O COMPOSITOR
Claude Joseph Rouget de Lisle, nascido em Lons-le-Saunier, na região da Borgonha na França, no dia 10 de Maio de 1760, filho mais velho de Claude Ignace Rouget e Jeanne Madeleine Gaillande.
Claude foi oficial do
exército francês em Estrasburgo e músico autodidata. Ele se alistou no exército como
engenheiro e alcançou o posto de capitão.
Sua composição mais conhecida
foi criada na noite entre os dias 25 e 26 de Abril de 1792, a peça foi
inicialmente chamada Chant de guerre pour l'armée du Rhin ("Canção de
Guerra para o Exército do Reno") e foi essa canção que o imortalizou, durante
a Revolução Francesa, a canção alcançou grande popularidade ficando conhecida
como A Marselhesa.
Lisle se recusou a fazer o
juramento de fidelidade à nova constituição, em virtude disto foi dispensado do
serviço militar e jogado na prisão em 1793, escapando por pouco da guilhotina, durante
o período conhecido como Terror, foi salvo durante a Reação Termidoriana.
Louis Philippe I |
Sua publicação Essais en vers et en prose (Ensaios em Verso e Prosa, 1797) contém a Marselhesa; um conto de prosa romântico - Adelaide e Monville; e alguns poemas ocasionais. Ele retornou à vida pública após a Revolução de Julho.
Louis Philippe I concedeu-lhe o título da Legião de Honra.
David d'Angers |
Os seus restos mortais encontram-se depositados no Hôtel des Invalides. (Palácio dos Inválidos é um monumento parisiense, cuja construção foi ordenada por Luís XIV, em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos.
Vista Aérea do Hôtel des Invalides |
Foi iniciado em 1782 na Loge Les Frères Discrets em Charleville-Mézières, França.
A CRIAÇÃO
Barão Dietrich |
Após o jantar, Lisle retornou
a seus aposentos e escreveu as palavras num ataque de excitação patriótica, e,
durante a noite, anotou as palavras e a música. A peça foi chamada de "Um
canto de guerra pela Arca do Reno". As palavras são carregadas de fortes
emoções nacionalistas, uma canção revolucionária, um hino à liberdade, um apelo
patriótico para mobilizar todos os cidadãos e uma exortação à luta contra a
tirania e a invasão estrangeira.
O autor dedicou a canção ao
marechal Nicolas Luckner, um bávaro a serviço do exército francês.
A letra da música reflete a
invasão da França por exércitos estrangeiros (da Prússia e da Áustria) que
estavam em andamento quando foi escrita.
O sucesso inicial ocorreu por
intermédio de viajantes, e em pouco tempo chegou à Provença, no sudeste da
França. Um mês depois de composta, a canção chegava a Paris com os soldados
federados especialmente entre as unidades do exército de Marselha.
General Dumouriez |
Servan de Gerbey |
Na ocasião, Joseph Marie Servan de Gerbey,
ministro da Guerra da França, escreveu a Dumouriez:
"O hino conhecido pelo nome de La Marseillaise é o Te Deum da República".
"O hino conhecido pelo nome de La Marseillaise é o Te Deum da República".
O APELIDO
François Mireur |
A ADOÇÃO
Napoleão I |
Napoleão III |
A melodia e letras evocativas do hino levaram ao seu uso generalizado como uma canção de revolução e sua incorporação em muitas peças de música clássica e popular.
Luix XVIII |
A canção foi banida por Luís
XVIII e Carlos X, sendo restabelecida brevemente após a Revolução de Julho de
1830.
Carlos X |
CURIOSIDADES
Quando a revolução de 1830
restabeleceu-lhe o status de hino nacional, a obra foi reorquestrada por Hector
Berlioz.
Em 1881, o militante
anticlerical Leo Taxil escreveu uma música em defesa da laicidade e da
democracia liberal na França. A música usava a melodia de A Marselhesa e, por
conta disso, ficou conhecida como A Marselhesa Anticlerical.
Não se sabe se Claude Joseph
Rouget de Lisle, o autor de A Marselhesa, se inspirou, de algum modo, no
primeiro andamento do Concerto n.º 25, em C major (K. 503) de Wolfgang Amadeus
Mozart, datado de 1786, para realizar a melodia de A Marselhesa, porque, na
verdade, existem algumas ressonâncias.
Piotr Ilitch Tchaikovsky, em
1880, com base em A Marselhesa, escreveu uma peça orquestral a Abertura 1812 para comemorar a vitória russa sobre Napoleão, fazendo sobressair musicalmente
os temas de música russa tradicional à melodia de A Marselhesa com o intuito de
mostrar precisamente essa vitória.
Na Revolução de 1917, os
revolucionários adotaram para a Rússia um hino provisório denominado A Marselhesa Operária, que durou de outubro 1917 a meados de 1918, e que possuía
uma adaptação da melodia de A Marselhesa, feita por Aleksandr Konstantinovitch Glazunov.
Em 1942 - o filme Casablanca - há uma cena em que um grupo de oficiais nazistas cantam Die Wacht Am Rhein - um hino patriótico nazista, Laslo pede a banda que interprete a Marselhesa.
