Franz Peter Schubert nascido
em Himmelpfortgrund, na época pertencente à Monarquia de Habsburgo, atualmente
é um subúrbio do 9º distrito de Viena, na Áustria, no dia 31 de Janeiro de 1797,
filho de Franz Theodor Florian Schubert e Elizabeth Fitz (ou Vietz), o casal
tivera 14 filhos dos quais apenas Ignaz (1784), Ferdinand (1794), Karl (1796),
Franz e Theresia (1801) chegaram à idade adulta, foi um compositor do final do
período clássico, com um estilo marcante, inovador e poético do romanticismo.
Casa onde Franz Schubert nasceu |
Seu pai foi um professor de
boa reputação numa escola muito bem frequentada em Lichtenthal. Era também um
músico amador razoável, assim como seus filhos mais velhos, Ignaz e Ferdinand.
Escola de Lichtenthal |
Com cinco anos de idade,
Franz iniciou sua instrução regular com o pai. No ano seguinte entrou na escola
de Lichtenthal. Ali teve inicio sua educação musical.
O seu pai ministrou
conhecimentos rudimentares sobre violino e o seu irmão, Ignaz, guiou seus
primeiros passos no pianoforte.
Aos sete anos passou a ter
aulas com Michael Holzer, o Kapellmeister da igreja de Lichtenthal.
Seus primeiros anos de
aprendizagem são considerados insatisfatórios à época, assim ele só obteria
sucesso caso fosse reconhecido como um intérprete excepcional pelo público.
No dia 30 de setembro de
1808, participou de um concurso onde Antônio Salieri selecionaria novos
coristas para Capela Imperial, Franz conquistou uma vaga por ter a apreciada
voz de soprano, sendo premiado também com uma bolsa de estudos em Stadtkonvikt,
um dos melhores colégios de Viena (correspondendo ao Conservatório).
Permaneceu nesta instituição
até 1814, entretanto sua instrução não foi das melhores. Foi o companheirismo
de alguns dos seus colegas que o ajudavam monetariamente, comprando-lhe papel
de música, além de lhe darem apoio moral, reconhecendo nele as suas qualidades.
Muitos destes amigos o
acompanharam ao longo de sua vida, foram eles Spaun, Stadler, Holzapfel, dentre
outros.
Foi no Stadtkonvikt que teve
contato com as sinfonias e aberturas de Mozart. Foi conhecendo alguma produção
musical além desta, como pequenas peças musicais mais ligeiras e visitando
ocasionalmente a ópera, que Schubert foi desenvolvendo o seu conhecimento
pessoal da música da época.
Seu primeiro registro de
composição musical é a Fantasia para dueto de piano com trinta e duas páginas escrita,
datada de 8 de Abril a 1 de Maio de 1810, seguiram-se, em 1811, três longas
peças vocais, uma "abertura-quinteto", um quarteto de cordas, uma
segunda Fantasia para pianoforte e alguns Lieder (canções).
Franz tinha a predileção pela
música de câmara, pois aos domingos e feriados em sua casa formava um quarteto
com os seus irmãos nos violinos, o seu pai ao violoncelo, e ele tocava viola.
Em 1812 compôs um octeto em
honra à sua mãe que falecera naquele ano, e uma cantata no ano seguinte com
letra e música para celebrar o aniversário de seu pai. Pouco antes de deixar o
conservatório escreveu sua primeira sinfonia.
Ao deixar o Stadtkonvikt no
final de Outubro de 1813, passou a lecionar como professor primário na escola
de seu pai. Durante dois anos, Schubert trabalhou sem grande motivação. Entretanto,
poderia prosseguir sua prática de composição com aulas particulares ministradas
Salieri até 1816.
Therese Grob |
Conheceu Therese, uma jovem da
Família Grob que eram fabricantes de seda que, demonstrava alguns dotes como
cantora. Franz escreveu algumas das suas obras litúrgicas para a sua voz de
soprano, sendo a solista escolhida para a sua primeira missa datada de 25 de
Setembro de 1814, a primeira apresentação pública de uma obra sua.
