quarta-feira, 1 de junho de 2016

THOMAS ARNE


Thomas Augustine Arne, filho de pai anglicano e mãe católica, nascido em Londres no dia 12 de Março de 1.710, e batizado na Igreja de St. Paul.
St.Paul Covent Garden
Drury Lane Theater
Seu pai era um estofador de renome e foi funcionário da City Company of Upholsteres. Conseguiu se firmar e estabelecer-se financeiramente, tendo condições de alugar uma casa grande em Covent Garden, na King Street, além de conseguir manter o filho no Eton College. 
Mas vieram os maus tempos e seu pai viu-se obrigado a complementar a renda familiar trabalhando no Drury Lane Theater como bilheteiro.

espineta

O interesse pela música do menino era tanto que ele tinha uma espineta em seu quarto com as cordas amortecidas com um lenço, e assim praticava secretamente durante a noite, enquanto o resto da família dormia, pois seu pai não aprovava que ele seguisse na música. 



Liveryman
Ele também se vestia como um Liveryman, a fim de ter acesso à galeria do Opera italiano. Foi na ópera que Arne conheceu o músico e compositor Michael Christian Festing, que foi uma grande influência sobre ele. 
St.George Hanover Square
Festing não só lhe ensinou a tocar violino, como também o levou para vários eventos musicais, inclusive disputando com Thomas Roseingrave para o cargo de organista na St. George Hanover Square, e uma visita a Oxford em 1733 para ouvir o Oratório Athalia de George Frideric Handel.

Brasão Eton College
Arne deixou Eton para seguir uma carreira em Direito. No entanto, o pai de Arne o surpreendeu acompanhando um grupo de músicos num dos encontros musicais de Festing. 

Ao descobrir o real talento e vocação do jovem, e depois de muita insistência de seu amigo e compositor, Michael Festing, seu pai concordou que Thomas seguisse com uma carreira musical.


Royal Opera House
Ele se tornou um prolífico compositor de músicas teatrais britânicas do século XVIII, que foram frequentemente realizadas no Royal Opera House, Covent Garden, entre 1733 e 1776, escreveu música para cerca de 90 obras, incluindo peças de teatro, masques (uma forma de entretenimento comum na época), pantomimas e ópera.

Muitas destas peças se perderam principalmente no incêndio no Covent Garden ocorrido em 1808. 

Susannah Maria Arne
Thomas tinha grande admiração pelo talento vocal de sua irmã, Susannah Maria Arne, que foi uma famosa cantora da época, e escreveu diversas músicas em suas obras, exclusivamente para sua voz, contralto, inclusive em sua primeira ópera, Rosamund. Mais tarde ela seria conhecida profissionalmente como "Sra Cibber". 

Rosamund foi um grande sucesso na sua estreia, sendo repetida por dez vezes.

Por seguir o catolicismo de sua mãe, nunca compôs música para a Igreja da Inglaterra, ao contrário da maioria dos principais compositores ingleses do seu tempo.

John Ferederick Lampe

Em 15 de março 1737, casou com a cantora Cecilia Young, cuja irmã, Isabella era a esposa de John Frederick Lampe. Durante este período, óperas e masques de Thomas Arne tornaram-se cada vez mais populares, e ele recebeu o patrocínio de Frederick, príncipe de Gales.
Foi no dia 01 de Agosto de 1740, por ocasião da celebração da Adesão de George I e o aniversário da princesa Augusta, em Cliveden, país de origem de Frederick, que era alemão criado em Hanover, que estreou “The Masque of Alfred” um trabalho de palco cantado, com música de Thomas Arne e libreto de David Mallet e James Thomson. O trabalho foi inicialmente concebido como uma masque, posteriormente revisto foi transformado em oratório totalmente cantado em 1745 e, em seguida, uma ópera em 1753. A obra é mais conhecido por seu final, com a canção patriótica "Rule Britannia", que se tornaria a sua obra mais conhecida.
Parte da Partitura Rule, Brittania!
Trabalhando para o Drury Lane Theatre, em 1740, ele também escreveu incidental música para várias peças de Shakespeare, incluindo "As You Like It", "Noite de Reis", "O Mercador de Veneza", "A Tempestade", "Perdido de amor de Trabalho" e "Romeu e Julieta".

