quarta-feira, 20 de maio de 2015

LUIGI BOCCHERINI


Luigi Rodolfo Boccherini, compositor italiano conhecido por suas obras de música de câmara e por ser um dos primeiros virtuoses do violoncelo.
Nascido no dia 19 de fevereiro de 1743, na pequena cidade de Lucca, na época capital da Toscana, região próspera devido à produção da seda e contando com um movimento cultural intenso com as três melhores salas teatrais de toda a região na época.
Filho de Maria St. Domenico di Prosperi e Leopoldo Antonio di Boccherini, músico violoncelista, foi o terceiro filho do casal dos cinco herdeiros do casal, os demais eram Maria Ester, que seria bailarina, Giovanni, Anna-Matilda e Riccarda.
Seu pai era considerado um dos músicos mais bem pagos da cidade e da Toscana, sendo nomeado em 1747, o baixista temporário da Capela do Estado de Lucca.
Nesse ambiente a vocação de Luigi manifestou-se logo assim coube a seu pai lhe ensinar teoria musical e violoncelo, logo já tocava melhor do que seu pai, então passou a ter aulas com Don Domenico Francesco Vannucci, um excelente professor violoncelo e mestre de capela da Catedral de Lucca.
No final de 1752, o Abade Vannucci recomendou que o menino fosse enviado a Roma estudar com Giovani Battista Costanzi, um dos melhores violoncelistas da época e os primeiros a usar o violoncelo como instrumento de concerto.
Quatro anos mais tarde, em 1756, seu pai conquistou uma vaga na orquestra do Teatro Imperial da corte de Viena, por intermédio do embaixador - o conde Domenico Battista Sardini, e outra de violoncelista para Luigi. Ainda conseguiu que os outros filhos participassem no corpo de baile do mesmo teatro. Leopoldo ainda manteve o seu ordenado como baixista em Lucca. A sua cordialidade abri-lhe várias portas entre a nobreza vienense, entretanto Luigi queria ser respeitado e admirado em sua terra natal. Conseguiu uma posição como violoncelista no Conselho Municipal de Lucca, participando de diversos eventos, nada muito relevante.
Retornou a Viena, por mais dois anos, até que em 1764, o Conselho de Lucca o nomeou, após um atraso de três anos, como músico titular da capela. Permaneceram em Viena sua irmã Maria Ester que se casaria com o bailarino Onorato Vigano e seu irmão Giovani Gastone que se tornaria famoso ao escrever o libreto para Ópera O Retorno de Tobias de Joseph Haydn, e outras peças e oratórios.
Entendendo que o seu salário não estava à altura de seu talento em 09 de dezembro de 1764, pediu uma licença sem remunerada e foi para Milão, um dos ambientes mais refinados na Itália. Lá permaneceu por nove meses desenvolvendo suas composições vocais e instrumentais. Luigi formou um quarteto com discípulos do grande Tartini, nos violinos Filippo Manfredi e Pietro Nardini, e na viola Giovanni Giuseppe Cambini.
