quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Jean Phillippe RAMEAU

Johann Sebastian                 François
Bach                                      Couperin
JEAN PHILIPPE RAMEAU, foi um músico e compositor do período Barroco, contemporâneo de Johann Sebastian Bach e François Couperin é considerado o maior compositor do Barroco Francês. Tem em sua obra, uma reação classicista e nacionalista àquela invasão italiana.

Nascido em Dijon no dia 25 de Setembro de 1682. Filho de Jean Rameau, organista naquela cidade, distinguiu-se desde cedo como organista e com especial talento para a composição musical à qual sempre deu atenção quanto a sua estrutura lógica.
Iniciou seus estudos musicais com o seu pai. Estudou até os 16 anos no colégio jesuíta, onde adquiriu seus conhecimentos gerais, até os quarenta anos viveu uma vida relativamente itinerante.
cravo
Exerceu a atividade de organista em muitas cidades francesas: tais como Avignon, Clermont, Paris, Dijon e Lyon. Os resultados de um conhecimento pleno estarão fixados na produção para cravo, iniciada em 1706 e estendendo-se até 1747.

Em 1715, quando era organista em Clermont-Ferrand escreveu seu famoso tratado de harmonia. Era também muito conhecido como professor de cravo, bastante em moda na Paris de sua época. A técnica da dedilhação dos instrumentos de teclado deve muito a Rameau com o uso mais efetivo do polegar, que só foi modificada por Johann Sebastian Bach.
Em 1733, já com cinqüenta anos, começa uma frutífera carreira operática. Escreveu várias óperas, dentre as quais Hippolyte et Aricie, que não obteve grande sucesso. Compôs peças para teclado em geral e dominava com perfeição a orquestração, que é usada de forma muito completa, Rameau é um orquestrador: não distribuindo as vozes pelos instrumentos de forma estereotipada, como se fazia até então. É autor de cerca de vinte óperas. No final de sua vida, tornou-se “compositor do rei”.


Igreja de Santo Eustáquio
Em 12 de Setembro de 1764 faleceu em virtude de uma febre tifoide complicada pelo escorbuto aos 81 anos de idade. Teve todas as honras da nobreza e funeral público com grande pompa. Foi sepultado na Igreja de Santo Eustáquio em Paris.

Jean Philippe Rameau foi um inovador, as suas óperas constituem uma renovação total da ópera francesa clássica, em especial pela importância dada à orquestra, com a introdução de verdadeiras peças de música descritiva e de dificuldade técnica muito elevada para os instrumentos da época, sendo célebre a cena do tremor de terra na Ópera Indes Galantes. 
Haydn                   Mozart


Suas peças de concerto para cravo, pelo caráter virtuoso dado ao instrumento solista, prenunciam o tratamento que dele farão Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart.




Algumas de suas Óperas foram influenciadas pela Maçonaria, tais como Castor e Polux (1737) e Zoroastro (1749), porém ele não pertenceu à Augusta Ordem.


No link constam trechos de três obras: La Naissance d'Osiris, Abaris ou Les Boréades e Pièces de Clavecin. 

Para ouvir: 


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Georg Philipp Telemann




Uma das peças da Tríade de compositores alemães mais completos do século XVIII, juntamente com Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Haendel.

Nasceu em Magdeburgo (Alemanha) a 14 de março de 1681. Autodidata, estudou as partituras dos grandes mestres, especialmente Andre Campra e Giovanni Battista Lully, o que dá um estilo do barroco francês em suas obras
.

Andre                   Giovanni Battista
Campra                             Lully        

Selo da Universidade de Leipzig
Já aos dez anos, Telemann sabia tocar vários instrumentos e escrevia diversas obras. Como aluno da universidade de Leipzig, estudou línguas e direito, formando-se em música.
Nessa cidade, fundou o Colégio Musical, modelo de muitas associações parecidas nas universidades alemãs.