Em 1967 – The Beatles usaram
os acordes iniciais de Marselhesa em All You Need Is Love
O Maestro Guido Raimonda ao
gravar a obra completa de Giovanni Batista Viotti descobriu uma peça escrita em
1781 - o Tema e Variações em C maior, uma pontuação que em 1792 seria
reutilizado por Claude Joseph Rouget de Lisle para a Marselhesa, o hino
nacional francês.
A paternidade de Viotti foi reconhecido na verdade, apenas em 2013.
A paternidade de Viotti foi reconhecido na verdade, apenas em 2013.
A LETRA
Allons enfants de la
Patrie,
Le jour de gloire est
arrivé!
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est
levé, (bis)
Entendez-vous dans les
campagnes
Mugir ces féroces soldats?
Ils viennent jusque dans
vos bras
Égorger vos fils, vos
compagnes!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Que veut cette horde
d'esclaves,
De traîtres, de rois
conjurés?
Pour qui ces ignobles
entraves,
Ces fers dès longtemps
préparés? (bis)
Français, pour nous, ah!
quel outrage
Quels transports il doit
exciter!
C'est nous qu'on ose méditer
De rendre à l'antique
esclavage!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Quoi! des cohortes
étrangères
Feraient la loi dans nos
foyers!
Quoi! ces phalanges
mercenaires
Terrasseraient nos fiers
guerriers! (bis)
Grand Dieu! par des mains
enchaînées
Nos fronts sous le joug se
ploieraient
De vils despotes
deviendraient
Les maîtres de nos destinées!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Tremblez, tyrans et vous
perfides
L'opprobre de tous les
partis,
Tremblez! vos projets
parricides
Vont enfin recevoir leurs
prix ! (bis)
Tout est soldat pour vous
combattre,
S'ils tombent, nos jeunes
héros,
La terre en produit de
nouveaux,
Contre vous tout prêts à se
battre !
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Français, en guerriers
magnanimes,
Portez ou retenez vos
coups!
Épargnez ces tristes
victimes,
À regret s'armant contre
nous. (bis)
Mais ces despotes
sanguinaires,
Mais ces complices de
Bouillé,
Tous ces tigres qui, sans
pitié,
Déchirent le sein de leur
mère !
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Amour sacré de la Patrie,
Conduis, soutiens nos bras
vengeurs
Liberté, Liberté chérie,
Combats avec tes défenseurs
! (bis)
Sous nos drapeaux que la
victoire
Accoure à tes mâles
accents,
Que tes ennemis expirants
Voient ton triomphe et
notre gloire !
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
(Couplet des enfants)
Nous entrerons dans la
carrière,
Quand nos aînés n'y seront
plus,
Nous y trouverons leur
poussière
Et la trace de leurs vertus
(bis)
Bien moins jaloux de leur
survivre
Que de partager leur
cercueil,
Nous aurons le sublime
orgueil
De les venger ou de les
suivre.
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchez, marchez!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
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Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou!
Contra nós da tirania,
O estandarte ensanguentado
se ergueu.(bis)
Ouvis nos campos
Rugir esses ferozes
soldados?
Vêm eles até os vossos
braços
Degolar vossos filhos,
vossas mulheres!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
O que quer essa horda de
escravos,
De traidores, de reis
conjurados?
Para quem (são) esses
ignóbeis entraves,
Esses grilhões há muito
tempo preparados? (bis)
Franceses, para nós, ah!
que ultraje
Que comoção deve suscitar!
É a nós que ousam considerar
Fazer retornar à antiga
escravidão!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
O quê! Tais multidões
estrangeiras
Fariam a lei em nossos
lares!
O quê! Essas falanges
mercenárias
Arrasariam os nossos nobres
guerreiros! (bis)
Grande Deus! Por mãos
acorrentadas
Nossas frontes sob o jugo
se curvariam
E déspotas vis
tornar-se-iam
Os mestres dos nossos
destinos!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Tremei, tiranos! e vós
pérfidos,
O opróbrio de todos os
partidos,
Tremei! vossos projectos
parricidas
Vão finalmente receber seu
preço! (bis)
Somos todos soldados para
vos combater.
Se tombarem os nossos
jovens heróis,
A terra novos produzirá,
Contra vós, todos prestes a
lutarem!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Franceses, guerreiros magnânicos,
Levai ou retende os vossos
tiros!
Poupai essas tristes
vítimas,
A contragosto armando-se
contra nós. (bis)
Mas esses déspotas
sanguinários,
Mas esses cúmplices de
Bouillé,
Todos os tigres que, sem
piedade,
Rasgam o seio de suas mães!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Amor Sagrado pela Pátria
Conduz, sustém nossos braços
vingativos.
Liberdade, liberdade
querida,
Combate com os teus
defensores! (bis)
Debaixo as nossas
bandeiras, que a vitória
Chegue logo às tuas vozes
viris!
Que teus inimigos
agonizantes
Vejam teu triunfo e nossa
glória.
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
(Verso das crianças)
Entraremos na carreira
(militar),
Quando nossos anciãos não
mais lá estiverem.
Lá encontraremos suas
cinzas
E o resquício das suas
virtudes (bis)
Bem menos desejosos de lhes
sobreviver
Que de partilhar seus
caixões,
Teremos o sublime orgulho
De vingá-los ou de
segui-los.
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
Às armas, cidadãos,
Formai vossos batalhões,
Marchai, marchai!
Que um sangue impuro
Banhe o nosso solo!
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