sábado, 19 de dezembro de 2015

AS ESTAÇÕES - O VERÃO



Os solstícios e os equinócios ocorrem duas vezes por ano, geralmente nos dias 20, 21 ou 22 de junho e dezembro, no caso do solstício, e nos dias 22 ou 23 de setembro e 20 ou 21 de março para o equinócio.
O momento exato de um solstício é aquele em que o sol, visto da Terra, encontra-se o mais distante possível do “equador celeste” (linha imaginária que marca o céu ao meio – como o equador com a Terra), ou seja, quando ele se encontra a 23,5º para o norte ou para o sul dessa linha. Já o momento exato do equinócio é quando o sol passa exatamente sobre o equador celeste.
Solstício de Verão em Stonehenge (sul da Inglaterra)

Quando o hemisfério sul está passando pelo solstício de verão – evento que marca o início desta estação – as pessoas que vivem no hemisfério norte da Terra estão passando pelo solstício de inverno, considerado o dia com a noite mais longa do ano.

Assim sendo, o Verão Austral no Hemisfério Sul e o Inverno Boreal no Hemisfério Norte começa nesta terça-feira, dia 22 de Dezembro, à 1 hora e 48 minutos (não corrigida para o horário de verão).
Costuma-se chamar o Solstício de Junho de “Solstício de Câncer” e o de Dezembro como “Solstício de Capricórnio” pela relação dos Solstícios com os trópicos.
A expressão verão vem do latim vulgar (veranum, i.e., veranuns tempus). Esta estação engloba também os meses de janeiro, fevereiro e março, com pico em janeiro, mês considerado de alta temporada de férias no Brasil.
O verão tem como características dias mais longos que as noites, altas temperaturas e mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, levando à ocorrência de chuvas de forte intensidade e curta duração, acompanhadas por trovoadas e rajadas de vento, normalmente no período da tarde, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, que nos grandes centros urbanos também trazem as famosas enchentes.

Para celebrar o Verão que se inicia, sugiro algumas músicas que tem em seu título o termo Summer, e são elas:

Four Season – The Summer – III - Presto – aqui numa versão do grupo finlandês de death metal Children of Bodom, muito interessante.


The Green Leaves of Summer – letra de Paul Francis Webster e música de Dmitri Tiomkin, composta para o filme Alamo de 1960, interpretada pelo grupo Brothers Four e foi indicada para o Oscar de melhor canção de 1961 e vencedora do Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora Original. Apresento aqui esta versão e outra do mesmo filme que também foi utilizada em Bastardos Inglórios na interpretação de Nick Perito e sua orquestra.


Michel Legrand

 Duas canções que retratam um verão específico o de 1942, tema do filme de Houve uma vez um verão (Summer of ’42) de Michel Legrand que foi vencedor do Oscar de Melhor Trilha Sonora de 1972. 
Summer ‘68 do grupo inglês Pink Floyd lançada no álbum Atom Heart Mother em 1970, escrita e interpretada por Richard Wright. A canção era usada como tema na propaganda do Banco Nacional patrocinador do programa Jornal Nacional da Rede Globo nos anos 70.


Joe Hisaishi

Huang Chia Wei
Joe Hisaishi – compositor e maestro japonês que em breve pretendo dissecar, aparece com duas canções One Summer's Day da trilha sonora do filme de animação A viagem de Chihiro (Spirited Away) de 2001 e Summer do filme Verão Feliz (Kikujiro) de 1999, essa segunda também compartilho numa versão acústica interpretada por Huang Chia Wei violonista nascido na Indonésia.


Kotaro Oshio
Do violonista japonês Kotaro Oshio, a canção A White Cloud of That Summer.
Masaaki Kishibe

Outro violonista japonês chamado Masaaki Kishibe nos brinda com a belíssima End of the Summer Sea.


Jean Sibelius
De Jean Sibelius, já publicado neste blog (aqui), apresento uma peça composta e, 1909 de sua Opus 58 Ten Pieces for Piano, a peça de número 10- Sommerlied (Summer Song).


Martin Tallstrom guitarrista sueco que nos brinda com a canção Summer Breeze.

