quarta-feira, 11 de maio de 2016

WILLIAM BOYCE


Igreja St. James Garlick Hyth
Nascido no ano seguinte à chegada de Handel na Inglaterra, sua vida profissional seria à sombra do compositor. No entanto, este "Luminar no crepúsculo da Música Inglesa", como Boyce foi chamado, aludindo à geração que se seguiu à morte de Purcell em 1695, teve o seu reconhecimento, tornando-se compositor para a Capela Real, quando tinha vinte e cinco anos e Mestre Musical do Rei em 1755, quatro anos antes de Handel morrer. William Boyce foi um dos mais importantes compositores Ingleses do século 18.

Filho de um marceneiro e carpinteiro chamado John Boyce e Elizabeth Cordwell, nascido em 1711 na Maiden Lane (atual Skinner Lane) em Londres, a família mudou para este endereço no primeiro semestre deste ano.

A localização exata de sua casa nesta rua pode ser identificada como no lado norte ao leste de Doby Court. William foi o último dos quatro filhos do casal. 

Sua data de nascimento exata é desconhecida, mas sabe-se que ele foi batizado em 11 de setembro de 1711 na igreja em frente a sua casa: St. James' Garlick Hyth. 

Como três, dez e oito dias separam os respectivos nascimentos e batismos de seu irmão e irmãs, é razoável supor que William Boyce nasceu no início de setembro 1711.

Em fevereiro 1722, seu pai de William Boyce foi nomeado Bedel na Empresa dos Marceneiros. O posto trazia consigo alojamento para a família no Edifício dos Marceneiros. 

Maurice Greene
A família mudou-se em maio 1723, William tinha 11 anos, suas irmãs mais velhas Joanne e Elizabeth eram 19 e 13, respectivamente, e seu irmão John quase 17.

Aos doze anos, William é admitido no coral infantil da Catedral de St. Paul, sob a direção de Charles King, posteriormente quando sua voz começa a mudar, estuda música com Maurice Greene, que era o organista da Catedral.

Johann Pepusch
Em 1735, ele foi nomeado para seu primeiro posto profissional: organista da Oxford Chapel, na Vere Street, em Cavendish Square, Londres. Ali recebeu treinamento musical de Johann Pepusch. 

Ministrou cravo em várias escolas próximas. Ele permaneceu lá por dois anos antes assumir este mesmo cargo na St. Michael, em Cornhill, foi nesta época que começou a perder a audição.

Em 1736, compôs o oratório David’s Lamentation over Saul and Jonathan (Lamento de Davi sobre Saul e Jonatas) com texto de seu amigo John Lockman, apresentado pela primeira vez em 16 de abril de 1736 na Sociedade Apollo, que tinha sido fundado por Maurice Greene em 1731. 

Também apresentado em 18 de agosto de 1737 na Câmara Municipal, Windsor em ajuda das "Viúvas e Órfãos dos Senhores do Coro de St. George em Windsor Castle".

Ele 21 de Junho de 1736 se tornou compositor da Chapel Royal, foi ali que fez alguns de seus maiores hinos e músicas de igreja.

Em 1737, ele foi nomeado regente do Festival Three Choirs (Gloucester, Worcester e Hereford), uma celebração que é realizada anualmente em Londres até os dias de hoje. 

Foi para um destes festivais que ele escreveu seu 'Worcester Overture' que foi mais tarde publicado como Sinfonia Número 8.

Escreveu Ode for St. Cecilia’s Day, com outro texto de John Lockman, em 1739, nesta composição Boyce seguiu os passos de seus mestres, Greene e Pepusch. 

Embora composta para a Sociedade de Apollo e Catedral Coro de St. Paul, que também foi apresentada em Dublin, no dia 17 de dezembro de 1740 pela Sociedade Filarmónica. 

O The Faulkerner’s Dublin Journal informou que "foi permitido por vários dos melhores juízes, para ser uma das performances mais grandiosas que jamais se ouviu”.