O estado de saúde de seu pai fez com que voltasse a Lucca, até que em 30 de agosto de 1766 aos 54 anos de idade, seu pai veio a falecer, deixando-o bastante confuso, Leopoldo, não só era seu pai, mas o melhor de seus conselheiros, sem ele não tinha feito qualquer viagem, nem aceito qualquer compromisso.
Estreitou sua amizade com Manfredi e juntos partiram em definitivo de Lucca, em uma excursão da Lombardia. Graças aos muitos amigos Manfredi, que era membro da Maçonaria e ao virtuosismo da dupla, a turnê foi um sucesso.
Partiram para o sul da França, em cidades como Dijon, Montpellier e Toulouse, e por fim seguiram rumo a Paris.
Nos salões de Paris eram capazes de atender grandes compositores (Leclair, Guillemain, Mondonville, Jarovich. Mestrino, Stamitz, Pisendel, Brenda, Kiesewetter, Fodor), violinistas (Somis, Pugnani, Gossec) e o violoncelista do momento Jean Pierre Duport, que se tornou amigo e um grande admirador de Luigi.
Foi em Paris que conheceu Brillon de Jouy, uma instrumentista especialista no fortepiano, para ela Luigi compôs e dedicou as suas Seis Sonatas para piano e violino de 1768.
Pela amizade com Madame Brillon, Manfredi e Luigi tocavam nos melhores salões parisienses.
Pouco depois Joaquin Atanasio Pignatelli Aragon Moncalvo, conde de Fuentes, embaixador de Espanha em Paris convidou os dois amigos a se mudarem para Madrid, onde muitos italianos: Scarlatti Farinelli, Sacchetti, Brunetti, Comfort, Corsellim etc. desfrutavam de uma excelente reputação.
Boccherini foi para Madrid , onde foi empregado pelo Infante Luis Antonio da Espanha, o irmão mais novo do rei Charles III . Lá, ele floresceu sob o patrocínio real, até que um dia, quando o rei expressou sua desaprovação a uma passagem de um novo trio, e ordenou a Boccherini sua modificação. O compositor, sem dúvida irritado com esta intrusão em sua arte, dobrou a passagem, o que levou à sua imediata demissão . Em seguida, ele acompanhou Don Luis de Arenas de San Pedro, uma pequena cidade nas montanhas de Gredos. Nessa cidade e na cidade de Candeleda, Boccherini escreveu muitas das suas obras mais famosas.
Luigi passou por tempos difíceis após a morte de seu patrono espanhol, morrendo quase na pobreza em Madrid no dia 28 de Maio de 1805. Deixou dois filhos. Sua linha de sangue continua até hoje na Espanha. Ele foi sepultado na Pontifícia Basílica de São Miguel até 1927, quando Benito Mussolini repatriou seus restos mortais para a Igreja de San Francesco de sua terra natal, Lucca.
Boccherini é um daqueles compositores injustamente esquecidos pela voragem da história. Na verdade a sua obra tem qualidade mais do que suficiente para ser recordada.
O musicólogo francês Yves Gérard (1932-) catalogou as obras de Boccherini o que como já vos disse explica o G. à frente do número que identifica as obras do compositor. Por exemplo G. 480 significa a obra número 480 na catalogação de Gérard.
O  seu minueto do Quinteto de Cordas em Mi , Op. 11, No. 5 (G 275) é extremamente popular e presente em diversos filmes e desenhos animados.