Aos 21 anos, tornou-se diretor musical da ópera de Leipzig e aos 23 tornou-se organista da Neue Kirche. Entre 1708 e 1712 foi Mestre de Capela em Eisenach. Posteriormente, organista e regente das orquestras de vários príncipes do norte da Alemanha. Viajou várias vezes à Paris e em 1721 foi nomeado diretor de música em Hamburgo, um dos cargos mais importantes da vida musical da época.
Teleman foi o compositor mais famoso da Alemanha, pois compôs em todas as formas e estilos existentes em sua época. Em qualquer estilo, sua música tem um caráter inconfundível, sendo clara e fluindo levemente. 
Bach (acima)
Haendel (abaixo)
Apesar de de ser apenas quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Haendel, utilizou um estilo muito mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo musical clássico. Entre os diversos gêneros musicais que compôs, destacam-se a sua Música vocal sacra, sendo notável o extraordinário número de cantatas (aproximadamente 1700), a Música Vocal Secular, dentre as quais figuram nove óperas, a Música Orquestral, a Música de Câmara e a Música para Teclado.
Mas a posteridade esqueceu esse fato e vários outros, igualmente notáveis, por causa de um incidente: eleito diretor de música pelo conselho municipal de Leipzig, Telemann preferiu o cargo mais bem remunerado em Hamburgo, de modo que os conselheiros de Leipzig deviam ficar com o segundo candidato, ‘menos qualificado’, que foi  Johann Sebastian Bach.
Nasceu desse incidente a lenda de Telemann ter sido arrogante, pretensioso e, no entanto, medíocre, sendo totalmente esquecido pela posteridade. Telemann foi em vida muito mais apreciado que Bach. A posteridade, indignada com essa injustiça, quase o esqueceu, lembrando-o só como rival do mestre. Na verdade, Telemann foi excelente homem, amigo pessoal de Johann Sebastian, e sem responsabilidade pela miopia dos contemporâneos.

Durante sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida e também publicou diversas obras de caráter didático, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado entre outros.
Baixo cifrado, baixo figurado ou baixo contínuo é um tipo de notação musical inteira utilizado para indicar os intervalos, os acordes e os enarmônicos em relação a uma nota do baixo. O baixo cifrado está associado de perto com o baixo contínuo, um acompanhamento utilizado em quase todos os gêneros de música do período Barroco.
Telemann foi compositor eclético, reunindo sólida formação polifônica e melodismo italiano com uma predileção, então nova na Alemanha, pelos ritmos da música francesa. Sua fecundidade foi assombrosa. Teria escrito nada menos que 600 aberturas (suítes), e tantas outras obras em todos os gêneros musicais.
Sua música instrumental, de caráter festivo, foi por ele próprio reunida numa coleção volumosa: Música de banquete, da qual várias suítes e concertos são hoje tocados com certa freqüência. As óperas de Telemann foram esquecidas. Mas sua Paixão Segundo São Marcos, escrita em 1753 é uma grande obra e foi, em 1953, reabilitada com forte sucesso. Talvez a melhor obra de Telemann seja a cantata Ino (1765), obra da extrema velhice. Depois de um intervalo de duzentos anos, a música de Telemann foi no século XX reabilitada e muitas obras suas estão hoje gravadas.





Telemann morreu em Hamburgo (Alemanha) a 25 de junho de 1767, aos 86 anos de idade.



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

MÚSICA BARROCA


O Barroco começa a partir do ano de 1600 e todas as manifestações entre essa data e 1700 inserem-se num contexto assimétrico e rebuscado das obras barrocas.
A palavra “barroco” deriva da palavra “verruca” do latim, que significa elevação de terreno em superfície lisa. Toda pedra preciosa que não tinha forma arredondada era chamada de barrueca. Logo após, toda e qualquer coisa que possuía forma bizarra, que fugia do normal, era chamada de baroque.
O poeta italiano Giosuè Carducci foi quem, em 1860, adjetivou o estilo da época dos Seiscentos, referindo-se às manifestações artísticas ocorridas a partir do ano de 1600, como sendo barroco. Então, apesar de não possuir características unânimes em todas as obras, o barroco passou a ser a denominação dos artistas e escritores da referida época.
Nas artes em geral, foi um estilo que ocorreu no período entre o final do Século XVI e meados do Século XVIII, trata-se de um estilo bastante rebuscado. Inicialmente o termo era designado ao estilo de arquitetura e das artes plásticas, caracterizado pelo excesso de ornamentos.
Na pintura, escultura, arquitetura e artes decorativas, estilo com elementos da alta Renascença e do Maneirismo e ligado à estética da Contrarreforma, nascido em Roma por volta do ano 1600 e cujas características básicas são o dinamismo do movimento com o triunfo da linha curva especialmente na escultura e pintura, a busca da captação das reações emocionais humanas. O estilo ganhou traços específicos em cada país.
Na literatura se caracteriza pela abundância de ornatos, ousada elaboração formal, uso de recursos retóricos, tais como alegorias ou metáforas e jogos de palavras, reflexos, nas formas e preocupações, da estética da Contrarreforma católica.
Na música o estilo surgido na Itália entre 1600 e 1760, o período que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach, que enfatiza a polaridade entre a melodia e o baixo contínuo, assim como a harmonia expressiva, com exploração de elementos contrastantes dentro da composição, e em cujo período de vigência se consolidou o sistema de harmonia tonal prevalecente na música ocidental até o início do século XX.
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

