quinta-feira, 19 de junho de 2014

SOLSTÍCIO DE INVERNO


A palavra Solstício vem do latim e é uma junção das palavras Sol e Sistere, qualidade de algo que não se move. Assim, literalmente Sol Que Não Se Move.
A Terra gira em torno de seu próprio eixo e por isso possui inclinações, com isso partes do planeta fiquem mais próximas ou distantes do sol, gerando as estações climáticas.

Ocorrem no ano dois solstícios, nos momentos em que o Sol atinge seu maior grau de declinação, no verão a Terra está mais inclinada para o Sol, enquanto que no inverno acontece o contrário.
Nos círculos polares: Ártico e Antártico, os solstícios marcam os únicos momentos no ano em que o dia ou a noite duram 24 horas ininterruptas.

O Solstício de Inverno marca o início da estação mais fria do ano, terá seu início marcado às 10:51 horas do dia 21/06/2014 e terminará em 23/09/2014 às 2:29h quando teremos o Equinócio de Primavera.
Calendário baseado no Hemisfério Norte.

Na tradição Druida este dia é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur). O sol aparenta nos abandonar por completo e temos então a noite mais longa do ano. É o tempo da morte, mas também do renascimento.
Através dos momentos da Luz de Arthur, aprenderemos a arte da paciência, enquanto esperamos que um novo crescimento se manifeste, é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, e forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior. 
O Solstício de Inverno nos trás o "Poder da Renovação" onde a Terra se renova para a chegada de um novo ciclo. O frio toma conta, limpa, renova, purifica a terra. E um ciclo termina para recomeçar o próximo com mais foco na jornada da alma.
Dando sequencia as Quatro Estações de Antonio Vivaldi, o Padre Ruivo...
Vivaldi é o autor dos quatro famosíssimos concertos conhecidos como As Quatro Estações. Estes concertos foram publicados em 1.725 com o título "Il Cimento dell'Armonia e dell'Invenzione", algo como "Experiência de Harmonia e Invenção".
Cada um dos quatro concertos referentes à Estações, era acompanhado de um Soneto Petrarquiano ou Italiano, que apresenta uma estrutura de quatorze versos divididos em duas estrofes de quatro versos (quadras) e outras duas de três versos (tercetos).
A seguir o Soneto que acompanha o Concerto para violino, cordas e contínuo Op.8 nº4 RV.297 em Fá menor – “Inverno”
L’ Inverno (italiano)
O Inverno (português)
Agghiacciato tremar tra nevi algenti
Al severo spirar d’orrido vento,
Correr battendo i piedi ogni momento;
E pel soverchio gel batter i denti;
Tremer congelado em meio a neve fria
Ao rigoroso expirar do horrível vento,
Correr batendo os pés a todo momento;
E pelo excessivo frio bater os dentes;
A primeira quadra do soneto refere-se ao primeiro movimento: Allegro non molto, as notas repetidas lembram o tremer congelado de frio...
Passar al foco i dì quieti e contenti
Mentre la pioggio fuor bagna ben cento
Passar os dias calmos e felizes ao fogo
Enquanto a chuva lá fora molha a tudo
Os versos acima são parte da segunda quadra, e referem-se ao curto segundo movimento: Largo, ouça com atenção as notas ao fundo aparentando a chuva que cai.
Caminar sopra il ghiaccio, e a passo lento
Per timor di cader girsene intenti;
Gir forte sdruzziolar, cader a terra
Di nuovo ir sopra ‘l giaccio e correr forte
Sin ch’il giaccio si rompe, e si disserra;
Sentir uscir dalle ferrate porte
Scirocco, Borea, e tutti i venti in guerra
Quest’è ‘l verno, ma tal, che gioia apporte.
Caminhar sobre o gelo, e devagar
Por temor de cair nesse intento;
Andar rápido e escorregar, cair no chão
De novo andar sobre o gelo e correr rápido
Sem que o gelo se rompa e se dissolva;
Ouvir sair das fechadas portas
Siroco, Bóreas e todos os ventos em guerra
Este é o inverno, mas tal que alegria traz.

Estes versos, metade da segunda quadra e os dois tercetos, referem-se ao terceiro e último movimento: Allegro, atente aos escorregões e a queda ao chão.
Rosa dos Ventos

Siroco e Boreas são ventos da Mitologia Grega, sendo Siroco o vento sudeste e Boreas o vento norte muito frio e violento.
Recomendo estes dois vídeos:


Para acessar ao Inverno de Vivaldi.

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