Mogwai (a banda)
Mogwai (o Gremlin)
Summer da banda Mogwai formada em Glasgow em 1995, o grupo é um dos expoentes do estilo, caracterizado por música instrumental carregada de melodias complexas. O nome da banda tem origem nos personagens Mogwai, do filme Gremlins.

Rob Scallon
Summer também é o título da canção do guitarrista e violonista de Chicago chamado Rob Scallon, interpretada apenas por ele e seu violão, a percussão ouvida na música vem do tampo do violão.


Steve Morse
Indian Summer o mesmo título em duas versões, com The Doors que dispensa apresentação, presente no álbum Morrison Hotel de 1970, a outra versão com Steve Morse, guitarrista norte americano, que atualmente toca no Deep Purple.




Sergey Eybog

O russo Sergey Eybog aparece com a canção Everlasting Summer (Opening) trilha sonora do jogo-romance eletrônico de mesmo título lançado em dezembro de 2013, que conta a história de um homem de 25 anos que vive na Rússia moderna que se encontra misteriosamente transportado para um acampamento de verão em algum lugar da antiga União Soviética.






Verão Vermelho de Nonato Buzar com vocalização de Elis Regina era o tema de abertura da novela de Dias Gomes - Verão Vermelho - exibida entre Novembro de 1969 e Julho de 1970.


Joe Satriani
O guitarrista norte americano Joe Satriani aparece com duas músicas instrumentais A Door Into Summer de 2013 e Summer Song de 1992.


Para finalizar a banda de metal progressivo norte americana Dream Theater com a música A Change of Seasons VII The Inevitable Summer de 1995.


Sugiro que vejam estas duas postagens anteriores:
e

Bom verão a todos!
https://drive.google.com/drive/folders/0B9F356bpnhA-SE00bHVjQnNVVFE?resourcekey=0-BlxSGP2qLTFoHo-roaIiZA&usp=sharing

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Homenagem aos 35 anos sem John Lennon

Feita originalmente no http://miltonsesons.blogspot.com.br/

The Beatles – 10 years later

Dia desses estávamos conversando a cerca de várias especulações de como seria o novo álbum dos Beatles em 1971, se não houvesse ocorrido o fim da banda.
Muitos pegam como base o material lançado pelos 4Fab individualmente, alguns inclusive consideram que George Harrison apresentaria maior parte do material, pois lançou um álbum triplo, entretanto grande parte destas músicas foram rejeitadas por Lennon e McCartney.
Como conjecturas são válidas, imaginamos então não um álbum lançado em 1971, e sim um disco lançado em 1980, quando as arestas já não fossem tão evidentes e o tempo tivesse acalmado os egos. Como se sabe eles estavam se reaproximando e provavelmente este reencontro musical poderia ter acontecido se no dia 8 de Dezembro de 1980 Lennon não tivesse sido assassinado.
Para tal hipótese tomei como base os álbuns lançados entre 1978 e 1982, mais o álbum póstumo com sobras de Double Fantasy.  As músicas foram extraídas dos seguintes álbuns:
George - George Harrison (1979) e Somewhere in England (1981);
John - Double Fantasy (1980) e Milk And Honey (1984);
Paul - Back To The Egg (1979), McCartney II (1980) e Tug of War (1982);
Ringo - Bad Boy (1978) e Stop And Smell The Roses (1981).

Ficou curioso sobre o restante... acesse ao blog :
http://miltonsesons.blogspot.com.br/


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

SIBELIUS

JEAN SIBELIUS

Os finlandeses dizem que seu país é uma mistura de sauna, sisu e Sibelius. Sauna todos nós conhecemos... Ter sisu é parte do orgulho finlandês, pois é uma mescla de confiança e autonomia, que faz com que a pessoa se veja com capacidade de realizar qualquer coisa. E Sibelius...