Orfeu, do compositor Claudio Giovanni Antonio Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.

Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Jean Baptiste Lully (1632-1687) e Jean Phillipe Rameau ( 1683-1764).
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Georg Friedrich Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias .

Na partitura trecho de:
 For unto us a child is born
As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas.
Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ali os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto.
Além dos já citados, eis outros compositores de destaque do período:
Antonio Vivaldi, Arcangelo Corelli, Domenico Scarlatti, Francesco Saverio Geminiani,
 Georg Philipp Telemann, Henry Purcell,  Johann Joachim Quantz,
 Johann Sebastian Bach, Pietro Locatelli e Tomaso Giovanni Albinoni.

Alessandro Stradella
Um termo bastante recorrente nas peças do período Barroco é o Concerto Grosso, uma forma exclusivamente instrumental, que nada mais é do que um concerto em que um grupo de solistas geralmente dois violinos e um violoncelo “dialoga” com o resto da orquestra. Esta nomenclatura foi utilizada pela primeira por Alessandro Stradella em uma cantata proximamente ao ano 1670. Bastante divulgado e praticado, principalmente na Itália, Inglaterra e alguns países germânicos, o gênero tem sua origem na música veneziana. O concerto grosso é habitualmente dividido em quatro partes, alternando-se entre movimentos lentos e rápidos. Essa forma musical desapareceu no fim do período Barroco.



No link abaixo algumas peças do período, inclusive o trecho da partitura de O Messias:

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Encontros e Despedidas

Esta será uma postagem diferente... apenas cinco músicas, sendo quatro nacionais e contemporâneas, com significado bastante grande.

Os últimos dias de 2013 foram tristes para a família Sangreal dois grandes irmãos partiram em uma nova jornada rumo ao nosso desconhecido destino: Pierre Godfroid Joseph Ciriades e Ivo de Francesco Filho.
As pompas fúnebres em duas ocasiões dentro da mesma semana, 23 e 26/12.

Lembrei-me do saudoso Ir.´. Alberto numa conversa que tivemos dizendo que no dia em que partisse deste oriente gostaria de “ouvir” a música Amazing Grace, no dia de sua viagem comentei com os familiares a respeito e assim foi feito em dois momentos, na cerimônia de despedida no crematório e nas Pompas Fúnebres em loja.

Comecei a refletir neste momento individual do ser humano, a partida deste mundo. Os mistérios que cercam o mundo de lá, lembrei-me de algumas canções:



 
A primeira, uma música de Raul Seixas e Paulo Coelho, primeira faixa do álbum Há dez mil anos atrás, Canto para minha morte, com uma letra bastante objetiva, sobre como será a passagem, em que momento ocorrerá...




CANTO PARA MINHA MORTE
 Raul Seixas e Paulo Coelho

Eu sei que determinada rua que eu já passei não tornará ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos e que nunca mais eu vou abrir
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque
Na música que eu deixei para compor amanhã?

Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim, pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar. Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida?
Existem tantas... um acidente de carro. O coração que se recusa a bater no próximo minuto
A anestesia mal aplicada. A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte, que matas o gato, o rato e o homem
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu porque eu continuarei neste homem
Nos meus filhos, na palavra rude que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim, pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar. Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida.




A segunda música é Epitáfio de Sérgio Britto (Titãs), faixa do álbum A melhor banda de todos os tempos da última semana, também uma música bastante objetiva e que traz a reflexão sobre o que fizemos de nossas vidas, arrependimentos e que devemos aproveitar mais as pequenas coisas.




EPITÁFIO
Sergio Britto 
Devia ter amado mais, ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger, enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos, com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger, enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...