Musica notturna delle strade di Madrid "(Quinteto de Cordas em C Maior, Op 30 No. 6, G324), também é frequentemente utilizada em filmes como "Master and Commander: The Far Side of the World".
https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-fjVveUdFdUl1LUpzYjFrWXVzc1JFbUlWNFZHc0VmOHpBb3RTeTRoRUZ0SG8?resourcekey=0-YYuXqzOn1FkHgXI-MGZY8Q&usp=sharing

quarta-feira, 13 de maio de 2015

PHILIP GLASS

Philip Morris Glass considerado um dos compositores mais influentes do final do século XX. A sua música é normalmente chamada de minimalista, embora ele não aprecie esta expressão. Nascido na cidade de Baltimore em Maryland nos Estados Unidos no dia 31 de janeiro de 1937, filho de Ida e Benjamin Charles Glass, imigrantes judeus da Lituânia.
Seu pai era dono de uma loja de discos e, assim a sua coleção de discos em grande parte consistia dos itens não vendidos, incluindo música erudita moderna como Hindemith, Bartók, Schoenberg, e Shostakovich e música clássica ocidental incluindo Quartetos de cordas de Beethoven e Piano Trio de Schubert, que ele cita como uma grande influência em seu trabalho em uma idade muito precoce.
Ainda criança estudou flauta no Instituto Peabody. Posteriormente cursou Matemática e Filosofia na Universidade de Chicago.
Em 1954 Glass foi a Paris pela primeira vez, lá conheceu os filmes de Jean Cocteau, que o impressionaram.
O teclado tornou-se o seu principal instrumento quando se matriculou na Juilliard School of Music. Teve como professores Vincent Persichetti e William Bergsma. Em 1959, conquistou o Prêmio Compositor IMC dos Estudantes da Fundação BMI, um dos mais prestigiados prêmios internacionais para jovens compositores.
No verão de 1960, ele estudou com Darius Milhaud em Aspen Depois de deixar a Juilliard, em 1962, mudou-se para Pittsburgh.
Ganhou uma bolsa de estudos e foi novamente para Paris, onde estudou com o professor de composição eminente Nadia Boulanger entre o Outono de 1964 e o verão de 1966. Os anos em Paris como estudante deixaram uma impressão duradoura e que influenciaram seu trabalho desde então, como o compositor, ali estudou compositores como Franz Schubert, Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart.
Enquanto esteve em Paris entrou em contato com a obra musical de Pierre Boulez, recentemente afirmou que depois de tão abertamente dizer não gostar deles, atualmente aprecia a música de Boulez e Stockhausen com ênfase no último. Entretanto ficou impressionado com os filmes e apresentações teatrais. Assistiu filmes revolucionários da Nouvelle Vague francesa, como os de Jean-Luc Godard e François Truffaut, fez amizade com o escultor Richard Serra e sua esposa Nancy Graves, com atores e diretores como JoAnne Akalaitis, Ruth Maleczech, David Warrilow, e Lee Breuer, com quem Glass mais tarde fundou o grupo de teatro experimental Mabou Mines. Em 1966 foi diretor musical da produção de Breuer para Mãe Coragem de Brecht.
Casou-se com a sua primeira esposa, a diretora e escritora de teatro, a lituana JoAnne Akalaitis com quem foi casado entre 1965 e 1980, tiveram dois filhos, o casal Juliet Glass, nascida em 1968, e Zachary Glass, nascido em 1971.
Ainda neste período conheceu o músico indiano Ravi Shankar que mudou sua percepção da música indiana. Encontraram-se pela primeira vez durante as filmagens de Chappacqua (1966), foram parceiros na composição da trilha sonora para este filme. Por influência de Shankar, começou a escrever peças com base em estruturas repetitivas de música indiana. Em 1990 voltariam a trabalhar juntos em Passages.
Partiu para o norte da Índia em 1966, onde entrou em contato com refugiados tibetanos e se interessou pelo budismo. Conheceu Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, em 1972, e tem sido um forte apoiante da independência do Tibete desde então.
Em março de 1967, retornou aos Estados Unidos, indo para Nova Iorque onde assistiu uma apresentação do minimalista Steve Reich que fez com que ele simplificasse seu estilo de compor. Entre o Verão de 1967 e o final de 1968, compôs nove obras incluindo Strung Out, Gradus, Music in the Shape of a Square em homenagem a Erik Satie, How Now e One plus One. Em um dos concertos com estas obras, as partituras foram pregadas nas paredes fazendo com que os músicos tivessem que se locomover durante a apresentação.
Em 1970, de Glass e Klaus Kertess (proprietário da Galeria Bykert) formou uma gravadora chamada Chatham Place Productions.