Há 150 anos, no dia 08 de dezembro de 1865, nascia Johan Julius Christian Sibelius, conhecido como Jean Sibelius dos mais populares compositores de música erudita do fim do século XIX e início do XX, que é outra das bases da identidade do país. Ele teve um impacto muito maior na mentalidade finlandesa do que o meramente musical.
Nascido numa família de língua sueca na cidade de Hämeenlinna, no Grão Ducado da Finlândia então pertencente ao Império Russo. Foi o primeiro grande expoente e talvez consolidador da identidade nacional finlandesa.
Sua família decide mandá-lo para um importante colégio de língua finlandesa, o The Hämeenlinna Normal-Lycée, onde estudou entre 1876 e 1885. Foi nessa época que adotou o nome Jean.
Seu primeiro grande sucesso Kullervo (Op. 7) baseado no poema épico Kalevala, composto em 1882, quando ainda estava indeciso em seguir a carreira de músico ou como queria a família que se dedicasse ao Direito.

Entrada da atual Sibelius Akatemia

Fachada atual da Sibelius Akatemia
Ele terminou o ensino médio em 1885 e começou a estudar Direito na Universidade Imperial Alexandre em Helsinque (hoje Universidade de Helsinque), porém a música sempre foi a responsável por suas melhores notas na escola e ele logo desistiu do Direito. 

De 1886 a 1889, Sibelius estudou música na escola de música de Helsinque (hoje a Academia Sibelius), depois estudou em Berlim de 1889 a 1890, e em Viena de 1890 a 1891.
Aino Järnefelt (Ainola)
Jean Sibelius casou-se com Aino Järnefelt (1871-1969) na cidade de Maxmo em 10 de junho de 1892. A casa de Jean e Aino, a Ainola, foi concluída no Lago Tuusula, na cidade de Järvenpää, Finlândia, em 1903, onde eles viveram durante o resto de suas longas vidas.

Eles tiveram seis filhas: Eva, Ruth, Kirsti (que morreu muito jovem), Katarine, Margaret e Heidi.
As filhas de Jean Sibelius na década de 1940. Katarina Ilves (à esquerda), Eva Paloheimo, Heidi Blomstedt, Ruth Snellman and Margareta Jalas
Há um caso em que o escritor finlandês Juhani Aho despertou a ira de Sibelius, com a publicação de "Yskin" ("Solo"), uma história de amor autobiográfico em que o autor retrata sua paixão por Aino, quando ela já estava noiva de Sibelius.
Sibelius fez parte de um grupo de compositores que aceitou as normas de composição do século XIX e foi muitas vezes criticado como uma figura reacionária da música clássica do século XX. Apesar das inovações da Segunda Escola de Viena, ele continuou a escrever num idioma estritamente tonal.
Richard Wagner
Como muitos de seus contemporâneos, ele apreciou Wagner, mas apenas durante certo tempo, escolhendo depois um caminho musical diferente. Pensando na ópera como impulsionador de sua carreira, Sibelius começou a estudar as partituras das óperasTannhäuser, Lohengrin, e Die Walküre de Wagner. Ele então partiu para o Festival de Bayreuth onde ainda ouviu Parsifal, que teve grande efeito sobre ele. Ele escreveu à esposa pouco tempo depois, "nada no mundo me impressionou dessa forma, fazendo vibrar as cordas do meu coração". Sibelius então começou a trabalhar em uma ópera intitulada Veneen luominen (A Construção do Barco).
Outras influências primárias incluem Ferruccio Busoni, Anton Bruckner e Tchaikovsky, sendo este último particularmente evidente na Sinfonia N. 1 em Mi Menor (1899) de Sibelius, e mais tarde em seu Concerto para Violino de 1905.
Ferrucio Busoni  -  Anton Bruckner  -  Piotr Tchaikovsky  

