O poema é parnasiano, todavia a temática e patriótica nos remete ao período do romantismo.
Se nunca foi percebido, note que na letra oficial existem alguns trechos com aspas na segunda parte do hino, trata-se ai de uma homenagem através da utilização de trechos da Canção do Exílio de Gonçalves Dias:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
De Primeiros cantos (1847)

Uma interpretação livre:
Próximo às margens do riacho do Ipiranga, um grito muito forte foi ouvido vindo de um grupo heroico.  A esperança da liberdade do país brilhou como raios de sol.
O compromisso para realmente conquistá-la será a luta intensa, enfrentando até mesmo a morte. 
Viva! Viva! País amado e adorado.
O país com nação independente, um sonho, um país soberano como o Cruzeiro do Sul no céu.
Por sua grandeza natural, não se abala por nada, com um grande futuro a descortinar.
Brasil, Pátria querida, e adorada pelos que aqui nasceram e aqueles que aqui vieram e foram adotados.
Sua localização privilegiada, banhado pelo mar, com um céu maravilhoso de sol, pelo reflexo desta luz, é o brilho da América. 
Nossa natureza é vistosa, e bela. Refletindo o amor, a hospitalidade e a cordialidade do brasileiro.
Sua representação maior, a bandeira, deve ser um símbolo de amor eterno.
Nossas cores principais, o verde e o amarelo, nos remete o desejo e a lembrança de paz e glórias, em qualquer tempo.
Entretanto, se houver necessidade, pela justiça, e por esta independência, o povo não fugirá da luta
Eis a foto de nossa independência, retratada em um magnífico poema.

Um comentário:
Sempre que ouço as pessoas cantarem o Hino há dois momentos de dúvida e então as vozes somem e posteriormente retornam fortes e vibrantes. São dois versos muito semelhantes e que geram a confusão, são eles:
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido...;
e
Brasil, de amor eterno seja símbolo...;
Para não incorrer nesta dúvida sugiro, primeiro você sonha e idealiza o seu objetivo, depois você o conquista como um grande amor.
Por fim:
Existe uma letra que seria cantada juntamente com a introdução, que foi excluída da versão oficial do hino. Atribui-se a Américo de Moura Marcondes de Andrade, natural de Pindamonhangaba que foi presidente das províncias do Rio Grande do Sul, entre 12 de Março de 1878 a 26 de Janeiro de 1879 e do Rio de Janeiro, entre 5 de Março de 1879 a 20 de Abril de 1880, o texto a seguir:
Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever
Eia! avante, brasileiros! Sempre avante
Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder
Eia! avante, brasileiros! Sempre avante
Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz
Cumpri o dever na guerra e na paz
À sombra da lei, à brisa gentil
O lábaro erguei do belo Brasil
Eia sus*, oh sus!
A palavra "sus" é uma interjeição que vem do latim sus: "de baixo para cima"; algo como: erga-se!, ânimo!, coragem! Neste contexto é sinônimo de "em frente, avante".
Material colhido na internet e compilado por mim...

No link abaixo: o hino oficial, com a introdução cantada, o da coroação de Dom Pedro II e a Matina de Nossa Senhora da Conceição, além dos Hinos da Independência e da República, incluído o Hino ao Sete de Abril:
https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-OEc2TmR6dnFNSXM?resourcekey=0-uT-5bDOn4JR4ZFY6ziYo2Q&usp=sharing

quinta-feira, 19 de junho de 2014

SOLSTÍCIO DE INVERNO


A palavra Solstício vem do latim e é uma junção das palavras Sol e Sistere, qualidade de algo que não se move. Assim, literalmente Sol Que Não Se Move.
A Terra gira em torno de seu próprio eixo e por isso possui inclinações, com isso partes do planeta fiquem mais próximas ou distantes do sol, gerando as estações climáticas.