A música de Glass tornou-se mais complexa e dramática como demonstram as peças Music in Similar Motion (1969), e Music with Changing Parts (1970), que entusiasmou jovens artistas tais como Brian Eno e David Bowie.
Philip Glass produziu inúmeros trabalhos entre óperas, sinfonias, concertos, trilhas sonoras para filmes e outros trabalhos em colaboração com outros músicos.
Dentre as óperas Einstein on the Beach (1976), e Satyagraha (1980) esta última baseada na vida de Mahatma Gandhi que inclui diversos mantras. Compôs também a cantata Itaipu (1989) que possui texto em guarani. Pela falta de sensibilidade que demonstrou, esta obra recebeu muitas críticas dos ambientalistas brasileiros, por ser considerada como uma exaltação ao enorme projeto hidroelétrico, construído durante a ditadura militar. O lago formado atrás da barragem causou imensos danos ambientais, destruindo uma vasta área de floresta nativa e deixando submersa aquela que era então a maior catarata do mundo - o Salto de Sete Quedas. Ironicamente, e aparentemente dando pouca importância à controvérsia, Glass denominou o segundo movimento da sua obra "O Lago".
Também é dele Days and Nights in Rocinha (1997) que foi escrita após uma visita de Glass a favela da Rocinha antes do Carnaval.
Glass compôs trilhas sonoras para diversos filmes, começando por Koyaanisqatsi (1982), dirigido por Godfrey Reggio que está entre as trilhas sonoras mais influentes. Podemos citar também como trabalhos na área de trilha sonora para filmes Mishima (1985), Kundun (1997) sobre o Dalai Lama, a trilha sonora dos demais documentários da trilogia Qatsi em Powaqqatsi (1988) e Naqoyqatsi (2002), além de O Show de Truman: O Show da Vida (1998), que usou partes das trilhas de Mishima e Powaqqatsi e As Horas (2002)2 o qual recebeu uma indicação para o Oscar. Recentemente produziu a trilha para os filmes O Ilusionista (2006) e Notas Sobre um Escândalo (2006), também indicado ao Óscar de melhor trilha sonora.
Compôs a ópera "Corvo Branco", encomendada pela Expo 98 e estreada em Lisboa no encerramento do evento, com libreto de Luísa Costa Gomes.
Junto ao grupo mineiro Uakti compôs todas as músicas do álbum Águas da Amazônia e também compôs a trilha sonora do filme Nosso Lar.
Philip Glass atuou no dia 23 de junho de 2007 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa e no dia 24 no Theatro Circo em Braga. Quatro anos depois atuou também a solo na Casa da Música, no Porto, em 25 de Maio de 2011, com uma reação fortemente positiva do público.
Além de trabalhos sinfônicos, Glass também possui fortes ligações com rock e música eletrônica, sendo que o artista de música eletrônica Aphex Twin já colaborou com Glass. Vários outros artistas foram influenciados por sua obra como Mike Oldfield, John Williams e bandas como a Tangerine Dream. Brian Eno inclusive confirma a influência que teve de Glass.
Possui um estúdio frequentado por artistas famosos como David Bowie, Björk e Lou Reed, quando vivo, chamado Looking Glass.
Também foi casado com Luba Burtyk, Candy Jernigan, falecida aos 39 anos vítima de um câncer, Holly Critchlow com quem teve mais dois filhos Marlowe e Cameron, desde 2008 vive com a violoncelista Wendy Sutter e reside entre Nova York e Cape Breton na Nova Scotia no Canadá.
Além dos quatro filhos tem uma neta Zuri nascida em 1989, filha de Zachary.
Dentre seus amigos e colaboradores constam artistas plásticos como Richard Serra e Chuck Close, escritores: Doris Lessing, David Henry Hwang, Allen Ginsberg, cinema e diretores de teatro incluindo Errol Morris, Robert Wilson, JoAnne Akalaitis, Godfrey Reggio, Paul Schrader, Martin Scorsese, Christopher Hampton, Bernard Rose, coreógrafos Lucinda Childs, Jerome Robbins, Twyla Tharp, e músicos e compositores Ravi Shankar, David Byrne, o maestro Dennis Russell Davies, Foday Musa Suso, Laurie Anderson, Linda Ronstadt, Paul Simon, Joan La Barbara, Arthur Russell, David Bowie, Brian Eno, Roberto Carnevale, Patti Smith, Aphex Twin, Lisa Bielawa, Andrew Shapiro, John Moran, Bryce Dessner e Nico Muhly. Entre os colaboradores recentes Woody Allen, Stephen Colbert, e Leonard Cohen.
Curiosidade:
O seriado norte-americano Battlestar Galactica usa uma de suas músicas na trilha sonora - "Metamorphose One".

No anúncio da Nokia ao produto N81, a música apresentada é "Japura River".

https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-fmdPNDBOSDloRjhFZENXeE1paGpqNVVJRFF3QkZzOVk0bXg0TWFTSHZRY00?resourcekey=0-q_aw6kYoe688jBMDrfjCTw&usp=sharing