Adalbert Gyrowetz
Vojtěch Matyáš Jírovec, seu
nome de batismo, mais conhecido como Adalbert Gyrowetz foi um dos mais
talentosos compositores da Boemia e Morávia.
Gyrowetz nasceu 20 de
fevereiro de 1763 em Ceske Budejovice (Budweis), na Boemia, atual República
Tcheca.
Seu pai era o maestro do coral da catedral local. Ele recebeu sua
educação musical elementar em sua cidade natal e logo estava se apresentando em
público como violinista, mais tarde também assumindo a função de organista da
igreja.
Após estudos no ginásio
Piarist em Ceske Budejovice, Adalbert viajou para Praga, onde estudou direito
na Universidade de Praga, ao mesmo tempo em que continuou a estudar música.
Franz Fünfkirchen |
Foi
obrigado a abandonar a universidade por falta de recursos financeiros, ele
tinha recebido uma relativamente boa educação, que, juntamente com o fato de
ter aprendido os idiomas francês, inglês, italiano e latim, os quais, ele
falava fluentemente, mais tarde ajudaram-no a circular nos mais meios sociais e
permitir-lhe manter a posição de um secretário e mais tarde a de um assessor no
serviço diplomático.
Nessa época Adalbert Gyrowetz
esteve a serviço do conde Otto Franz Fünfkirchen de Chlum u Trebone , Brno,
cujos funcionários eram todos músicos. Aqui, ele começou a compor, entre outras
coisas, sinfonias.
Mozart |
Em 1785 mudou-se para Viena, onde fez amizade com Wolfgang
Amadeus Mozart, que o incentivou a perseverar como compositor. Entre 1786 e
1793, tornou-se o secretário e professor de música do príncipe Ruspoli em Roma.
Enquanto viajavam juntos em torno de Itália, Adalbert foi introduzido nas casas
da aristocracia superior, tornando-se membro honorário da Sociedade Filarmónica
em Bolonha.
Goethe |
Ele se encontrou com um número de músicos proeminentes e outros
tipos de artistas, incluindo Johann Wolfgang Goethe.
Este período romano
inspirou a composição dos Seis Quartetos de Cordas (1786-87), que foram
realizados para aclamação e publicados em Paris.
Giovani Paisiello e Nicola Sala |
Durante a sua residência de
dois anos em Nápoles, Adalbert aperfeiçoou suas habilidades de composição com Giovanni Paisiello e Nicola Sala e performances frequentava nas casas de ópera
napolitana.
Napoleão |
Haydn |
Visitou Paris, em 1789, onde
conheceu Napoleão antes da Revolução.
Descobriu que algumas peças suas foram publicadas
como obra de Joseph Haydn, que tinha melhores vendas, conseguindo comprovar a
sua autoria.
Pleyel |
Salomon |
Viajou para Londres em 1791, lá conheceu Ignaz Pleyel e JosephHaydn, a quem ele idolatrava e cujo estilo e harmonias influenciou na produção
de sua música de câmara.
Também foi contratado por Johann Peter Salomon para
compor sinfonias a serem realizadas na sala de concertos Hanover Square de
Salomon. Voltou a Boêmia em 1793.
Em 1804 foi nomeado para o
prestigiado cargo de Vice-Kapellmeister do Teatro da Corte de Viena, sendo
responsável por compor e executar uma nova ópera e ballet cada ano.
Beethoven |
Esta
posição trouxe uma mudança fundamental nos gêneros praticados pelo compositor,
se concentrando em obras para o teatro. Gyrowetz era um fã precoce de
Beethoven.
A admiração não era correspondida, mas Beethoven, provavelmente,
invejava sua posição na corte, que lhe dava prioridade em projetos de teatro
importantes.
Schiller |
Quando a ocupação de Viena de Napoleão terminou em Novembro de
1809, o governo comemorou a ocasião com encenação da peça de Friedrich Schiller
"Guilherme Tell", com música incidental escrita por Gyrowetz – algo
que Beethoven queria, em vez disso, coube-lhe musicar o drama de Goethe
"Egmont".
Chopin |
Em 1818, uma criança de oito
anos de idade, Frederic Chopin, fez sua estreia em concerto na cidade de Varsóvia
na Polônia executando o Concerto para Piano Nº 1 de Gyrowetz, composto em 1796,
que demonstra como sua música era amplamente divulgada naquela época.
Romani |
Ainda em
1818, Gyrowetz escreveu uma ópera cômica para o La Scala, em Milão, "Il
finto Stanislao", do libretista italiano, Felice Romani.
Giuseppe Verdi
reutilizaria o texto para sua segunda ópera "Un giorno di regno"
(1840).
Quando Beethoven faleceu em
1827, foi um dos carregadores do caixão no funeral do compositor.
Mesmo com a sua
aposentadoria, em 1831, e, ele continuou a escrever música, entretanto sua fama
como compositor foi diminuindo gradualmente, seu estilo clássico tornou-se
ultrapassado, e ele viveu o suficiente para ver-se esquecido.
Um editor convenceu-o a publicar
sua autobiografia, ele escreveu Biographie des Adalbert Gyrowetz, lançado em Viena
no ano de 1848; a crônica de seus encontros com muitos grandes nomes culturais
foi colocada em dúvida pelos historiadores desde então por se tratar de um
relato subjetivo, de qualquer forma é também um documentário sobre os eventos
musicais da época, afinal foi parte importante da sociedade musical vienense da
década de 1820.
Gyrowetz faleceu em 19 de
março de 1850, na cidade de Viena, aos 87 anos, foi sepultado no Währinger
Friedhof, quando este cemitério foi convertido em um parque em 1923, Gyrowetz
não foi considerado notável o suficiente para que seus restos mortais fossem transferidos
para uma sepultura de honra no Zentralfriedhof de Viena, entretanto o seu
túmulo foi preservado no local como "historicamente significativo".
Em seu tempo ele foi
extraordinariamente bem sucedido e certamente sabia como tirar proveito de cada
ocasião que lhe fosse oferecida. De certa forma contribuiu para a formação das
bases para a música romântica. Jírovec ou Gyrowetz foi notavelmente crítico de
si mesmo e, obviamente, consciente dos limites de seus próprios dons, admitindo
que a sua extraordinária fama, mas de curta duração foi em parte devido a
circunstâncias favoráveis e boa sorte.
Um catálogo temático de suas obras foi compilado pelo musicólogo
norte-americano John A. Rice (1982). Ele se considerava um compositor alemão e
usou uma forma alemã de seu nome, Adalbert Gyrowetz, e ela está listada como
tal, tanto em enciclopédias estrangeiras como em partituras impressas.
Em sua obra constam: Quase
trinta óperas, alguns balés, mais de sessenta sinfonias, mais de uma centena de
obras para música de câmara, entre trios, quartetos, quintetos e sonatas.
Um pouco de sua obra
Um pouco de sua obra
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