Ocorrem no ano dois solstícios, nos momentos em que o Sol atinge seu maior grau de declinação, no verão a Terra está mais inclinada para o Sol, enquanto que no inverno acontece o contrário.
Nos círculos polares: Ártico e Antártico, os solstícios marcam os únicos momentos no ano em que o dia ou a noite duram 24 horas ininterruptas.

O Solstício de Inverno marca o início da estação mais fria do ano, terá seu início marcado às 10:51 horas do dia 21/06/2014 e terminará em 23/09/2014 às 2:29h quando teremos o Equinócio de Primavera.
Calendário baseado no Hemisfério Norte.

Na tradição Druida este dia é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur). O sol aparenta nos abandonar por completo e temos então a noite mais longa do ano. É o tempo da morte, mas também do renascimento.
Através dos momentos da Luz de Arthur, aprenderemos a arte da paciência, enquanto esperamos que um novo crescimento se manifeste, é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, e forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior. 
O Solstício de Inverno nos trás o "Poder da Renovação" onde a Terra se renova para a chegada de um novo ciclo. O frio toma conta, limpa, renova, purifica a terra. E um ciclo termina para recomeçar o próximo com mais foco na jornada da alma.
Dando sequencia as Quatro Estações de Antonio Vivaldi, o Padre Ruivo...
Vivaldi é o autor dos quatro famosíssimos concertos conhecidos como As Quatro Estações. Estes concertos foram publicados em 1.725 com o título "Il Cimento dell'Armonia e dell'Invenzione", algo como "Experiência de Harmonia e Invenção".
Cada um dos quatro concertos referentes à Estações, era acompanhado de um Soneto Petrarquiano ou Italiano, que apresenta uma estrutura de quatorze versos divididos em duas estrofes de quatro versos (quadras) e outras duas de três versos (tercetos).
A seguir o Soneto que acompanha o Concerto para violino, cordas e contínuo Op.8 nº4 RV.297 em Fá menor – “Inverno”
L’ Inverno (italiano)
O Inverno (português)
Agghiacciato tremar tra nevi algenti
Al severo spirar d’orrido vento,
Correr battendo i piedi ogni momento;
E pel soverchio gel batter i denti;
Tremer congelado em meio a neve fria
Ao rigoroso expirar do horrível vento,
Correr batendo os pés a todo momento;
E pelo excessivo frio bater os dentes;
A primeira quadra do soneto refere-se ao primeiro movimento: Allegro non molto, as notas repetidas lembram o tremer congelado de frio...
Passar al foco i dì quieti e contenti
Mentre la pioggio fuor bagna ben cento
Passar os dias calmos e felizes ao fogo
Enquanto a chuva lá fora molha a tudo
Os versos acima são parte da segunda quadra, e referem-se ao curto segundo movimento: Largo, ouça com atenção as notas ao fundo aparentando a chuva que cai.
Caminar sopra il ghiaccio, e a passo lento
Per timor di cader girsene intenti;
Gir forte sdruzziolar, cader a terra
Di nuovo ir sopra ‘l giaccio e correr forte
Sin ch’il giaccio si rompe, e si disserra;
Sentir uscir dalle ferrate porte
Scirocco, Borea, e tutti i venti in guerra
Quest’è ‘l verno, ma tal, che gioia apporte.
Caminhar sobre o gelo, e devagar
Por temor de cair nesse intento;
Andar rápido e escorregar, cair no chão
De novo andar sobre o gelo e correr rápido
Sem que o gelo se rompa e se dissolva;
Ouvir sair das fechadas portas
Siroco, Bóreas e todos os ventos em guerra
Este é o inverno, mas tal que alegria traz.

Estes versos, metade da segunda quadra e os dois tercetos, referem-se ao terceiro e último movimento: Allegro, atente aos escorregões e a queda ao chão.
Rosa dos Ventos

Siroco e Boreas são ventos da Mitologia Grega, sendo Siroco o vento sudeste e Boreas o vento norte muito frio e violento.
Recomendo estes dois vídeos:


Para acessar ao Inverno de Vivaldi.