Progressivamente abandona as diretrizes de composição da forma-sonata em seu trabalho e, ao invés de múltiplos contrastes de temas, ele ficou na ideia de envolver continuamente células e fragmentos culminando em um grande e único tema. Dessa forma, seu trabalho pode ser visto como um desenvolvimento único, com permutações e derivações dos temas levando o trabalho adiante. A síntese é muitas vezes tão completa e orgânica que leva a pensar que ele começou pelo final, escrevendo rumo ao início, de trás para frente. Esta natureza severa da orquestração de Sibelius é geralmente creditada como uma representação da "característica finlandesa", extirpando o supérfluo da música.
Gustav Mahler - Richard Strauss
Sibelius é muito diferente de seus rivais na virada do século XIX para o XX. Gustav Mahler e Richard Strauss eram adeptos de misturar temas muito diferentes, buscando contrastes quase bipolares, enquanto Sibelius transformava lentamente seus temas.
Por exemplo, a Sinfonia Nº 7 é composta de quatro movimentos sem pausas, as variações vêm do tempo e do ritmo. Sua linguagem não é nada reacionária, apesar de tonal. Sibelius dizia que, enquanto os outros compositores se preocupavam em oferecer coquetéis à audiência, ele oferecia água pura e gelada.
Seu poema sinfônico Finlândia era um protesto contra a crescente censura do Império Russo que controlava o país no final do século XIX, que teve a execução pública proibida pelos russos, então se trocava seu nome nos anúncios de concertos. Foram inúmeros títulos falsos. Se anunciassem algo como Sentimentos Felizes ao Amanhecer da Primavera Finlandesa, sabiam o que seria. Tal obra evoca a luta nacional do povo finlandês. Próximo ao seu final pode se ouvir a melodia serena do hino da Finlândia.
Assim como a Sinfonia Nº 2, escrita na Itália logo após “Finlândia”, foi um acontecimento nacional, numa época de invasão e opressão russas, também foi associada como a representação sonora do nacionalismo finlandês, e também foi proibida.
O núcleo de sua música é a coleção de sete sinfonias. Como Beethoven, cada um usado para desenvolver uma idéia musical e avançar seu estilo pessoal. Sinfonias continuam populares, e muitas vezes são incluídos nos programas e concertos no país e no exterior. Sibelius procurava em cada uma delas basear-se na anterior, melhorando-a. É conhecido o fato de Sibelius ter destruído a sua 8ª Sinfonia — aquela que deveria resumir e dar um passo adiante em relação à sétima — depois de anos de tentativas e de ter por várias vezes prometido mostrá-la a seus fãs americanos. Mas a oitava nunca apareceu.
As sete sinfonias de Jean Sibelius, em sua totalidade, formam um dos conjuntos musicais mais belos que existem. Elas estão repletas de um diálogo profundo com a natureza. O finlandês Jean Sibelius, um dos maiores sinfonistas de todos os tempos, leva essa missão a sério. Por isso, encontramos tanto da sua terra em suas obras apaixonadas. As sinfonias de Sibelius de um mistério invisível. Um halo espiritual existente entre a eteridade de sua música e alma do cosmos.
Símbolo nacional e figura artística mundial, Sibelius parou subitamente de compor em 1927. Ele passou os trinta anos seguintes no mais completo silêncio criativo, recolhido a sua casa encravada numa floresta finlandesa.
Jean & Aino
Sibelius viveu 92 anos. O alcoolismo certamente contribuiu para o bloqueio criativo de 30 anos. Sua última aparição pública como maestro foi desastrosa — ele estava completamente bêbado. Mas, como imagina o escritor inglês Julian Barnes no conto O Silêncio (editado em 2006 no Brasil pela Rocco no livro Um toque de limão), o compositor, sentado diante de uma garrafa de vodca, deve ter proclamado a vitória. “Hoje, sou tão famoso por meu longo silêncio quanto o fui por minha música”.
Sibelius morreu em 20 de setembro de 1957 em Ainola, onde ele está enterrado num jardim. Aino viveu ainda por doze anos até morrer em 8 de junho de 1969, sendo então enterrada junto do marido.

Erik Tawastsjerna, narra na biografia de Sibelius esta passagem sobre as vésperas de sua morte: 


Ele estava retornando de sua costumeira caminhada matinal. Maravilhado, contou à sua esposa Aino que havia visto um bando de curleus se aproximando. "Aí vêm eles, os pássaros da minha juventude" – exclamou ele. Repentinamente um dos pássaros saiu da formação e, voando, fez um círculo contornando Ainola. Então retornou à sua formação e continuou voando em sua jornada com o bando. “Dois dias depois, Sibelius morria de uma hemorragia cerebral”.
Junto com Johan Ludvig Runeberg, foi um dos símbolos culturais da Finlândia, como base para o seu espírito nacionalista. Curiosamente, ambos Sibelius como Runeberg vieram de famílias com afinidade sueco. 
Dentre as composições de Sibelius as mais famosas são:
- Opus 11 - Suíte Karelia de 1893
- Opus 22 - Suíte Lemminkäinen, especialmente um de seus quatro movimentos, The Swan de Tuonela de 1893;
- Opus 26 - Poema sinfônico Finlandia de 1899;
- Opus 44 - Valse Triste de 1904;
- Opus 47 - Concerto para Violino e Orquestra em D menor de 1903.


