Thomas
Augustine Arne, filho de pai anglicano e mãe católica, nascido em Londres no
dia 12 de Março de 1.710, e batizado na Igreja de St. Paul.
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St.Paul Covent Garden |
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Drury Lane Theater |
Seu
pai era um estofador de renome e foi funcionário da City Company of
Upholsteres. Conseguiu se firmar e estabelecer-se financeiramente, tendo
condições de alugar uma casa grande em Covent Garden, na King Street, além de
conseguir manter o filho no Eton College.
Mas vieram os maus tempos e seu pai
viu-se obrigado a complementar a renda familiar trabalhando no Drury Lane
Theater como bilheteiro.
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espineta |
O
interesse pela música do menino era tanto que ele tinha uma espineta em seu
quarto com as cordas amortecidas com um lenço, e assim praticava secretamente
durante a noite, enquanto o resto da família dormia, pois seu pai não aprovava
que ele seguisse na música.
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Liveryman |
Ele também se vestia como um Liveryman, a fim de
ter acesso à galeria do Opera italiano. Foi na ópera que Arne conheceu o músico
e compositor Michael Christian Festing, que foi uma grande influência sobre ele.
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St.George Hanover Square |
Festing
não só lhe ensinou a tocar violino, como também o levou para vários eventos
musicais, inclusive disputando com Thomas Roseingrave para o cargo de organista
na St. George Hanover Square, e uma visita a Oxford em 1733 para ouvir o Oratório Athalia de
George Frideric Handel.
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Brasão Eton College |
Arne
deixou Eton para seguir uma carreira em Direito. No entanto, o pai de Arne o surpreendeu
acompanhando um grupo de músicos num dos encontros musicais de Festing.
Ao
descobrir o real talento e vocação do jovem, e depois de muita insistência de
seu amigo e compositor, Michael Festing, seu pai concordou que Thomas seguisse
com uma carreira musical.
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Royal Opera House |
Ele
se tornou um prolífico compositor de músicas teatrais britânicas do século
XVIII, que foram frequentemente realizadas no Royal Opera House, Covent Garden,
entre 1733 e 1776, escreveu música para cerca de 90 obras, incluindo peças de
teatro, masques (uma forma de entretenimento comum na época), pantomimas e
ópera.
Muitas destas peças se perderam principalmente no incêndio no Covent
Garden ocorrido em 1808.
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Susannah Maria Arne |
Thomas tinha grande admiração pelo talento vocal de sua
irmã, Susannah Maria Arne, que foi uma famosa cantora da época, e escreveu
diversas músicas em suas obras, exclusivamente para sua voz, contralto, inclusive
em sua primeira ópera, Rosamund. Mais tarde ela seria conhecida
profissionalmente como "Sra Cibber".
Rosamund
foi um grande sucesso na sua estreia, sendo repetida por dez vezes.
Por
seguir o catolicismo de sua mãe, nunca compôs música para a Igreja da
Inglaterra, ao contrário da maioria dos principais compositores ingleses do seu
tempo.
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John Ferederick Lampe |
Em
15 de março 1737, casou com a cantora Cecilia Young, cuja irmã, Isabella era a
esposa de John Frederick Lampe. Durante este período, óperas e masques de Thomas
Arne tornaram-se cada vez mais populares, e ele recebeu o patrocínio de
Frederick, príncipe de Gales.
Foi
no dia 01 de Agosto de 1740, por ocasião da celebração da Adesão de George I e
o aniversário da princesa Augusta, em Cliveden, país de origem de Frederick, que
era alemão criado em Hanover, que estreou “The Masque of Alfred” um trabalho de
palco cantado, com música de Thomas Arne e libreto de David Mallet e James
Thomson. O trabalho foi inicialmente concebido como uma masque, posteriormente
revisto foi transformado em oratório totalmente cantado em 1745 e, em seguida,
uma ópera em 1753. A obra é mais conhecido por seu final, com a canção
patriótica "Rule Britannia", que se tornaria a sua obra mais conhecida.
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Parte da Partitura Rule, Brittania! |
Trabalhando
para o Drury Lane Theatre, em 1740, ele também escreveu incidental música para
várias peças de Shakespeare, incluindo "As You Like It", "Noite
de Reis", "O Mercador de Veneza", "A Tempestade",
"Perdido de amor de Trabalho" e "Romeu e Julieta".
