quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

VANHAL


Nascido em 12 de Maio de 1739, na Província de Nechanice, na área de Hradec Kralové, no Reino da Boemia, hoje República Checa. 

Filho de agricultores em regime de servidão à família Schaffgotsch, seu nome em sua língua nativa é Jan Křtitel Vaňhal, entretanto tornou-se mais conhecido como Johann Baptist Vanhal, ou como algumas vezes ele mesmo assinava Wanhal. Foi um compositor clássico da atual República Tcheca e contemporâneo de Wolfgang Amadeus Mozart.
Cartão Postal - Nechanice
Ainda na infância, com a família e músicos locais foi introduzido no meio musical, aprendeu a tocar violino e órgão, seu professor foi Anton Erban, então Mestre de Capela de Nechanice.

Grande parte dos primeiros vinte anos de sua vida foi passada em cidades próximas, onde aprendeu a cantar e tocar instrumentos de cordas e de sopro.

Ele também foi enviado para Marscherdorf, onde aprendeu alemão e outros assuntos, que se fazia necessário para quem quisesse seguir na carreira musical no Império Habsburg, em Viena.
Opocžno (Opočno) no centro do mapa

Aos 13 anos, em 1752, Wanhal tornou-se organista em Opocžno (Opočno), mais tarde, em 1.759, tornou-se diretor de coral em Hniewczowes (Hněvčeves) na província de Jičin. Ali conheceu Mathias Nowak, um excelente violinista que o treinou para ser um violinista virtuoso e escrever concertos.

Condessa Schaffgostch
Transferiu-se para Viena em 1761 a convite da Condessa Schaffgostch, sua suserana, ele era um jovem brilhante e atraente, que imediatamente floresceu.

Libertou-se da escravidão e, em menos de dez anos, compôs pelo menos 34 sinfonias e foi reconhecido como um dos mais importantes compositores sinfônicos da época.

Foi professor de canto, violino e piano para a alta nobreza. Ainda na corte teve aulas de composição com Karl Ditters von Dittersdorf entre 1762 e 1763.

O Barão I. W. Riesch de Dresden, que desejoso em ter seu próprio estabelecimento musical, visitou Viena em busca de um Mestre de Capela adequado. Ficou impressionado com o jovem Wanhal e decidiu patrocinar uma estada prolongada na Itália, onde o músico poderia socializar e aprender com os melhores compositores e experimentar a atmosfera dos grandes tribunais aristocráticos, e aprender o estilo italiano de composição, que estava muito na moda, então em seu retorno seria o Mestre de Capela do Barão. Permaneceu por lá até 1771 viajou pela Itália, onde conheceu seus conterrâneos Florian Leopold Gassmann, em Roma, e Gluck em Veneza.

Na Itália escreveu suas óperas Il Trionfo di Clelia e Demofonte, em parceria com Gassmann, esses trabalhos foram perdidos.

Ao retornar da Itália, ao invés de ir a Dresden trabalhar para o Riesch, alegando que sua saúde estava debilitada por uma doença mental, dirigiu-se à corte do Conde Johann Ladislaus Erdödy, em Varazdin, na atual Croácia, e trabalhando como Mestre de Capela, ali permaneceu por oito anos, entre 1772 a 1780.

Retorna a Viena em 1780, nesta época, o compositor para de escrever sinfonias e quartetos de cordas, concentrando-se em música para piano e em pequenos conjuntos de câmara, missas e outras músicas sacras, atendendo as oportunidades oferecidas pela indústria da música vienense. Desta maneira poderia controlar a dispersão de suas obras, as editoras vienenses publicaram posteriormente mais de 270 cópias de sua música.

Ele também escreveu muitas peças para o entretenimento e instrução do público, incluindo algumas músicas de programas historicamente baseados, como "Die Schlacht bei Würzburg", que atraiu comentários sarcásticos de críticos na Alemanha.

Vanhal foi um dos primeiros compositores que quebrou a dependência uma pessoa rica (como foram Wolfgang Mozart e Joseph Haydn), vivendo exclusivamente de suas obras, compondo por comissão ou para publicação e das aulas que ministrava, e compunha peças com propósito de instrução, dentre os seus alunos ilustres consta Ignace Pleyel. Foi um pioneiro.

Vanhal foi altamente apreciado por seus colegas profissionais, incluindo Haydn e Mozart.

Vanhal, Dittersdorf, Haydn e Mozart

Em 1784, numa ocasião famosa, formaram o mais destacado quarteto de cordas na história da música, quando tocaram em conjunto Haydn, Mozart e Dittersdorf.

Aos poucos foi saindo de cena, deixou de se apresentar em público, como era bastante econômico, continuo vivendo em bons quartos perto da Catedral de Santo Estêvão.

Foi autor de obras vocais e instrumentais. Ajudou na evolução da Sinfonia como forma musical escrevendo mais de uma centena delas. Sua música tem um tom melancólico.

Durante a sua vida foi um compositor de grande êxito, suas sinfonias conquistaram, tão logo publicadas, vários lugares da Europa e Estados Unidos, sendo muitas delas consideradas altamente influentes para o movimento "Sturm und Drang" (tempestade e ímpeto - um movimento literário romântico alemão, que ocorreu no período entre 1760 a 1780).

Essas obras apresentam grandes temas que têm saltos e contorno melódico imprevisível, os tempos mudam rapidamente e de forma inesperada, o mesmo acontecendo à dinâmica, onde tentam refletir as fortes mudanças emocionais.

Existe uma interessante trilogia entre a Sinfonia em Sol Menor de sua autoria, a Sinfonia nº 39 de Joseph Haydn e a Sinfonia nº 25 de Mozart, todas contemporâneas e na mesma tonalidade, escritas em 1768.

Seus últimos anos de vida foram dedicados à missão de professor de música. Johann Baptist Vanhal faleceu no dia 20 de Agosto de 1813 em Viena.

Entre as suas 1300 composições, constam como trabalhos vocais: missas, réquiem, motetos e duas óperas, enquanto que as instrumentais são 54 quartetos, 30 concertos, mais de 100 sinfonias, sonatas, divertimentos, serenatas e numerosas peças para piano a duas e quatro mãos, além de diversas músicas de câmara.

Coube a Paul Bryan publicar em 1997, um catálogo temático das suas obras.

Para conhecer um pouco de sua obra.

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