Johann Mayrhoffer |
Schubert quis casar com ela,
mas uma lei emitida em 1815 exigia que todos os candidatos a casar fizessem
prova de possuírem capacidade financeira para sustentar a família, critério que
o compositor não satisfazia, já que não conseguia ter emprego permanente,
encerrando a relação entre o casal em 1816.
No inverno de 1814/1815, Schubert conheceu o poeta Johann Mayrhoffer.
Em 1816 escreve uma cantata
para o Jubileu de Salieri, em 16 de Junho e em seguida a cantata
"Prometeu", para os alunos do professor Heinrich Joseph Watteroth que
lhe pagou honorários, em seu diário o compositor escreveu: "a primeira vez
que compus por dinheiro".
O seu círculo de amigos
continuava, incessantemente, a aumentar. Mayrhofer apresenta-o a Vogl, um
barítono famoso, que lhe presta um grande favor ao interpretar os seus Lieder
nos salões de Viena. Os irmãos Anselm e Joseph Hüttenbrenner também foram seus
mais devotados admiradores; Joseph von Gahy, um pianista de renome, tocava as
suas sonatas e fantasias; os Sonnleithners, uma rica família burguesa, cujo
filho mais velho tinha estado no Conservatório, deu-lhe livre acesso a sua casa
e organizava, em sua honra, reuniões musicais que ficaram conhecidas como "schubertíades".
Franz Schubert não tinha
qualquer meio de subsistência, porém seus amigos partilhavam as contas, desde o
alojamento até à alimentação.
Durante o ano de 1817,
dedicou-se particularmente à composição de sonatas para piano dentre algumas
das suas mais conhecidas composições como Ganymed ou Der Tod und das Mädchen (A
Morte e a Donzela).
Foi no dia 01 de Março de 1818
que aconteceu a primeira apresentação pública de uma obra de Schubert - uma
abertura ao estilo italiano: uma paródia descarada a Rossini - tocada com toda
a seriedade num concerto numa prisão.
Entre Julho até meados de
Novembro deste ano foi Mestre de Música da família do Conde Johann Esterhazy em
Zelesz, na atual Eslováquia, sendo esta a sua única nomeação. Nesse período compôs
canções e outras peças musicais para piano a quatro mãos dedicadas às condessas
Marie e Caroline, filhas do conde. Merecem destaque a Sinfonia em dó maior
(D.589), e canções como Einsamkeit ("Solidão") (D.620), Marienbild
(D.623) e Litaney.
Em seu retorno à Viena, segue
sua rotina sem residência fixa, passando a residir com Mayrhofer.
Em 28 de Fevereiro de 1819, apresenta-se
ao público como escritor de canções, pela primeira vez, quando a sua canção
Schäfers Klagelied (Elegia do Pastor) é cantada por Jager num concerto em outra
prisão. Nesse mesmo ano escreve o seu quinteto para piano em lá – A Truta (Die
Forelle).
Em 1820, escreve várias peças
que demonstram um avanço no desenvolvimento e maturidade do seu estilo, dentre
elas Lazarus – um oratório inacabado.
Ainda, neste ano, duas das
óperas de Schubert estrearam no teatro Karthnerthor: Die Zwillingsbrüder
"Os irmãos gémeos" em 14 de junho, e Die Zauberharfe ("A Harpa
Mágica" ou "A Harpa Encantada") em 19 de Agosto, saindo dos
recitais particulares ou a apresentação de músicos amadores, passando a ter
maior visibilidade e um público mais vasto.
A partir destas peças dramáticas,
seguiu compondo para este formato, entretanto teve várias desilusões, duas
delas foram recusadas: Alfonso und Estrella e Fierabras; outra censurada: Die
Verschworenen ("Os conspiradores") - provavelmente em virtude do
título; o que fez com que "Rosamunde" ("Rosamunda, princesa do
Chipre) ficasse incompleta, e também pela insignificância do libreto, embora
sua abertura seja considerada uma das melhores músicas compostas por Schubert.