A seguir a nossa incompreensão e egoísmo em relação àqueles que partem de repente e muitas vezes muito jovens, pessoas que amamos e que nos deixam...  Love in the afternoon – Renato Russo em parceria com Dado Villa Lobos (Legião Urbana), presente no álbum O Descobrimento do Brasil.





LOVE IN THE AFTERNOON
Renato Russo/Dado Villa Lobos

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais.

Quando eu lhe dizia:
"- Me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada."
Você sorriu e disse:
"- Eu gosto de você também."
Só que você foi embora cedo demais

Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer.

Vai com os anjos! vai em paz.
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais

E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais.



Por fim,  Encontros e Despedidas de Milton Nascimento e Fernando Brandt, presente no álbum homônimo, uma letra com um duplo sentido, mas se buscarmos a subjetividade teremos uma interessante mensagem sobre o “mundo de lá” e o mistério da vida.




 ENCONTROS E DESPEDIDAS

Milton Nascimento e Fernando Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir.

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

Muitas outras músicas tratam deste tema, a partida, mas por favor, não se preocupem se quando eu partir não “ouvi-las”...

Link para estas músicas:
https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-T1lYZVZrN3BIM2s?resourcekey=0-cgKlBNumPyUB7ijJ6QMyRw&usp=sharing
 

Em tempo, a quinta música é a citada inicialmente – Amazing Grace composta por um John Newton, um traficante de escravos do século XVIII, após sua conversão religiosa, ocorrida ao sobreviver a uma tempestade em alto mar, em que pediu a Deus que tivesse compaixão de sua alma e o ajudasse a levar seu navio com mais de 500 negros a um porto seguro. Após o milagre libertou todos os escravos e transformou-se em abolicionista. A canção o testemunho pessoal de seu encontro com Deus.


AMAZING GRACE
SUBLIME GRAÇA
Amazing grace, oh how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost, but now I'm found
Was blind, but now I see

T'was grace that taught my heart to fear
And grace my fear relieved
How precious did that grace appear
The hour I first believed

Through many dangers, toils and snares
I have already come
T'was grace that brought me safe thus far
And grace will lead me home

When we've been there ten thousand years
Bright shining as the sun
We've no less days to sing God's praise
Then when, when we first begun

The Lord has promis’d good to me,
His word my hope secures;
He will my shield and portion be,
As long as life endures.

Yes, when this flesh and heart shall fail,
And mortal life shall cease;
I shall possess, within the veil,
A life of joy and peace.

The earth shall soon dissolve like snow,
The sun forbear to shine;
But God, who call’d me here below,
Will be forever mine.
Maravilhosa Graça, Oh quão doce é o som
Que salvou um miserável como eu
Eu estava perdido, mas agora eu me encontrei
Eu estava cego, mas agora eu vejo.

Foi a graça que ensinou meu coração a temer
E a graça aliviou meus medos
Quão preciosa aquela graça apareceu
Na hora em que eu acreditei

Através de muitos perigos, labutas e armadilhas
Eu já percorri
Foi a graça que me trouxe até aqui seguro
E a graça vai me levar para casa

Quando estivermos lá há 10 mil anos,
Brilhantes como a luz do sol,
Não teremos menos dias para cantar louvores a Deus
Do que quando, quando começamos no princípio

O Senhor prometeu o bom para mim,
Sua palavra assegura a minha esperança;
Ele será meu escudo e porção será,
Enquanto a vida dura.

Sim, quando esta carne e coração se falhar,
E a vida mortal, cessará,
Eu devo possuir, dentro do véu,
Uma vida de alegria e paz.

A terra em breve se dissolverá como a neve,
O sol deixará de brilhar;
Mas Deus, que me chamou aqui em baixo,
Será para sempre meu.


Uma curiosidade sobre a música, a letra é de autoria conhecida e a música, autor desconhecido... entretanto como todos os Spirituals ele foi composta usando apenas as teclas negras do piano, a chamada escala escrava composta pelas notas com acidentes (bemóis ou sustenidos). Ou seja: Dó sustenido; Ré sustenido; Fá sustenido; Sol sustenido e Lá sustenido ou Ré bemol, Mi bemol, Sol bemol, Lá bemol e Si bemol. Crê-se que a melodia era o lamento dos escravos no interior do navio durante a tempestade.

Neste link compartilhei diversas versões de Amazing Grace:

Se puderem e quiserem comentem e compartilhem... Que o ano de 2014 seja maravilhoso para com todos nós.