Foi em 1741, que Thomas Arne apresentou queixa na Chancery por danos de violação aos direitos autorais musicais, afirmando que algumas de suas canções teatrais foram impressas e vendidas por Henry Roberts e John Johnson, os livreiros de Londres e distribuidores de música, sem qualquer retorno financeiro ao compositor. O assunto foi resolvido fora do tribunal. Arne foi um dos primeiros compositores a ter apelado à lei sobre questões de direitos autorais.

Em 1750, após uma discussão com o empresário David Garrick, sua irmã Susannah deixou Drury Lane indo para o Covent Garden Theatre, Arne a acompanhou.

Nesse mesmo ano, ocorre uma “coincidência” entre as duas companhias teatrais rivais, a Drury Lane, e Covent Garden que encenam Romeu e Julieta, com a disputa pelo público, teve início a Batalha dos Romeus. A Covent Garden tinha como ponto alto o cortejo fúnebre para Julieta acompanhado pela música de Thomas Arne, que levava maior público para a Covent Garden. Entretanto a Drury Lane de David Garrick introduziu este momento na sua encenação embalada com a música de William Boyce, que então superou a audiência da concorrente. Já comentado aqui.

Em 1755, durante um período passado em Dublin, ele se separou de Cecilia, alegando que ela estava mentalmente doente.

Teve início um relacionamento com uma de suas alunas, Charlotte Brent, uma soprano e ex-criança prodígio. Charlotte Brent atuou em vários trabalhos de Arne, inclusive no papel de Sally na ópera Thomas e Sally de 1760, e como Mandane na ópera Artaxerxes, dois anos depois.
Artaxerxers
Brent e Arne seguiram caminhos distintos e ela se casou com um violinista chamado Thomas Pinto em 1766.

Nos 1760 Arne colaborou com o escritor irlandês Isaac Bickerstaffe, sendo Thomas e Sally a primeira ópera cômica inglesa totalmente cantada, não contendo qualquer diálogo. Artaxerxes foi uma das mais bem sucedidas e influentes óperas inglesas do século 18 e é a única tentativa conhecida de escrever em italiano, Metastasian ópera séria, no idioma Inglês foi frequentemente realizada em Londres na década de 1830 e foi a mais popular ópera inglesa antes do século 20. Numa visita, em 1791, a Londres, Joseph Haydn ficou impressionado com uma apresentação de Artaxerxes. Admitindo não ter consciência da existência de uma ópera no idioma Inglês.

Escreveu, em 1764, “The Arcadian Nuptials”, para celebrar o casamento da princesa Augusta.

Em 1769 Arne compôs a música Thou Soft Flowing Avon, com letra de Garrick, para o Jubileu Shakespeare.
Ele foi premiado com um doutorado em Música na Universidade de Oxford.

Em 1777, pouco antes de sua morte, Arne e sua esposa se reconciliaram. Eles tiveram um filho, Michael Arne, que também foi compositor. Faleceu em 05 de Março de 1778.

Thomas Augustine Arne está sepultado na St. Paul Churchyard, em Covent Garden, Londres.
observe no primeiro andar a placa azul

Em 1988, foi colocada uma placa azul, no número 31 da King Street, em Covent Garden, sua residência natal, as placas azuis indicam que alguém importante morou naquele local.

Ele também escreveu uma versão para God Save the King, na pontuação musical que viria a ser o hino nacional britânico.

Arne foi maçom ativo na ordem, morava nas proximidades do Freemason’s Hall no Covent Garden de Londres, onde Arne viveu por muitos anos, entretanto não há informações quanto a que loja pertencera.

Act III. - Ode- When Britain first at heav'ns command
(Rule, Britannia!)
1
When Britain first, at Heaven's command
Arose from out the azure main;
This was the charter of the land,
And guardian angels sang this strain:
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
2
The nations, not so blest as thee,
Must, in their turns, to tyrants fall;
While thou shalt flourish great and free,
The dread and envy of them all.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
3
Still more majestic shalt thou rise,
More dreadful, from each foreign stroke;
As the loud blast that tears the skies,
Serves but to root thy native oak.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
4
Thee haughty tyrants ne'er shall tame:
All their attempts to bend thee down,
Will but arouse thy generous flame;
But work their woe, and thy renown.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
5
To thee belongs the rural reign;
Thy cities shall with commerce shine:
All thine shall be the subject main,
And every shore it circles thine.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."
6
The Muses, still with freedom found,
Shall to thy happy coast repair;
Blest Isle! With matchless beauty crown'd,
And manly hearts to guard the fair.
"Rule, Britannia! rule the waves:
"Britons never will be slaves."


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