Em 1972, as duas filhas de Sibelius ainda vivas venderam Ainola ao Estado da Finlândia. O então Ministro da Educação, junto da Sibelius Society, a transformaram num museu, aberto em 1974.
Quando maçonaria foi revivida na Finlândia, pois fora proibida durante a soberania russa, Jean Sibelius, foi iniciado, aos 56 anos de idade, mas precisamente em 18 de agosto de 1922. Ele foi iniciado, elevado e exaltado, na Loja “Suomi nº 1”, no mesmo dia. Esta Loja, foi fundada logo após a sua Iniciação, em Helsinki, capital da Finlândia. Os cerimoniais não foram precedidos pela Consagração da Loja acima citada, mas sim conduzidos pelo Grão-Mestre de Nova York, Ir.: Tompkins que, juntamente com os IIr.: Scudder, Kennworthy, Lang e Necton, viajaram àquele país, no intuito de fundar uma Loja Maçônica. Consta que a cerimônia citada, foi iniciada às 10 horas da manhã, indo até às 19 horas; havendo apenas, um pequeno intervalo para o almoço.
Mais tarde tornou-se o grande organista da Grande Loja da Finlândia. Ele compôs em 1927 todo o ritual musical envolvendo o trabalho de ritualística dos graus em Loja (Opus 113, Musique Religieuse) e é a única música ritual completa para órgão e vocalistas, adicionou duas novas peças compostas em 1946. A nova revisão da música ritual de 1948 é um dos seus últimos trabalhos. É considerado o maior compositor de músicas maçônicas depois de Mozart.

ODE A FRATERNIDADE
Op 113 - Masonic Ritual Music - 08. Ode To Fraternity
VELJESVIRSI
(Texto Original em Finlandês, escrito por Samuli Sario, 03/05/1874 - 14/01/1957, ativista político finlandês e senador em 1918).

Kaunist’ on, kun veljet viihtyy
sovinnossa asumaan,
luottavaisna aina liittyy
toisiansa tukemaan.
Katso, veljesrakkaus
on kuin kukkaiskauneus,
niin kuin kalliin yrtin tuoksu,
niin kuin kirkkaan päivän juoksu.
Parjausta ällös huoli,
valhe väistä vierahaks’.
Huomaa kaiken kaunis puoli,
paha käännä parahaks’.
Neuvo harhaan astuvaa,
nosta maahan vaipuvaa.
Silloin kasvaa kaupunkimme,
siunaus saa sieluihimme.
Veljet aina liittyy
toisiansa tukemaan.

ODE TO FRATERNITY
(Adaptação para o inglês contida no encarte do CD Sibelius - Masonic Ritual Music – gravadora BIS - 1977)

Good and pleasant, O ye Brethren,
’Tis to dwell in unity
Strong to fight each others’ battles.
Faithful to our mystic tie,
Precious is fraternal love,
As the scent of flowers rare.
Myrrh and frankincense and spices
With their fragrance fill the air.
Keep we free from taint of slander,
From the poisoned breath of spite;
Ever speaking words of kindness,
Gentle words of truth and light,
If a Brother stray or fall,
Stretch we forth our helping hand;
Thus shall Masons ever prosper,
Thus united shall they stand,
Good and pleasant ’tis for
Brethren to dwell in unity.

