Alessandro Scarlatti, era o nome artístico de Pietro Alessandro Gaspari, nascido no dia 02 de Maio de 1660, na Sicília, em Trapani ou Palermo.
Foi um compositor italiano de grande importância para a música lírica do período barroco.
Seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da ópera séria e da ópera bufa (ópera cômica) do seu tempo.
Francesco |
Filho de Pietro Scarlata e Eleanor d’Armato.
Foi o mais velho de sete irmãos, alguns dos quais vieram a ser músicos: Anna Maria, Melchiorra e Tommaso, cantores; Francesco, compositor.
Quando
contava cerca de doze anos, foi enviado para o continente com as duas irmãs, e
as três crianças foram residir na casa de alguns parentes, em Roma.
Pouco
se conhece sobre os primeiros anos de juventude ou dos seus estudos.
Supõe-se
que, em Roma, Alessandro tenha sido aluno de Foggia e Pasquini. E também tenha
tido aulas com Giacomo Carissimi.
Alessandro
havia se casado em 1678, no ano seguinte no dia 05 de Maio nasce Pietro
Filippo, seu primeiro filho, que seria um compositor, organista e maestro.
O
primeiro documento que comprova a atividade de Alessandro Scarlatti como
compositor remonta a 1679, e diz respeito à alocação de uma atribuição
importante - a elaboração de um oratório para Arciconfraternita del SS.
Crocifisso (Arquifraternidade do Santíssimo Crucifixo).
O
sucesso que sua ópera Gli Equivoci nell’amore (1679) alcançou em Roma
contribuiu de forma decisiva para que Scarlatti ganhasse a proteção da Rainha
Cristina da Suécia.
Cristina vivia na cidade à época depois de ter abdicado e
se convertido ao catolicismo e fez de Scarlatti seu maestro di cappella, este posto
fez com que sua obra fosse admirada por um círculo requintado de ouvintes em
Roma, fato que contribuiu diretamente para a rápida ascensão do autor,
sobretudo no campo da música vocal.
Rainha Cristina |
Em
fevereiro de 1684, o ex-embaixador espanhol no Vaticano, Gaspar de Haro y
Guzmán, na época nomeado Vice-Rei de Nápoles, contratou Alessandro Scarlatti
para ser o seu maestro di cappella.
Um
ano depois de assumir o novo posto, no dia 26 de Outubro nasceu o sexto filho
de Alessandro, Giuseppe Domenico, o mais famoso de seus dez filhos.
Os filhos: Pietro Filippo e Giuseppe Domenico |
Ocupou
o cargo até 1702, produzindo cerca de 80 óperas, sendo que apenas a metade
sobreviveu até nossos dias. Foram ainda nove oratórios, sete serenatas e 65
cantatas.
Nesse
período Scarlatti firmou alguns dos pilares da ópera de seu tempo que estiveram
em vigor até a grande revolução feita por Mozart.
Dentre
esses elementos temos a abertura em estilo italiano (rápido-lento-rápido), os
recitativos acompanhados e a ária da capo.
Por
conta da Guerra de Sucessão Espanhola, entre 1701 e 1713, viu-se obrigado a
mudar de função, tentou primeiro, um posto na corte de Florença, junto a
Ferdinando de Medici, filho do Grão-Duque da Toscana, mas sem sucesso.
Assim
Scarlatti retorna a Roma, conquistando o cargo de vice maestro di cappella na
igreja de Santa Maria Maggiore, em 1703, por influência do cardeal Pietro
Ottoboni, que já o havia contratado no ano anterior.
Em
Roma, Scarlatti se tornou um requisitado compositor de cantatas, tendo recebido
encomendas dos Medici e da rainha Maria da Polônia.
Em
1706, Scarlatti é admitido na Academia de la Arcadia, cujo acesso estava
restrito a nobres e eruditos. Manteve contato próximo com outro expoente da
música barroca, o compositor e violinista Arcangelo Corelli.
Entre
os anos de 1707 e 1708, Scarlatti não compôs óperas, mas recebeu encomendas
importantes como um ciclo de responsórios para a Semana Santa para a corte dos
Medici e a célebre Cantata per la Notte di Natale, interpretada na corte papal.
Em
1708, Scarlatti compõe dois oratórios com textos do cardeal Ottoboni: Il
Martirio di Santa Cecilia e o Oratorio per la Passione di nostro Signor Gesu
Cristo. Essas obras fizeram parte do ciclo de oito oratórios que o cardeal
havia organizado para o período da Quaresma. O segundo desses oratórios, com o
subtítulo de La Colpa, Il Pentimento, la Grazia é considerado uma de suas
maiores obras no gênero e foi representado no Palácio da Chancelaria, da Santa
Sé.
É
possível que Scarlatti tenha composto essa obra-prima no contexto de sua
rivalidade com o jovem Händel (1685-1759) que se encontrava na Itália na mesma
época e cujo oratório La Resurrezione foi apresentado no Domingo de Páscoa
seguinte no palácio Ruspoli, em Roma.
A
falta de um posto fixo e de seus rendimentos insuficientes são motivos para o
seu retorno a Nápoles.
Em
1708, o novo governo austríaco tornou a chamá-lo à Nápoles, onde foi
reintegrado nas suas antigas funções. Estava no auge de sua carreira e os 10
anos seguintes que passou em Nápoles foram, tanto para ele como para a família,
um período de intensa atividade artística.
1716,
o papa lhe concedeu privilégios de nobreza.
Em
Nápoles, porém, seguiram-se diversos fracassos no campo operístico. A cidade
parecia ter se cansado de sua música. Sua ópera cômica Il trionfo dell'onore de
1718 não foi bem recebida pelo público da cidade. Melhor acolhida tiveram suas
obras cômicas em dialeto napolitano que começavam a entrar em moda nessa época.
Produziu
algumas de suas melhores óperas, para o Teatro Capranica em Roma, tais como
Telemaco em 1718 e Marco Attilio Regolò em 1719. Sua última ópera, La Griselda,
foi apresentada também no Teatro Capranica, em 1721 sob o patrocínio do
príncipe Francesco Ruspoli.
E
deste mesmo ano uma missa para coro e orquestra, composta em honra a Santa
Cecília sob encomenda do cardeal Troiano Acquaviva.
Desde
então, a obra de Scarlatti começou a cair no esquecimento, e uma nova geração
de compositores líricos ocupava o seu espaço, nomes como Leonardo Leo, Leonardo
Vinci, Johann Adolf Hasse e Giovanni Battista Pergolesi.
Leonardo Leo, Leonardo Vinci e Pergolesi |
Em
seus últimos anos de vida, em Nápoles, Scarlatti recebeu e ensinou diversos dos
nomes daquela nova geração, incluindo o compositor lírico Hasse e flautista
Johann Joachim Quantz.
Os alunos: Johann Adolf Hasse e Johann Joachim Quantz |
Compôs
nessa época suas sete sonatas para flauta e cordas. Scarlatti morreu em Nápoles
em 24 de outubro de 1725, foi sepultado na igreja de Montesanto, em Nápoles.
Tratado como o pai da escola napolitana de ópera, um dos primeiros grandes músicos clássicos. É considerado um precursor direto de Mozart.
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