quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

MÚSICA BARROCA


O Barroco começa a partir do ano de 1600 e todas as manifestações entre essa data e 1700 inserem-se num contexto assimétrico e rebuscado das obras barrocas.
A palavra “barroco” deriva da palavra “verruca” do latim, que significa elevação de terreno em superfície lisa. Toda pedra preciosa que não tinha forma arredondada era chamada de barrueca. Logo após, toda e qualquer coisa que possuía forma bizarra, que fugia do normal, era chamada de baroque.
O poeta italiano Giosuè Carducci foi quem, em 1860, adjetivou o estilo da época dos Seiscentos, referindo-se às manifestações artísticas ocorridas a partir do ano de 1600, como sendo barroco. Então, apesar de não possuir características unânimes em todas as obras, o barroco passou a ser a denominação dos artistas e escritores da referida época.
Nas artes em geral, foi um estilo que ocorreu no período entre o final do Século XVI e meados do Século XVIII, trata-se de um estilo bastante rebuscado. Inicialmente o termo era designado ao estilo de arquitetura e das artes plásticas, caracterizado pelo excesso de ornamentos.
Na pintura, escultura, arquitetura e artes decorativas, estilo com elementos da alta Renascença e do Maneirismo e ligado à estética da Contrarreforma, nascido em Roma por volta do ano 1600 e cujas características básicas são o dinamismo do movimento com o triunfo da linha curva especialmente na escultura e pintura, a busca da captação das reações emocionais humanas. O estilo ganhou traços específicos em cada país.
Na literatura se caracteriza pela abundância de ornatos, ousada elaboração formal, uso de recursos retóricos, tais como alegorias ou metáforas e jogos de palavras, reflexos, nas formas e preocupações, da estética da Contrarreforma católica.
Na música o estilo surgido na Itália entre 1600 e 1760, o período que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach, que enfatiza a polaridade entre a melodia e o baixo contínuo, assim como a harmonia expressiva, com exploração de elementos contrastantes dentro da composição, e em cujo período de vigência se consolidou o sistema de harmonia tonal prevalecente na música ocidental até o início do século XX.
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

Orfeu, do compositor Claudio Giovanni Antonio Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.

Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Jean Baptiste Lully (1632-1687) e Jean Phillipe Rameau ( 1683-1764).
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Georg Friedrich Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias .

Na partitura trecho de:
 For unto us a child is born
As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas.
Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ali os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto.
Além dos já citados, eis outros compositores de destaque do período:
Antonio Vivaldi, Arcangelo Corelli, Domenico Scarlatti, Francesco Saverio Geminiani,
 Georg Philipp Telemann, Henry Purcell,  Johann Joachim Quantz,
 Johann Sebastian Bach, Pietro Locatelli e Tomaso Giovanni Albinoni.

Alessandro Stradella
Um termo bastante recorrente nas peças do período Barroco é o Concerto Grosso, uma forma exclusivamente instrumental, que nada mais é do que um concerto em que um grupo de solistas geralmente dois violinos e um violoncelo “dialoga” com o resto da orquestra. Esta nomenclatura foi utilizada pela primeira por Alessandro Stradella em uma cantata proximamente ao ano 1670. Bastante divulgado e praticado, principalmente na Itália, Inglaterra e alguns países germânicos, o gênero tem sua origem na música veneziana. O concerto grosso é habitualmente dividido em quatro partes, alternando-se entre movimentos lentos e rápidos. Essa forma musical desapareceu no fim do período Barroco.



No link abaixo algumas peças do período, inclusive o trecho da partitura de O Messias:

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