O trabalho permaneceu em seu repertório pelos cinco anos seguintes.

A opereta Peleus and Thetis foi escrita em 1740 com texto de Lord Lansdowne. Três anos mais tarde escreve 'Solomon' para a peça de Edward Moore. Com destaque para canção ‘Softly Rise, O Southern Breeze’, que permaneceu popular por mais de cinquenta anos.

All Hallows
No verão de 1748 casou-se com Hannah - seu sobrenome permanece desconhecido. Em 29 de  Abril de 1749, o casal tem uma filha.

Em 1749 um novo órgão foi instalado na igreja All Hallows - The Great and Less, em Thames Street. William Boyce foi escolhido como organista. Ainda naquele ano, compôs a música para uma ode escrita por William Mason a ser utilizada na instalação do Duque de Newcastle como chanceler da Universidade de Cambridge.

A ode foi realizada em 1º de julho e no dia seguinte seu hino “O be joyful” foi tocado na Great St. Mary’s church como um exercício para o grau de Doutor em Música que a Universidade lhe conferiu no dia 3 de julho.

John Dryden
Atendendo ao pedido de David Garrick, diretor da companhia teatral Drury Lane, fez a música para The Secular Masque, obra de John Dryden.

A peça estreou, ainda naquele mês de Julho em Cambridge, no drama não existe uma trama e sim uma discussão entre os deuses e deusas em relação ao declínio dos valores morais.

Em 1750, duas companhias teatrais rivais, a Drury Lane, e Covent Garden de Christopher Rich decidem encenar Romeu e Julieta, com a disputa pelo público, teve início a Batalha dos Romeus.



David Garrick
Na encenação apresentada por Rich havia um cortejo fúnebre para Julieta acompanhado pela música de Thomas Arne, era o ponto alto da peça, que levava maior público para a Covent Garden. 

Assim Garrick decidiu introduzir também em sua produção tal cortejo e solicitou a Boyce que fizesse a música num prazo de uma semana a inclusão foi realizada e a peça teve audiências maiores do que a concorrente.

Com o sucesso foi convidado a compor a música para a companhia, The Shepherd’s Lottery com texto de Moses Mendez também bem recebida pelo público.



A partir de 1752, Boyce para de produzir regularmente para o teatro devido ao aumento de sua surdez. Dois anos depois Garrick pediu novas composições para tocar entre os atos da peça Bodicea, William fez, mas sem o sucesso esperado.

Após a morte de Greene em 1755, Boyce foi nomeado o seu sucessor como Master of the King’s band e também como maestro do festival anual de "Sons do Clero" na Catedral de St. Paul. Como Mestre de Banda do Rei, produziu duas odes a cada ano - uma para celebrar o Ano Novo e outra para o aniversário do rei. As Aberturas dessas odes formaram a base de suas "Oito Sinfonias" e "Doze Aberturas".

Após a morte de John Travers, em 1758, ele se tornou um dos três organistas da Capela Real. Para celebrar as vitórias britânicas contra os franceses em 1759, Boyce escreveu aquela que se tornaria uma de suas canções mais famosas: "Heart of Oak".

William Boyce, seu filho, nasce em 25 de Março de 1764. Quinze anos mais novo que a sua irmã. Mais tarde tornou-se famoso no mundo da música como contrabaixista nas orquestras de Londres.

Com o aumento de sua surdez aumentou, em 1768 ele renunciou ao seu cargo no St. Michael, Cornhill e em 1769 foi demitido da All hallows. 

Posteriormente desistiu das aulas retirou-se para Kensington Gore, ali editou sua agora famosa coleção de 'Catedral Music'. Greene, seu antigo professor, havia começado o trabalho, mas sua saúde debilitada impediu que completasse. Deixou o material com Boyce na esperança de concluísse a obra.