Em 1822 é apresentado a Weber
e a Beethoven, o último reconhece a genialidade de Schubert, foi um daqueles
que carregaram sua urna funerária de Beethoven.
Nessa época completou a Missa
em lá bemol e começou a "Sinfonia inacabada" ou "Sinfonia
incompleta".
Walter Scott |
A partir de 1825 passa a publicar
mais obras e por algum tempo a sua situação financeira melhora, época em que
escreve a famosa "Ave Maria" (título original Ellens dritter Gesang),
escrita para a tradução de Adam Storck a partir de um poema de Walter Scott, e
não para "Ave Maria" em latim, tal como é usada hoje em dia a música.
No inverno de 1825-1826,
escreveu o quarteto de cordas em ré menor, com as variações sobre o tema A
Morte e a Donzela.
No auge da sua atividade
criativa viu a sua saúde se deteriorar. Sofria de sífilis desde 1822. Teria
morrido de febre tifoide. Faleceu no dia 19 de Novembro de 1828, na casa do seu
irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade.
Da esquerda para a direita, sepultura de Beethoven, memorial Mozart e sepultura de Schubert, no Cemitério Central de Viena |
Foi sepultado no cemitério de
Währinger, conforme seu desejo numa campa próxima a de Ludwig van Beethoven, compositor
a quem venerou. Seu epitáfio, escrito pelo poeta Franz Grillparzer, dizia:
"A arte da música enterrou aqui grandes riquezas, e esperanças ainda
maiores".
Otto Erich Deutsch |
O interesse no seu trabalho
aumentou imensamente nas décadas que se seguiram à sua morte por compositores
como Liszt, Schumann, Brahms e Mendelssohn.
Franz Schubert hoje em dia é
largamente considerado como um dos maiores compositores de música clássica.
Escreveu
cerca de seiscentas canções, além de óperas, sinfonias, incluindo a
"Sinfonia Incompleta", sonatas entre outros trabalhos.
A numeração indicativa em seu
catálogo foi proposto por Otto Erich Deutsch - por isso se deve ler
"Deutsch 1").
Memorial em Viena |
Em 1872, foi erigido no
Parque Municipal de Viena um memorial em honra de Franz Schubert.
Dentre suas últimas peças compôs
também um conjunto de canções publicadas postumamente com o título de
“Schwanengesang” (O Canto do Cisne) destacando:
Standchen (Serenade) No.4
from 'Schwanengesang'
Ständchen
|
Serenata
|
Leise flehen meine Lieder
durch die Nacht zu dir;
in den stillen Hain
hernieder,
Liebchen, komm zu mir!
Flüsternd schlanke Wipfel
rauschen
in des Mondes Licht;
des Verräters feindlich
Lauschen
fürchte, Holde, nicht.
Hörst die Nachtigallen
schlagen?
Ach! sie flehen dich,
mit der Töne süssen Klagen
flehen sie für mich.
Sie verstehn des Busens
Sehnen,
kennen Liebesschmerz,
rühren mit den Silbertönen
jedes weiche Herz.
Lass auch dir die Brust
bewegen,
Liebchen, höre mich!
Bebend harr' ich dir
entgegen!
Komm, beglücke mich!
|
Silenciosamente invoco em
minhas músicas
Durante a noite
No bosque calmo
Amor, venha para mim!
Árvores farfalhantes
sussurram
À luz do luar
Espionando
Querida, não tenha medo
Você está ouvindo os
rouxinóis?
Oh! Eles acenam para você
Com doce, melancolia
Eles rogam por mim
Eles entendem os apertos do
coração
Conhecem a dor do amor
Enchem com tons prateados
Cada coração terno
Deixe que nossos peitos
fiquem repletos de encantos
Querida, ouça-me!
Tremendo espero por você!
Venha, por favor!
|
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