Foi
em 1741, que Thomas Arne apresentou queixa na Chancery por danos de violação aos
direitos autorais musicais, afirmando que algumas de suas canções teatrais foram
impressas e vendidas por Henry Roberts e John Johnson, os livreiros de Londres
e distribuidores de música, sem qualquer retorno financeiro ao compositor. O
assunto foi resolvido fora do tribunal. Arne foi um dos primeiros compositores
a ter apelado à lei sobre questões de direitos autorais.
Em
1750, após uma discussão com o empresário David Garrick, sua irmã Susannah
deixou Drury Lane indo para o Covent Garden Theatre, Arne a acompanhou.
Nesse
mesmo ano, ocorre uma “coincidência” entre as duas companhias teatrais rivais,
a Drury Lane, e Covent Garden que encenam Romeu e Julieta, com a disputa pelo
público, teve início a Batalha dos Romeus. A Covent Garden tinha como ponto
alto o cortejo fúnebre para Julieta acompanhado pela música de Thomas Arne, que
levava maior público para a Covent Garden. Entretanto a Drury Lane de David
Garrick introduziu este momento na sua encenação embalada com a música de
William Boyce, que então superou a audiência da concorrente. Já comentado aqui.
Em
1755, durante um período passado em Dublin, ele se separou de Cecilia, alegando
que ela estava mentalmente doente.
Teve
início um relacionamento com uma de suas alunas, Charlotte Brent, uma soprano e
ex-criança prodígio. Charlotte Brent atuou em vários trabalhos de Arne, inclusive
no papel de Sally na ópera Thomas e Sally de 1760, e como Mandane na ópera Artaxerxes,
dois anos depois.
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Artaxerxers |
Brent
e Arne seguiram caminhos distintos e ela se casou com um violinista chamado
Thomas Pinto em 1766.
Nos
1760 Arne colaborou com o escritor irlandês Isaac Bickerstaffe, sendo Thomas e
Sally a primeira ópera cômica inglesa totalmente cantada, não contendo qualquer
diálogo. Artaxerxes foi uma das mais bem sucedidas e influentes óperas inglesas
do século 18 e é a única tentativa conhecida de escrever em italiano,
Metastasian ópera séria, no idioma Inglês foi frequentemente realizada em
Londres na década de 1830 e foi a mais popular ópera inglesa antes do século
20. Numa visita, em 1791, a Londres, Joseph Haydn ficou impressionado com uma apresentação
de Artaxerxes. Admitindo não ter consciência da existência de uma ópera no
idioma Inglês.
Escreveu,
em 1764, “The Arcadian Nuptials”, para celebrar o casamento da princesa
Augusta.
Em
1769 Arne compôs a música Thou Soft Flowing Avon, com letra de Garrick, para o
Jubileu Shakespeare.
Ele
foi premiado com um doutorado em Música na Universidade de Oxford.
Em
1777, pouco antes de sua morte, Arne e sua esposa se reconciliaram. Eles
tiveram um filho, Michael Arne, que também foi compositor. Faleceu em 05 de
Março de 1778.
Thomas
Augustine Arne está sepultado na St. Paul Churchyard, em Covent Garden,
Londres.
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observe no primeiro andar a placa azul |
Em
1988, foi colocada uma placa azul, no número 31 da King Street, em Covent
Garden, sua residência natal, as placas azuis indicam que alguém importante
morou naquele local.
Ele
também escreveu uma versão para God Save the King, na pontuação musical que
viria a ser o hino nacional britânico.
Arne
foi maçom ativo na ordem, morava nas proximidades do Freemason’s Hall no Covent
Garden de Londres, onde Arne viveu por muitos anos, entretanto não há
informações quanto a que loja pertencera.
Act III. - Ode- When Britain first at heav'ns command
(Rule, Britannia!)
1
When Britain first, at Heaven's command
Arose from out the azure main;
This was the charter of the land,
And guardian angels sang this strain:
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
2
The nations, not so blest as thee,
Must, in their turns, to tyrants fall;
While thou shalt flourish great and free,
The dread and envy of them all.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
3
Still more majestic shalt thou rise,
More dreadful, from each foreign stroke;
As the loud blast that tears the skies,
Serves but to root thy native oak.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
4
Thee haughty tyrants ne'er shall tame:
All their attempts to bend thee down,
Will but arouse thy generous flame;
But work their woe, and thy renown.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
5
To thee belongs the rural reign;
Thy cities shall with commerce shine:
All thine shall be the subject main,
And every shore it circles thine.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
6
The Muses, still with freedom found,
Shall to thy happy coast repair;
Blest Isle! With matchless beauty crown'd,
And manly hearts to guard the fair.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."