Para ouvir um pouco da obra deste compositor e download:

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

PONCE

O jovem Ponce

Manuel Maria Ponce Cuéllar nascido no dia 8 de dezembro de 1882, em Zacatecas, México. Com dois meses de idade sua família mudou-se para Aguascalientes, cidade que ele sempre teve como sua terra natal, onde permaneceu até os seus 15 anos de idade.
Sua mãe incentivou seus filhos a estudarem música e outras artes. Sua irmã Josefina notou o interesse de seu irmão na música e lhe deu suas primeiras aulas de piano e solfejo, aos quatro anos. Com isso Manuel Ponce aprendeu a ler música antes de aprender a ler o alfabeto.
Aos cinco anos de idade compôs a sua primeira composição, La danza del sarampión, escrita enquanto estava com sarampo. Somente aos dez anos tem aulas com um autêntico professor de piano, mesma época em que ingressou no coro infantil do templo de San Diego. Aos treze se tornou organista ajudante e aos quinze, organista titular dessa igreja.
Já com certo prestigio como pianista e compositor entra em 1901 no Conservatório Nacional de Música, permanecendo naquela instituição até 1903, ano em que retornou a Aguascalientes, descontente com o curso, que achou acadêmico demais.
Começou a pesquisar o folclore mexicano, estudando a música popular de seu país.
Em 1904, rumou para Itália onde estudaria no Liceu Rossini em Bolonha, tendo aulas de composição com Luigi Torcchi e Cesare Dall’Olio, alunos de Giacomo Puccini, posteriormente foi para Berlim na Alemanha estudar no Conservatório Stern sendo então aluno de Martin Krause entre 1906 e 1908.
Por motivos financeiros retornou ao seu país para lecionar piano e história da música no Conservatório Nacional de Música nos períodos entre 1909 e 1915 e 1917 a 1922.
Em 1911 escreveu um concerto para piano e orquestra e no ano seguinte sua obra mais famosa Estrellita, que não se trata de uma canção de amor e sim uma canção de saudade. Ainda em 1912 no Arbeau Theater apresentou um concerto memorável de música mexicana popular que escandalizou os defensores da música clássica europeia, tornando-se um marco na história da música nacional mexicana.
Este hiato refere-se ao período em que se exilou em Cuba na cidade de Havana durante a Intervenção de 1915 a 1917. Época em que escreveu algumas obras de forte caráter cubano, como a Sonata para violoncello y piano, a Suíte Cubana, a Rapsódia Cubana e a Paz de Ocaso para piano.
Clema & Manuel
Em 1917 ele se casou com Clementina Maurel (carinhosamente chamada de Clema), contralto de origem francesa. Tornou-se maestro da Orquestra Sinfônica Nacional do México, cargo que abandonou em 1919 por motivos políticos, e passou a se dedicar à composição, ao ensino e à crítica musical.
Villa-Lobos
Assim como Villa-Lobos no Brasil na mesma época Ponce também estava preocupado em trazer ao grande público o folclore de seu país. Em Paris quando se encontraram na década de 20, Villa Lobos teceu o seguinte comentário:
"Eu me recordo que lhe perguntei, se os compositores de seu país naquele momento demonstravam algum interesse em música nativa, como eu vinha fazendo desde 1912, me respondeu que ele mesmo trabalhava nessa direção. Fique muito contente ao saber que nessa parte distante do meu continente havia outro artista que estava armando-se com os recursos do folclore de seu povo na luta pela independência do futuro musical de seu país”.
Em 1923, assistiu a um recital de Andres Segovia no México. No dia seguinte, ele escreveu um artigo elogioso em sua coluna “Crônicas Musicales por Manuel M. Ponce” no El Universal.
Segovia se interessou em conhecer o autor de tal artigo que o elofiou de tal maneira, ao saber que Ponce era também compositor pediu que escrevesse algo para violão, prontamente escreveu uma pequena obra intitulada, no manuscrito, De México para Andrés Segovia, Allegretto quasi serenata. Segóvia sugeriu que aquela peça fosse apenas um movimento de algo maior e assim Ponce escreveu a Sonata Mexicana.
Andrés Segóvia