No dia 07 de fevereiro de 1779 aos 67 anos de idade, William Boyce faleceu, de acordo com John Hawkins a causa de sua morte foi gota. Foi sepultado sob o centro da cúpula da St.Paul Cathedral, na manhã do dia 16 de fevereiro. 


Os corais da St. Paul, Westminster Abbey e Royal Chapel cantaram juntos no seu funeral, incluindo o seu hino "If we believe that Jesus died”. A organização do velório afirma que, "Ao término do culto da manhã, o cadáver será levado até a sepultura durante este tempo, será executada a Marcha Solene composta pelo Dr. Boyce", do sua quarta Sonata para Trio por John Jones, o organista da Catedral.

Em seu epitáfio foi escrito:
"Feliz em suas composições, muito mais feliz no fluxo constante da harmonia através de cada cena da vida".

No ano seguinte a sua morte sua esposa publica “Fifteen Anthems and a Te Deum and Jubilate” e em 1790 é publicado um segundo volume.

Em 1788 Sir John Hawkins publicou As Memórias de William Boyce.

Charles Burney
O compositor Charles Wesley disse: "Um homem mais modesto do que o Dr. Boyce eu não conheci. Nunca o ouvi falar uma palavra vã ou mal-humorada, seja para exaltar-se ou depreciar alguém".

Vinte e quatro anos após a morte do compositor Charles Burney escreveu sobre William Boyce: "Não houve nenhum professor que eu tenha amado, honrado e respeitado mais".

Boyce foi esquecido após a sua morte, apenas a sua música de igreja continuou viva no repertório da Catedral Anglicana.



Constant Lambert foi o responsável pela redescoberta das obras do compositor entre 1928 e 1930.
Sua canção Heart of Oak é usada como marcha da Marinha Real do Reino Unido e da Marinha Canadense.
Constant Lambert
Boyce também escreveu músicas para rituais maçônicos.

Boyce nasceu numa época de transição no desenvolvimento da Maçonaria na Grã-Bretanha. 

Como a música já desempenhava um papel de alguma importância em certas cerimônias maçônicas. Estima-se que até 1760, ao menos cem músicas maçônicas foram publicadas e estavam disponíveis para uso em reuniões de fraternidades. 

É provável que Boyce tenha participado de uma loja, alguns autores apontam William como maçom de destaque e autor da canção: “No sect in the world can with Masons compare”, cantada até hoje em algumas oficinas.

Moses Mendez
Uma referência a supostas credenciais maçônicas de William Boyce estão na segunda edição do Die Musik in Geschichte und Gegenwart (A Música no Passado e no Presente) no verbete que trata do compositor, há um artigo de um musicólogo inglês que diz sobre o comentário sobre as obras  “The chaplet” e “The shepherd's lottery”, diz os libretos de ambas as peças foram escritas por Moses Mendez, um rico corretor judeu da bolsa e escritor, que não só era um amigo pessoal do compositor, mas como Boyce, foi sem dúvida um maçom ".



Heart of Oak – música de William Boyce – letra de David Garrick

Come, cheer up, my lads, 'tis to glory we steer,
To add something more to this wonderful year;
To honour we call you, as freemen not slaves,
For who are so free as the sons of the waves?
(Chorus sung once...)
Heart of oak are our ships, jolly tars are our men,
we always are ready; Steady, boys, steady!
We'll fight and we'll conquer again and again.

We never see the French but we wish them to stay,
They always see us and they wish us away;
If they run, we will follow, we will drive them ashore,
And if they won't fight, we can do no more.
(Chorus sung once...)

They swear they'll invade us, these terrible foes,
They frighten our women, our children and beaus,
But should their flat bottoms in darkness get o'er,
Still Britons they'll find to receive them on shore.
(Chorus sung once...)
[Verse sometimes omitted]
Britannia triumphant, her ships sweep the sea,
Her standard is Justice—her watchword, 'be free.'
Then cheer up, my lads, with one heart let us sing,
Our soldiers, our sailors, our statesmen, and king.

(Final Chorus sung twice...)


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