Em 1925 querendo ampliar sua técnica de composição e fez nova viagem a Europa, agora indo até a França, onde reencontrou com Andrés Segovia, que já residia em Paris. Clema e Manuel passaram a conviver com o casal Andrés e Adelaida Segovia. Com frequente ajuda financeira de Andrés fizeram aulas de harmonia juntos. Segovia além de divulgador de sua obra violonística, foi também seu mecenas.
Paul Dukas
Joaquín Rodrigo
Durante sua estada em Paris frequentou as aulas de composição de Paul Dukas, tendo entre seus colegas Joaquin Rodrigo, e Heitor Villa-Lobos.
Em 1928 sua obra Miniaturas para quarteto de cordas ganhou um concurso de composição em Barcelona. Por motivos financeiros teve que abandonar as aulas de Dukas, entretanto seguiu tendo aulas com ele como ouvinte. Com a ajuda de Segovia e o empenho de sua esposa para que o governo mexicano pagasse uma bolsa de estudos para Ponce, ele terminou suas aulas com Dukas em 1932, com nota 30 ao invés da nota máxima 10.
Em 1933 começou a ensinar piano e história da música no Conservatório Nacional de Música do México e Composição na Universidade do México. Dois meses depois foi nomeado diretor do Conservatório. A partir de então sua produção para violão foi ficando cada vez mais escassa e chegou a ficar um bom tempo sem manter qualquer contato com Segovia. Nesse período ele se voltou para a composição de obras para crianças (devido a seu ofício como professor), obras sinfônicas e concertos, entre eles o Concierto del Sur para violão e orquestra, que estreou em Montevidéu em 4 de outubro de 1941 num clima altamente festivo.
Ponce se fez presente nessa ocasião e ministrou cursos, palestras, participou de reuniões nas sociedades musicais uruguaias, assistiu a concertos em que obras suas foram executadas. Todo esse evento contou com a organização e influência de Segovia, nesse período residindo em Montevidéu. A saúde sempre fraca de Manuel Maria Ponce passou a ficar mais grave a partir de 1946, período em que vários órgãos oficiais do México demonstraram interesse em condecorá-lo por honra ao mérito de sua produção musical.
Míguel Aleman
Com a valiosa promoção da música do seu país e escrevendo melodias como "Estrellita", "A la Orilla de un palmar", "Alevántate", "La Pajarera", "Marchita el Alma" e "Una Multitud Más", Ponce ganhou o título honorífico de Criador da Moderna Música Mexicana. Ele também foi o primeiro compositor mexicano para projetar a música popular no palco do mundo: "Estrellita", por exemplo, tem sido parte do repertório das principais orquestras do mundo e inúmeros cantores, embora muitas vezes o interprete ignore a origem da música, bem como o seu autor.
Em 1947 ele recebeu o Prêmio Nacional de Ciências e Artes, entregue pelas mãos do então Presidente da República, Miguel Alemán.
Três meses depois no dia 24 de abril de 1948, aos 66 anos, faleceu na Cidade do México. Seu corpo foi sepultado no Salão dos Homens Ilustres no Panteão de Dolores na Cidade do México. 
Sepultura de Ponce
Em sua homenagem há uma placa de reconhecimento pelo estado de Aguascalientes, na base da coluna de O Exedra, ao lado de uma fonte dedicada a este poeta musical, na cidade de Aguascalientes, onde ele cresceu e estudou primeiramente música.
Fonte em sua homenagem em Aguascalientes

Ponce escreveu música para instrumentos solo, conjuntos de câmara e orquestra. Suas obras para piano e violão superam aqueles que se dedicaram a outros instrumentos solo.
Ponce

A música para Violão de Ponce é uma parte essencial do repertório do instrumento, as obras mais conhecidas são Variações e Fuga sobre 'La Folia' (1929) e Sonatina meridional (1939). Ele também escreveu um concerto para violão - Concierto del sur - que é dedicado ao seu amigo de longa data e virtuoso violonista Andrés Segovia. Seu último trabalho conhecido foi dedicado ao Padre Antonio Brambila, Variações sobre um Tema de Cabezón, escrito em 1948, poucos meses antes de sua morte. 

Link:
https://drive.google.com/drive/folders/0B4FphzZsBcqhR1UwVGNhRGhWX3M?resourcekey=0-19YmB7uYqoRjNp5E1Rz3eQ&usp=sharing